Hands-on

RIGS (PS4) nos mostrou o potencial do VR para jogos FPS

Games de tiro em primeira pessoa podem se beneficiar muito da realidade virtual, ao menos foi o que jogar RIGS nos ensinou.

A E3 2016 foi certamente a E3 do boom das tecnologias de realidade virtual, especialmente no estande da Sony. Lá, jogos que utilizavam o PlayStation VR ocupavam uma porção considerável do lugar. E um deles era RIGS: Mechanized Combat League (PS4), uma nova IP da gigante japonesa que coloca o jogador dentro de robôs gigantes para um divertido esporte competitivo. Confira nossas impressões de RIGS e como o título pode trazer boas ideias para o cenário VR.

Overdrive!

Na demo de RIGS, as partidas aconteciam entre equipes de três competidores. Cada um podia escolher o robô (RIG) que pilotaria de uma variedade de modelos, cada qual com seus atributos e especificidades. O objetivo era, primeiramente, entrar em modo Overdrive, que acontecia ao pegar esferar douradas o suficiente. Essas esferas podiam ser encontradas escondidas pela arena ou obtidas derrotando adversários da outra equipe. Ao entrar em modo Overdrive, o competidor devia ir até o centro da fase e saltar sobre um grande aro, marcando assim um ponto para sua equipe. Imagine um futebol de robôs em que cada robô é, ao mesmo tempo, a bola e o jogador.

As habilidades de cada RIG são utéis para derrotar os da outra equipe. Cada robô possui dois gatilhos, um em cada botão traseiro do DualShock, além das habilidades de salto e dash acessadas pelos botões de polígonos do controle. Além disso, a movimentação e a mira dos RIGS é controlada pelas alavancas analógicas do joystick. Um detalhe interessante é que a mira também pode ser conduzida pelo movimento dos seus olhos, uma excelente maneira de aproveitar a tecnologia VR.

Na pele de um robô

Era difícil não se impressionar com a tecnologia VR, qualquer que seja o jogo que estivesse jogando. Olhar para os lados e ver o universo do jogo continuar para além da tela de frente é simplesmente sensacional! Ainda assim, havia jogos que exploravam o VR de maneira melhor do que outros, e RIGS era um bom exemplo de utilização da tecnologia. Logo de início, a preparação para a partida me colocou nos bastidores do esporte de robôs, com mecânicos e instrutores interagindo com o cenário e comigo a todo o instante. Era uma experiência bem imersiva.


Na partida em si, o VR também ajudava muito a sentir-se como num esporte real. O impacto dos tiros recebidos e disparados era potencializada pela realidade virtual, era possível escolher em que lugar do mapa retornar após ter sido destruído com um simples movimento dos olhos e a sensação de pular no aro central era fantástica com um mundo ao redor. Exceto pela velocidade dos robôs, que provavelmente era lenta pelas limitações sensoriais do VR, tudo funcionava muito bem.

Infelizmente, porém, a demo de RIGS me deixou nitidamente enjoado e tonto, algo que nenhum outro título VR havia conseguido fazer. É claro que não dá para assumir que o problema esteja no gameplay de RIGS especificamente, mas é certo que o jogo tem um elemento a mais que todos os outros jogos em VR que experimentei não tinham: a câmera acompanhava os movimentos do personagem. Isso pode soar óbvio, mas não era regra existir em todos os títulos. A maioria deles ou mantinha a câmera fixa num personagem estático ou só aproximava-se do personagem quando um botão específico era apertado. Em conversas com desenvolvedores de jogos VR, eles mesmo relataram que a câmera dinâmica e automática era, sim, um fator de enjoo recorrente.

Um ótimo VR 

Apesar do possível problema com tontura e enjoo, RIGS é uma excelente demonstração do potencial do VR. Jogando-o, só pude pensar em como outros jogos de tiro competitivo, como Splatoon (Wii U) e Sunset Overdrive (XBO) poderia se beneficiar muito da realidade virtual. Me refiro a outros jogos pois RIGS, apesar de divertida, tem uma estética bem genérica, o que não me prendeu tanto ao universo do jogo. Ainda assim, sentir-se pilotando um robô em partidas de um esporte futurista foi uma grata experiência que o PlayStation VR me proporcionou nessa E3 através de RIGS, e é algo que gostaria muito de ver se desenvolvendo ainda mais no futuro! Esse exclusivo de PS4 não tem data de lançamento estabelecida ainda, mas deve fazer parte da primeira leva de títulos do PlayStation VR.

Revisão: Ana Krishna Peixoto
Capa: Rafael Neves

é quadrinista e estudante de medicina da UFBA. Jogos fizeram parte dessa vida desde os seus primeiros anos, embalando muitos dos mais fortes laços de amizade e histórias de vida. E esse legado desembocam nas matérias que escreve aqui no Blast e em sua HQ, The Legend of Link.

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