A marca
Yu-Gi-Oh é muito famosa na cultura pop. Um dos jogos de cartas temáticas mais populares no mundo, os “Monstros de Duelo” já apareceram nas mais diversas mídias além das cartas, como em brinquedos e séries de anime. Nos videogames, o primeiro jogo da série a chegar no ocidente foi
Yu-Gi-Oh! Forbidden Memories para o
PS1. Unindo alta dificuldade com uma jogabilidade divertida, o jogo apresenta uma nova forma de jogar e uma nova história. Vamos conferir este clássico neste
Blast from the Past.
Uma breve introdução
Caso você nunca tenha ouvido falar em Yu-Gi-Oh, aqui vai uma breve introdução. Originalmente, Yu-Gi-Oh é uma série de mangá publicada na revista Shonen Jump, entre os anos de 1996 e 2004. Nos primeiros capítulos, a história do mangá aborda vários tipos de jogos diferentes, inclusive o chamado “Monstros de Duelo”, que é a base do jogo de cartas que hoje é conhecido como Yu-Gi-Oh. Entretanto, o sucesso dos capítulos sobre os “Monstros de Duelo” levaram o autor, Kazuki Takahashi, a dirigir a série apenas para este tipo de jogo.
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O anime de Yu-Gi-Oh marcou uma geração de duelistas |
Com o fim da série original, novas histórias com novos personagens surgiram com o passar dos anos. Diversas séries de anime, brinquedos e filmes foram lançados ao longo dos anos. Em paralelo, o jogo de “Monstros de Duelo” também evoluiu, tornando-se mais estratégico e com muito mais cartas que o original. Hoje em dia, o nome
Yu-Gi-Oh virou um sinônimo deste tipo de jogo de cartas. No Brasil, a série virou febre graças a grande oferta de cartas piratas no comércio popular.
Uma proposta inovadora
Yu-Gi-Oh! Forbidden Memories foi lançado para o
Playstation em 1999, sendo o primeiro jogo da marca lançada no ocidente. A principal qualidade do jogo é a sua simplicidade: nada de centenas cartas com efeitos diferentes e regras complexas, ou enredos complexos e mirabolantes. O jogo preza pelos duelos dinâmicos e pela evolução constante do jogador.
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Capa do jogo Yu-Gi-Oh! Forbidden Memories para PS1 |
Em
Forbidden Memories, temos uma história adaptada a partir do mangá e do anime, de tal forma que ela é completa por si mesma. Além disso, a nova mecânica de jogo não exige um grande conhecimento de “Monstros de Duelo”, já que possui uma mecânica simplificada, baseada em fusões de cartas de monstros. Quem é fã da série vai se sentir (quase) em casa, enquanto os novos em
Yu-Gi-Oh serão capazes de aproveitar o jogo sem problemas.
Uma história original
O enredo do jogo é vagamente baseado no mangá e no anime, sendo que os últimos dois possuem diferenças significativas. A maior parte da história se passa no Egito antigo, onde o jogador está no controle do protagonista Atem. Príncipe do Egito, Atem é traído pelo alto sacerdote Heishin, que busca colecionar todas as relíquias do milênio para libertar um monstro que lhe permitirá controlar o mundo.
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Você pode participar da história tomando algumas decisões no jogo |
No último instante, Atem é salvo pelo seu conselheiro, que o sela dentro da relíquia chamada enigma do milênio, de tal forma que o sacerdote não pode utilizá-la. No futuro, o jovem Yugi encontra o enigma e consegue solucioná-lo. Ao fazer isso, Atem aparece para Yugi e pede a sua ajuda para retornar a seu tempo e salvar o mundo. Após algumas lutas no presente, onde encontramos alguns personagens familiares, Atem consegue retornar para o passado. Lá, o jogador precisa derrotar os conspiradores e devolver a paz para o Egito e o mundo.
Novas mecânicas de jogo
Assim como a história é inédita, a mecânica de jogo de
Forbidden Memories também é inovadora. Dentre as principais mudanças (em relação as regras oficiais do jogo), não existem custos de invocação para os monstros, de tal forma que, por exemplo, a famosa carta Dragão Branco de Olhos Azuis pode ser colocada no campo diretamente. Outra mudança consiste na quantidade de cartas que cada jogador tem na mão.
