Future Blast

O que esperamos de um PS5?

Não é uma piada daquele seu amigo que tem parentes japoneses… o novo PlayStation pode realmente estar a caminho!



Nos aproximamos cada vez mais de uma nova geração de consoles. Com o recente pronunciamento da Microsoft na E3 2018 afirmando que está desenvolvendo o projeto do seu novo videogame, isso fica mais evidente. Há muita expectativa sobre o que realmente será apresentado no futuro. Mas já podemos esperar que seu concorrente direto comece a revelar detalhes em breve.

O perfil mais cauteloso da Sony aponta que o provável PlayStation 5 já está “no forno” e deve seguir os moldes do seu antecessor, com alguns avanços de hardware. O que segue é um apanhado de especulações para alimentar nossa curiosidade até que a gigante japonesa se pronuncie sobre o futuro membro da família PlayStation. Ao que tudo indica, os anúncios devem se dar entre 2020 e 2021.

A evolução da “estação de jogo”

Num primeiro momento, vamos olhar para as quatro versões do PlayStation e apontar, superficialmente, o que mudou de uma para outra. Com base nesse histórico, teremos uma ideia mais nítida do que vem por aí.



O PS1, lançado no fim de 1994, foi um console bem popular, de cor cinza, que reproduzia CDs (inclusive de música) e lidava com o início dos gráficos 3D em videogames. Um grande aparelho que derrubou a hegemonia imposta, durante anos, pela Nintendo. Fortes parcerias, como a da desenvolvedora Square Enix (SquareSoft, na época), que trouxe grandes nomes do RPG oriental para o videogame, reafirmaram seu sucesso.

Então, depois dessa entrada triunfante, tivemos o PS2 (2000), uma máquina muito poderosa para época. Mesmo com concorrentes de hardware até melhor, ele se destacou pela versatilidade e pela extensa biblioteca de títulos. Aderiu a cor preta que se tornaria padrão dali pra frente. Além disso, também reproduzia DVDs, o que aumentou a capacidade de armazenamento de cada jogo e ajudou muito nas vendas, já que o aparelho custava menos do que muitos aparelhos de DVD disponíveis no mercado.



No PS3 (2006), ocorreu exatamente o que se esperava. Tivemos um console mais potente ainda, com capacidade de rodar Blu-Ray. Acesso à internet, controle sem fio, saída HDMI e gráficos em alta definição, eram algumas de suas características. Tudo pronto para abocanhar, mais uma vez, a maior fatia do mercado de jogos. Fatores como: preço alto, arquitetura de difícil programação e o fato de ter chegado um pouco atrasado, com relação aos seus concorrentes, fizeram o reinado do PS3 ficar um tanto abalado. O inovador Wii e o arrojado Xbox 360 dividiram o interesse do público gamer, mas não impediram que o PlayStation 3 tivesse um excelente número de vendas.

Já no PS4 (2013), pudemos observar o que deve permanecer no futuro: um avanço tecnológico já não tão visível. Ficou cada vez mais difícil notar a evolução de uma geração para outra. Os efeitos gráficos dos jogos ficaram melhores, mas não era como comparar PS1 e PS2, por exemplo. O abismo gráfico já não era tão evidente. GTA 5 (Multi), por exemplo, tem lá suas melhorias gráficas na versão de PS4, uma coisa aqui e outra ali, mas o jogo é basicamente o mesmo. No entanto, se pegarmos The Witcher 3: Wild Hunt (Multi) e Horizon Zero Dawn (PS4), é fácil perceber que o PS3 não seria capaz de reproduzir tais jogos sem um tremendo downgrade, o que tornaria inviável sua execução. De todo modo, o PS4 ainda vende muito bem e está na frente dos seus concorrentes.


Versões alternativas e o futuro

Tivemos, recentemente, o lançamento curioso de “consoles de meia geração”, que foi o caso do Xbox One X e do PS4 Pro. Em suma, o PS4 Pro foi uma versão melhorada permitindo maiores resoluções nos jogos já existentes, para atender um público específico. A dúvida é saber se isso vai se tornar uma tendência, com atualizações cada vez mais frequentes.

Outra marca registrada dos consoles da Sony foram as versões slim, mais baratas e compactas. Presentes em todos os modelos do PlayStation, é fácil imaginar um PS5 mais enxuto chegando no futuro. Edições limitadas, comemorativas e coloridas, bem como bundles promocionais não devem faltar também.

