Mas apesar de trazer um excelente acervo de informações para os fãs, o título pode decepcionar até os mais entusiastas por jogos de ação destrutiva.
A história do retorno do lagartão
Godzilla traz alguns modos de jogo interessantes, porém muito parecidos entre si. Nele encontramos o famoso modo história, aqui chamado de Deus da Destruição; Rei dos Kaijus, no qual se enfrenta hordas de monstros gigantes; e Evolução, em que a ideia é apenas evoluir Godzilla para ser usado nos outros modos.Há também a possibilidade de montar dioramas e tirar fotos com personagens, cenários e peças que são desbloqueados durante os modos de jogo quando se realiza determinadas ações, como destruir um prédio específico. E também um guia Kaiju que faz um grande “fan service” ao trazer informações detalhadas sobre monstros e criaturas vistas nos filmes e seriados.
Godzilla está de volta e quer detruir tudo |
Após 60 tranquilos anos, Godzilla está de volta atrás dos geradores de Energia G, sua fonte principal de alimento. Durante toda a jornada, somos informados da situação através de uma oficial da Força G que se comunica com um líder do governo. Esse líder muda no decorrer da história e isso influencia na dificuldade da fase. O líder, dependendo do nível de destruição causado pelo jogador, pode aumentar o nível de desastre enviando novas formas de combater os monstros, como aviões mais poderosos e bombas. A história é curta e pode ser terminada em poucas horas, mas rotas alternativas podem ser tomadas e novos cenários visitados.
Destruindo cidades limitadas
A primeira coisa que chama a atenção ao iniciar a jornada de Godzilla em qualquer um dos modos são os gráficos. Apesar dos monstros estarem com um modelação razoável, os cenários são genéricos e sem vida. As ruas são vazias e não possuem pessoas, carros ou outros veículos civis, as construções possuem texturas que remetem a jogos lançados há duas gerações e que poderiam ser facilmente renderizadas pelo PlayStation 2. Além disso, os efeitos como água, fogo e fumaça parecem ter saídos de jogos de décadas atrás.É possível destruir cidades, usinas e cais enquanto a Força G tenta impedi-lo com seus helicópteros, caças e robôs genéricos que se repetem. Ao destruir os cenários, poeiras e escombros são espalhadas e dificultam até mesmo a visão do jogador — é fácil pisar em um tanque sem ao menos tê-lo visto antes. Por falar em repetição, os cenários, dependendo da rota tomada pelo jogador, também são revisitados, deixando tudo com uma impressão de mais do mesmo.
Prepare-se para destruir cidades fantasmas e genéricas. |
Além de Godzilla, outros monstros visitam os cenários para enfrentar o jogador. Todos eles surgem sem nenhuma explicação aparente durante a jornada pelo modo história. Os monstrões gigantes atrapalham a destruição desafiando o jogador para uma batalha de um contra um. Mecha Godzilla, Mothra, King Ghidorah e Hedorah são alguns exemplos de inimigos enfrentados e todos estão bem modelados contrastando com os cenários.
Corra, Godzilla, Corra!
OK, sabemos que monstros gigantes não têm uma movimentação tão dinâmica, mas não deveria ser difícil controlá-los. Mesmo levando em conta que estamos no controle de um ser com metros de altura, tudo deveria ser mais orgânico e funcional, porém o jogo nos entrega controles travados, movimentos robóticos e uma lentidão do personagem principal que faz tudo ficar ainda mais sofrível.Mothra quer matar Godzilla de tédio. |
Os botões ficam encarregados de golpes típicos, como rajadas de raios, ataques fortes e normais, além de uma enorme explosão de energia que causa a destruição de tudo à sua volta.
Nem tudo está perdido
Os pontos fortes do jogo ficam por parte dos desbloqueáveis e algumas ações interessantes que podem ser executadas durante a jornada para destruir cidades genéricas, além de um DLC que libera o controle da versão de Godzilla do filme de 2014.Apesar de não haver nenhum modo online que chame a atenção, um ranking online permite comparar sua performance nos cenários com de seus amigos e outros jogadores, que levam em conta os níveis de evolução e destruição alcançados.
Godzilla clássico e versão 2014 estão aguardando por um bom jogo com seu nome. |
Não foi dessa vez, grande amigo
Godzilla no geral é apenas um jogo mediano e sem maiores atrativos. Com cenários repetitivos, genéricos e sem vida, o título acaba se tornando chato com o tempo e mesmo seus modos de jogo não são suficientes para prender o jogador por muito tempo por serem essencialmente parecidos.A falta de um modo online de destaque poderia acabar suprindo o impacto dos defeitos mais gritantes. Jogar com os amigos acabaria se tornando o modo principal, evitando que o título acabasse empoeirando na estante ou lá no final de sua biblioteca digital.
Mesmo entregando um grande acervo de informações para os fãs de longa data das séries e filmes de Godzilla, o jogo peca em seu aspecto principal, ser um bom jogo. Há melhores jogos nas gerações passadas que destacavam toda a ferocidade de Godzilla e seus amigos (ou inimigos). Infelizmente não foi dessa vez.
Prós
- No início é divertido destruir as cidades;
- Monstros bem feitos;
- Ótimo fan service.
Contras
- Modos de jogo parecidos;
- Gráficos feios;
- Cenários repetitivos e sem vida;
- Controles travados.
Godzilla – PS3/PS4 – Nota: 5.0
Versão utilizada para análise: PlayStation 3
Revisão: Alberto Canen
Capa: Felipe Araújo
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