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Preste atenção na hora de jogar as cartas: um erro pode ser fatal no duelos |
Neste jogo, a cada nova jogada cada jogador deve comprar até ter cinco cartas na mão, sob pena de perder o duelo caso esta condição não seja satisfeita. Finalmente, as duas características mais diferentes do jogo são as fusões e a existência de vantagens e desvantagens na hora da batalha.
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É possível conferir as animações em 3D das cartas |
Em
Forbidden Memories, o jogador pode fazer a fusão de monstros de forma direta (sem necessidade de alguma carta específica, como a Polimerização), bastando apenas conhecer as combinações possíveis. Já no sistema chamado
Guardian Stars, quando um monstro é invocado, pode-se escolher entre duas opções possíveis para aquela carta. Durante as batalhas, monstros com
Guardian Stars com vantagem sobre outros recebem um bônus de ataque.
“Hora do Duelo”
Ao todo, são 722 cartas disponíveis para colecionar e usar nas batalhas. Elas incluem as cartas consagradas pelo anime, como o Mago Negro (
Dark Magician), Dragão Branco de Olhos Azuis (
Blue Eyes White Dragon), Mago do Tempo (
Time Magician), entre muitas outras. Ao começar o jogo, você começa com um baralho de 40 cartas aleatório, podendo adquirir mais cartas ao ganhar duelos (quanto mais forte o adversário, maior a chance de ser uma boa carta) ou comprando através das estrelas coletadas nas partidas (que variam de acordo com o desempenho nos duelos).
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Nada como começar um duelo com uma boa mão |
Além do modo história e dos
Free Duels, que consistem em partidas contra qualquer inimigo já derrotado,
Forbidden Memories inclui um modo multiplayer para jogar com os amigos. Para jogá-lo, cada jogador precisa ter o seu próprio save do jogo em um
Memory Card diferente, embora seja possível jogar com apenas um controle. Um ponto interessante é que, para evitar que os jogadores possam ver as cartas na mão de cada um, o jogo mostra apenas um número no centro destas cartas. Este número corresponde a posição da carta dentre as 40 do baralho, permitindo que somente o dono do
deck possa saber qual é.
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Vários personagens clássicos aparecem no game |
Para completar a coleção mais facilmente e fazer
decks mais poderosos, é possível trocar cartas com outro jogador. Basta que cada um ligue o seu
Memory Card ao
PS1 e então acessar a opção Trade do menu. Preocupada com a possibilidade de cópias de
saves, a Konami adicionou um número de registro a cada novo jogo criado em
Forbidden Memories, de tal forma que é impossível trocar cartas entre um save e sua própria cópia (embora seja possível ter várias cópias do save, de tal forma que seja possível trocar a mesma carta várias vezes).
Diversão com alto nível de dificuldade
A principal crítica ao jogo
Yu-Gi-Oh! Forbidden Memories é o seu alto nível de dificuldade. Em primeiro lugar, o jogo não fornece nenhum indicativo sobre quais são as fusões possíveis, o que exige ao jogador aplicar o método da tentativa e erro até aprender as combinações (ou então ler algum tutorial na internet). Em segundo lugar, as vantagens e desvantagens entre as
Guardian Stars também não são explicadas, mais uma vez exigindo um estudo prévio por parte do jogador.
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Comprar uma carta por 999999 estrelas é quase impossível |
Mesmo assim, estas duas dificuldades são superadas após algumas horas de jogo (ou com uma ajudinha da internet). A maior dificuldade de
Forbidden Memories consiste nos duelos em si. Após algumas poucas batalhas iniciais bastante acessíveis, cada partida se torna um grande desafio. Os adversários possuem somente cartas poderosas, além de usarem estratégias bastante apelonas pra vencer. Diversas vezes me encontrei disputando novas partidas com adversários mais fáceis para tentar obter cartas mais fortes. O sistema de compra de cartas também não ajuda, já que as cartas boas possuem valores muito altos.
“Acredite no coração das cartas”
Para muitos fãs de
Yu-Gi-Oh,
Forbidden Memories foi a primeira oportunidade de jogar “Monstros de Duelo” no videogame. Mesmo com um alto nível de dificuldade, o jogo é viciante graças a sua forma simples de jogar e a sua grande coleção de cartas (para a época). Apesar de não ser uma unanimidade e de que estará sempre entre os clássicos do
Playstation.
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Yu-Gi-Oh! é sempre garantia de muita diversão |
Revisão: João Telhada
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