Títulos como Lord of Arcana, da Square Enix e White Knight Chronicles Origins, por exemplo, surgiram como tentativas, algumas dando certo, outra nem tanto. Em meio a todos estes, um que conseguiu sua parcela e até mesmo um pouco de inovação foi Gods Eater Burst, tendo maior foco em sua narrativa e ambientação, criando a própria identidade.
O jogo é um relançamento de God Eater, título lançado exclusivamente no Japão. Contudo, além de sua localização, Burst contou com algumas alterações de mecânica e, claro, uma expansão na campanha principal, adicionando mais um pouco à sua história.
Relembre conosco as aventuras neste neste mundo pós-apocalíptico recheado de deuses!
No fim do mundo, os deuses reinam
Passando-se vários anos no futuro, a humanidade batalha pela sobrevivência contra estranhos monstros chamados de Aragami ou deuses, seres praticamente imortais e de origem desconhecida, que simplesmente apareceram na face da terra e começaram a devorar tudo o que viam pela frente.Após vários experimentos, uma organização chegou à possível resposta para a salvação da raça humana com as God Arcs (ou Arcas divinas), armas enormes à la Final Fantasy feitas com algumas das células encontradas nos aragami, chamadas de Células do Oráculo. Somente com estas células seria possível feri-los efetivamente e, assim, matá-los. Aqueles que se voluntariavam e eram aprovados para o uso de tais armas eram chamados de God Eaters ou comedores de deuses, por conta de uma particularidade da arma.
As armas dos chamados God Eaters eram únicas e individuais, possibilitando apenas o uso de sua respectiva God Arc, por conta de sua compatibilidade com a arma. As arcas eram separadas dentre canhões e lâminas, variando em tamanho, função e potência, possuindo também um escudo. No caso do jogador, o sortudo (ou nem tanto) protagonista acabou entrando para uma nova classificação de guerreiros, chamados de “New-Types”, que possuíam a habilidade de alternar entre canhão e espada na mesma arca.
Customizações diversas… ou mais ou menos
O jogo trazia um gameplay um tanto diferenciado, mais simplificado que o do líder do gênero, que tentava passar uma sensação mais realista da caçada. O jogador podia customizar o próprio personagem, de modo a fazer com que ele ficasse a seu gosto… com o que havia disponível, claro. Detalhes como rosto, cabelo, gênero e alguns acessórios faziam parte das customizações, embora fossem bastante limitadas, ainda era possível criar algo próprio.Já dentro da base, o jogador podia escolher dentre alguns conjuntos de roupas, sendo separados por torso e pernas, contendo uma grande variedade de cores. O que mais chamava a atenção, contudo, era a customização das god arcs, que consistiam em espada, escudo e canhão, sendo separados em alguns sub-tipos, como pequenos médios ou grandes, não havendo limitações para intercalar os mesmos.
Havia também uma sessão para as chamadas unidades, que nada mais eram que habilidades próprias do personagem a serem utilizadas nas missões, podendo ser alteradas enquanto o jogador estivesse na base para aquela que ele se identificasse mais, dando mais bônus, aumentando as barras de stamina, munição ou vida, ataque, etc., ou adicionando algo como pulo duplo.
Tais itens customizáveis estavam disponíveis para compra na loja do jogo (alguns) ou, claro, deviam ser construídos com materiais adquiridos nas missões.
Que comece o banquete!
O título possuía uma boa trama com ótimos personagens que, juntamente de alguns diálogos e cutscenes, incluía missões para a sua progressão. As missões eram separadas dentre dificuldades, com algumas fazendo parte da história e aquelas livres para o jogador apenas matar algum tempo ou coletar alguns itens extras para construir uma nova arca ou roupa.Nas missões, o personagem podia ser acompanhado por até três outros NPCs — ou amigos, no caso de AD-HOC — possibilitando uma boa ajuda da IA. Os comandos disponíveis variavam entre correr, pular (sim, pular!), deslizar, defender, utilizar itens como poções de cura e etc., além, de atacar.