A marca PlayStation é muito forte, portanto, é improvável que o próximo console não se chame PlayStation 5. Os consumidores já conhecem e confiam nesse nome e tem uma ideia do que esperar do quinto modelo desse videogame. Esteticamente, podemos esperar um aparelho semelhante ao que foi seu antecessor, com forma retangular e coloração sólida, mantendo a edição padrão preta. Falando por cima, devemos receber um console sem vislumbrar inovações tão impactantes, porém, robusto em seu desempenho. Provavelmente uma evolução mais sutil, assim, como ocorreu na transição PS3-PS4.

A voz do jogador é a voz da razão

Aprender com equívocos e atender os pedidos da comunidade gamer é fundamental para alcançar um público cada vez maior. A retrocompatibilidade é um assunto que está muito em pauta atualmente, já que não ocorreu entre o PS4 e o PS3. Os jogadores adorariam ter acesso aos clássicos das gerações passadas sem necessidade de possuir todos os consoles em casa. Além de agregar valor ao novo item, motivaria os usuários a comprá-lo. A iniciativa da Microsoft em trazer os jogos do Xbox 360 para o Xbox One foi muito positiva e esperamos que a Sony implemente essa ideia no PS5.

Outro ponto a melhorar é o menu do sistema do videogame. A falta de dinamismo da dashboard do PS4 é algo que irrita os jogadores. Uma tarefa simples como ligar o videogame e assistir Netflix, torna-se demorada pela falta de otimização dessa navegação. Uma renovação nesse ambiente inicial seria uma contribuição muito bem-vinda.



Sem entrar em detalhes técnicos, uma das coisas que se espera de um videogame novo é que ele tenha mais poder de processamento. A construção de consoles mais “parrudos”, cada vez mais próximos de um computador, é a linha que a Microsoft e a Sony têm buscado. A ideia é não ter limitações baixas com relação a taxa de frames, para que os jogadores de videogame não se sintam prejudicados ao optar por jogar sentados no sofá. Uma placa gráfica poderosa, viabilizando alta resolução sem slowdowns, além de mais memória, e por consequência, cada vez menos loadings, é o que se espera também.

Outra solicitação dos jogadores é a unificação das plataformas em jogos online. A recente decisão de restringir o multiplayer do jogo Fortnite (Multi), não permitindo o cross-play com Xbox One e Nintendo Switch, conturbou a comunidade do jogo. A maneira como a Sony vem lidando com tais questões, garantiu avaliações péssimas por parte dos jogadores.

Apostando no que dá certo

Enquanto alguns dizem que a mídia física está prestes a ser extinta, provavelmente ela vai seguir viva no novo PS5. O lobby das lojas de varejo é muito forte nesse sentido. Outro fator importante é o colecionismo, pois uma grande parcela de jogadores gosta de ter a caixinha do jogo enfeitando a sua estante. Não é como antigamente, quando os jogos vinham acompanhados de manual e informações extras, mas ainda tem seu valor. Além, é claro, da possibilidade de poder emprestar o jogo para um amigo, ou vendê-lo, se assim desejar.

Aliado a isso, podemos apostar num maior investimento na loja digital. A PS Store tem crescido bastante e tende a ser o principal meio de aquisição de títulos. Devemos ter mais armazenamento interno para poder sustentar os jogos que ocupam cada vez mais memória no HD. Evil Within (Multi), por exemplo, ocupa cerca de 50 GB, então, podemos esperar  versões com, no mínimo, 2 TB de memória.



Imagina-se que a resolução gráfica permaneça em 4k. Não há motivos para crer em algo mais amplo, pois exigiria demais do novo hardware. A resolução 4k reproduz 3840 x 2160 pixels na tela, o que já é incrível. Se a taxa de frames for mantida em, no mínimo, 60 fps, teremos um resultado que agradará a todos - exigindo somente uma TV compatível para atingir todo o seu potencial.

Com o forte investimento da Sony na realidade virtual, é bem provável que tentem seguir com essa tecnologia. Não um item obrigatório como foi o Kinect, no lançamento do Xbox One, mas como acessório opcional. De todo modo, espera-se que o PSVR atual seja compatível com o PS5. A diferença é que o console deve vir com hardware mais preparado para uso do VR. Talvez com uma simplificação para configurar toda a quinquilharia que é necessária para uso do PSVR. É uma experiência interessante que ainda tem muito a se provar em termos de mercado. O preço elevado e efeitos colaterais em alguns jogadores ainda afastam uma parcela do público.



