Quem cresceu na década de 1990 consegue ter boas lembranças de uma época em que diversos animes fizeram um enorme sucesso. Apesar de o maior destaque ter sido para Pokémon, que atraia fãs tanto para a frente da televisão quanto para os portáteis, outro desenho chamou a atenção de muita gente: Digimon. Com criaturas que falam a língua humana e transformações enormes, há quem até hoje sinta falta de jogos com uma boa qualidade.
Ocorreu nesta segunda-feira, 24 de agosto, um café da manhã com a Bandai Namco, onde pudemos experimentar futuros lançamentos em um espaço descontraído. Dentre os títulos estava Digimon Story: Cyber Sleuth, que já foi lançado no Japão em março e chegará por aqui em 2016, para PlayStation 4 e PS Vita.
Um universo digital
Feito com o apoio de muitos fãs, a adaptação para o mercado ocidental ocorreu após uma enorme petição´, e parece estar recebendo grande atenção. A história gira em torno de uma jovem que vive em um mundo invadido por hackers, que precisam ser derrotados através de batalhas digitais.É muito legal caminhar pelo cenário e ver suas criaturas seguindo os seus passos (mesmo que não haja interação com os seus corpos — chegamos a atravessá-los em alguns momentos). |
Com o pouco tempo que tivemos para experimentar, pudemos entender um pouco sobre a mecânica do jogo. Com visuais detalhados para os monstros e personagens — os cenários deixavam muito a desejar — as batalhas traziam a sensação de assistir a um episódio do desenho, com animações e traços característicos do anime. Para lutar era preciso andar pelo espaço até que a imagem escurecesse e os monstros aparecessem na tela, assim como as batalhas nas cavernas de Pokémon.
O jogo apela para a nostalgia, trazendo monstros como Greymon com muitos detalhes. |
As semelhanças com os jogos da turma de Pikachu não terminam ali. Adotando as mesmas estratégias, é preciso escolher os ataques em um menu e pensar nos seus efeitos perante as criaturas adversárias. Não houve muita dificuldade, tendo em vista que os elementos base continuavam presentes: plantas venciam de água, que venciam de fogo. Apesar de não haver muita inovação, tudo fluiu muito bem e em poucos minutos estávamos trocando de criaturas para causar maior dano.
A sensação de tamanho é muito bem explorada, com criaturas enormes na tela, sem quedas de velocidade e animações fluidas. Do lado direito, vemos a ordem de ataques durante as batalhas. |
Uma geração errada
Infelizmente, o que vimos do restante do jogo não nos agradou muito. Os cenários sofrem com repetições e barreiras invisíveis, dificultando a experiência. O analógico direito não tinha nenhum uso, deixando a câmera estática — a sensação era a de jogarmos algo de um portátil, com todas as suas limitações, em uma tela enorme. Considerando o fato de o jogo já existir no oriente, as chances são a de encontrarmos um produto sem melhorias neste quesito, nos fazendo indagar se não seria melhor que ele fosse lançado para a geração anterior.É possível atacar, mudar de criaturas, usar ataques especiais e itens durante as batalhas. É importante estudar os efeitos de tudo para criar boas estratégias. |
Ainda assim, o potencial de Digimon Story: Cyber Sleuth é enorme. Seja você fã do desenho original, encontrando nostalgia e familiaridade com o universo, ou jogador de JRPG, deverá encontrar muita diversão. Há diversos sistemas de customização, permitindo a escolha de diversas criaturas, golpes e estratégias, trazendo a famosa ideia de colecionar monstros de volta aos consoles de mesa. Enquanto a Nintendo mantém os direitos de Pokémon, esse talvez seja o melhor jeito de ter uma experiência semelhante nos consoles da Sony, aparentemente divertida.
Capa: Diego Migueis
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