Os combos disponíveis variavam para cada arma no jogo, sendo a lâmina pequena a que possuía menos dano, mas com maior movimentação e velocidade de ataque; a média, mediano em ambos os aspectos; e a grande, com o foco em força bruta e ataques carregados. Alguns combos podiam, até mesmo, intercalar com a transformação das arcas nos canhões, possibilitando o tiro rápido.
Por serem feitas das mesmas células presentes nos aragamis, as God Arcs possuíam algo de peculiar além de suas transformações: uma vida quase própria. Não, elas não saíam andando por aí, cumprimentando-se e cantando. Mas o que mais chama a atenção era o fato de produzirem uma enorme boca monstruosa para poder, literalmente, comer os aragamis, adquirindo itens como balas especiais com os atributos do respectivo aragami mordido, além de maior velocidade e pulo duplo, entrando no chamado modo “Burst” (caso vivo), ou os materiais derivados daquele tipo, caso estivessem mortos.
Quando não se encontrava nas missões, o jogador podia explorar a base, conversando com os NPCs disponíveis naquela parte do jogo, conhecendo um pouco mais sobre eles, recordar as cutscenes ou até mesmo escutar à trilha do jogo.
O futuro que os deuses nos reservaram
Os aragami possuíam vários tipos, tamanhos, cores e elementos. Alguns lembravam até mesmo alguns objetos humanos por terem comido e se fundido com tal. As criaturas de pequeno porte podiam ser facilmente encontradas em praticamente qualquer lugar, já as maiores, geralmente os objetivos da missão, apareciam em certas ocasiões que eram descritas nos detalhes das missões.A inteligência artificial deles era bastante dinâmica e, pelas primeiras vezes, bastante imprevisível, dinamizando bastante a jogatina, fazendo com que o deus, quando muito ferido, fugisse para algum outro ponto do mapa para se alimentar e recuperar-se um pouco. Suas feridas eram discerníveis pelas células que ficavam expostas ao quebrá-las. Contudo, como já deve ter percebido, o dinamismo se limitava a apenas as primeiras vezes mesmo, dando lugar à repetitividade conforme o tempo.
Os cenários eram bastante variados, deixando clara a devastação que tais criaturas trouxeram. O jogador era livre para andar por toda a área dos ambientes disponíveis, não havendo transições no mapa, podendo também buscar alguns materiais espalhados pelo cenário, como em Monster Hunter ou Phantasy Star. Contudo, consequentemente, por serem abertos, alguns cenários eram bem pequenos, mas nada que pudesse frustar o jogador.
Um hunting game diferente
Gods Eater Burst trouxe algumas adições interessantes ao gênero, como sua ótima narrativa, sua ambientação bem explorada e uma jogabilidade diversificada e simples, sendo uma ótima “escapatória” e até mesmo introdução para aqueles que torciam o nariz para o gênero. Sua trilha sonora é incrivelmente bem feita e se encaixa perfeitamente na situação do jogo, não o tornando algo sombrio. A dublagem ocidental também não era de se reclamar, sendo de alta qualidade. O jogo com certeza foi e continua sendo uma ótima adição à biblioteca.O game recebeu uma animação de treze episódios que foi exibida no ano passado no Japão, assim como em vários outros casos, adaptando de formas um tanto exageradas. Recebeu também uma continuação, God Eater 2, que foi lançada em 2013 no Japão para PSP e PS Vita, além de uma expansão, no ano passado, chamada de Rage Burst, trazendo armas, monstros, mecânicas e história novas, que será localizada e chegará por estas bandas no próximo dia 30 de agosto para PlayStation 4, PC e PS Vita..
Um remake do jogo, God Eater Ressurrection, também foi lançado no ano passado no Japão, chegando por aqui no próximo dia 28 de junho para PlayStation Vita, PlayStation 4 e PC, trazendo novas mecânicas, armas, aragami, uma nova expansão para a história e gráficos atualizados.
Revisão: Luigi Santana
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