Outra tecnologia que deve estar presente na nova geração é a de jogos via streaming. O PS Now está se desenvolvendo e, aos poucos, começa a dar as caras. Apesar do Brasil ter uma rede de internet muito precária para proporcionar a experiência ideal, o futuro dos jogos se caminha cada vez mais para essa direção.

Controle ideal x controle tradicional

Poderíamos apostar em um controle com mais ergonomia, seguindo os moldes dos demais consoles, com o analógico esquerdo posicionado na parte superior, por exemplo. Porém, isso comprometeria a identidade do modelo DualShock e seu formato tradicional. Apesar da evolução dos controles de PlayStation ao longo das gerações, ele se mantém basicamente o mesmo na essência. O famoso protótipo de controle bumerangue, que gerou muito assunto na época pré PS3, deve permanecer arquivado.



Alguns aspectos bem positivos do Dualshock 4 devem se manter, como o encaixe para fone de ouvido e o botão share, enquanto outros devem ser suprimidos, como o touchpad, que foi pouco utilizado nos jogos e também aquela iluminação que estampa a parte da frente do joystick (relacionada ao Playstation Move). Podemos esperar uma maior duração da bateria, bem como a implementação da tecnologia HD rumble, que traz mais funcionalidades para as vibrações do controle.

Mas e os jogos?

Falando do que realmente interessa, o que devemos ter de jogos para um futuro console PlayStation? Na E3 2018 foram expostos gameplays de jogos com gráficos excelentes. Em comparação aos títulos que temos no momento, estes trailers levantam dúvidas sobre a capacidade do PS4 rodá-los com tamanha maestria. Fica fácil concluir que são jogos de fim de geração e que, provavelmente, receberão uma versão “mais bonita” no Playstation 5, como ocorreu no passado com The Last of Us (PS3/PS4) e GTA 5 (Multi), por exemplo.

Esses jogos cross-gen devem ser suportados de um modo mais suave por um console de nova geração, ajudando a engordar seu lineup inicial. O cardápio de jogos na época de seu lançamento é importante para o sucesso de vendas de um videogame. Podemos arriscar que Cyberpunk 2077 (Multi), Death Stranding (PS4) e The Last of Us: Part II (PS4), devem receber versões para PS4 e PS5.



Certamente, mais alguns exclusivos produzidos pelos estúdios parceiros da Sony surgirão, reforçando a preferência pelo PlayStation. O apoio das third parties sempre foi crucial para o reinado do Playstation e, dessa vez, não deve ser diferente. Jogos como FIFA, Call of Duty e Assassin’s Creed certamente marcarão presença.

Previsão de tempos de guerra

A Microsoft investe cada vez mais em melhorias nos seus serviços e, de acordo com o anúncio do Projeto Scarlet, não deve abandonar a divisão de games. Enquanto isso, a Nintendo foca na portabilidade do Switch e seu modo híbrido de jogar. Provavelmente, acompanharemos mudanças graduais no cenário competitivo do mercado. Inovação, apresentação, melhor biblioteca, exclusivos atraentes, atualização de serviços online e preço coerente devem ditar o ritmo das vendas.

Até lá, podemos esperar por um PS5 composto dessas características:
  • manutenção da filosofia da Sony de tentar trazer o estilo de jogo do PC para o console;
  • marketing demonstrando que a melhor experiência para jogar está no PlayStation;
  • muito do que já vimos no PS4 com melhora de desempenho gráfico, principalmente;
  • retrocompatibilidade como destaque para atender ao público e impulsionar as vendas;
  • resolução 4k definitiva, com manutenção da taxa de quadros alta;
  • VR melhor e mais simplificado, além da retrocompatibilidade com o PSVR atual;
  • exclusivos que justifiquem a preferência pelo PlayStation.
Lembrando que esses são apenas palpites enquanto não chega o glorioso dia do anúncio oficial. Aguardaremos ansiosos por mais informações. Entretanto, sejamos cautelosos, pois, rumores sem fundamento surgem a todo instante. Esperamos que a Sony não repita a mancada que fez no anúncio do PS3, apresentando um preço de lançamento absurdo. A piada, inclusive, já estaria pronta: ao invés do PS5, teríamos o “PS$”. Brincadeiras à parte, os votos são para que o novo PlayStation não fique na zona de conforto e se arrisque, com inovações interessantes, surpreendendo e contribuindo para um cenário de entretenimento eletrônico cada vez mais diversificado.


Revisão: Marília Carvalho


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