A história de como essa lenda dos videogames surgiu nós já contamos aqui. Por isso, para celebrar esse aniversário, que tal relembrar algumas das boas memórias que tivemos na frente desse amado console?
Para tanto, peguei alguns títulos que foram importantes não só para a plataforma, mas para mim mesmo. Óbvio que não joguei de tudo e muita coisa ficará de fora, — foram mais de 3.800 títulos lançados — mas a ideia é relembrar alguns bons momentos daquele tempo. Não é a seleção definitiva, tão pouco a melhor. Sem mais delongas, vamos falar de jogos!
Winning Eleven
Uma coisa era fato, se você tinha um PlayStation 2, a chance de ter alguma versão de Winning Eleven era de quase 100%. Na época, o futebol virtual da Konami ainda reinava supremo nos campos virtuais e a série FIFA não passava de uma coadjuvante.
O sucesso de WE já vinha do PS, mas foi no segundo console da Sony que ele se firmou de vez. Com visual superior e uma jogabilidade aprimorada, era obrigatório nas reuniões da galera. Ainda lembro a empolgação que surgiu entre meus amigos quando adicionaram o elástico ao jogo. E desde aquela época o Barcelona já era roubado.
Importante lembrar também a saudosa “localização nacional”, feita pelos pirateiros desse nosso Brasil. Eles realmente se empenhavam no processo, alterando nomes e menus, inserindo times brasileiros (algo impensável na época) e até atualizavam as escalações mais rápido que muita produtora nos dias de hoje. Fora as narrações adaptadas com vários locutores nacionais, como Galvão Bueno, Silvio Luiz e Luciano do Valle.
Devil May Cry 3: Dante’s Awakening
Devil May Cry foi uma das melhores franquias que surgiram na sexta geração. O que começou como um Resident Evil que não deu certo se tornou uma das séries de maior sucesso da Capcom.
Embora o título de estréia tenha agradado a muitos, acredito que foi o terceiro capítulo da franquia o ponto alto da série. Mostrando um Dante mais novo, a história também nos apresentou Vergil em sua forma humana, antes de se tornar o demônio corrompido que vimos no primeiro jogo.
Além das melhoras de jogabilidade e da dificuldade que beirava o ridículo, DMC 3 era pura farofa. Sério, um jogo com um cara que surfa em mísseis e usa dois demônios que brigam como crianças como espadas, não tem como dar errado.
Need for Speed Underground
Jogos de corrida para o segundo console da Sony não faltaram. Gran Turismo foi um grande destaque para quem gostava da simulação. Mas para quem prefere corridas arcade, o nome a ser lembrado é outro.
No começo dos anos 2000, o filme Velozes e Furiosos fazia um sucesso absurdo. Era o filme mais legal do mundo. Com uma precisão cirúrgica, a Eletronic Arts soube aproveitar o momento e trouxe um dos jogos mais divertidos da série: Need for Speed Underground.
Com todo o clima de rachas noturnos e as infinitas opções de customização, NFSU caiu nas graças do povo. Tudo ali era muito bom. Que atire a primeira roda quem nunca passou uma tarde só alterando o carro pra deixar ele perfeito. Dane-se o motor, o legal era colocar a luz de neon embaixo do possante.
Só não gostava do fato que o jogo quase obrigava a usar o Nissan Skyline ou o Mistubishi Eclipse para conseguir ganhar as ultimas corridas. Ou eu que era ruim mesmo.
Resident Evil 4
Nunca fui muito fã de jogos que pudessem me dar algum susto. Porque eu sempre tomo sustos com as coisas mais babacas. Ainda assim, resolvi tentar Resident Evil 4, minha primeira incursão na franquia.
O jogo teve mudanças significativas na mecânica e na história em relação aos anteriores. Não eram mais zumbis ao pé da letra, mas infectados por um tipo de parasita. O jogo possuía mais sequências de ação e possuía visão em terceira pessoa, mais precisamente acima do ombro, o que viraria regra na indústria. Alterações muito bem vindas e que ajudaram a dar novos ares para a série. Pena que depois perderam um pouco a mão.
Mas o que eu me lembro mesmo era da filha do presidente morrendo em qualquer situação, das minhas armas que sempre tinham menos balas do que deveriam, dos Iron Maidens que só podiam ser mortos com a mira térmica, do gigante com uma motosserra e um saco de pão na cabeça. E da Ada Wong. Saudades Ada.
Shadow of the Colossus
Esse aqui acho que não precisa de muita apresentação. Shadow of the Colossus é um dos grandes clássicos não só do PS2, mas dos mercado de jogos como um todo. Chegar sem nenhuma informação e descobrir qual era a melhor maneira de encarar cada colossus era extremamente divertido. Até mesmo explorar aquele mundo deserto e tão belo era recompensador.
Se você não jogou, trate de colocar Shadow of the Colossus na sua lista o mais rápido possível. Aliás, agora com as remasterizações em HD, vale jogar ICO também, produzido pelo mesmo estúdio e que só ganhou mais destaque após o sucesso das sombras dos colossus, embora seja igualmente fantástico.
Guitar Hero
Apesar de jogos musicais terem sido saturados pelo excesso de títulos lançados, na época que o primeiro Guitar Hero saiu, a novidade foi uma das mais impactantes da indústria.
Já haviam jogos de música antes, mas ele foi o primeiro a realmente dar a sensação de se estar tocando guitarra. Para caras como eu, que nunca acertaram tocar Smoke on the Water no instrumento de verdade, fazer 100% no solo de Cowboys from Hell era a realização de uma vida.
Vale citar aqui também os valentes controles que foram perdidos de tanta se apertar R e L. Porque no começo, pelo menos aqui no Brasil, ninguém tinha guitarra, tinha?
Onimusha 3: Demons Siege
Essa é uma das séries que eu mais gostaria de rever nos atuais consoles. O primeiro Onimusha, lançado em 2001, foi o primeiro jogo de PlayStation 2 a vender mais de 1 milhão de unidades.
Onimusha 3, lançado em 2004, era pretensioso. Basta ver por sua cinemática de abertura que até hoje é de tirar o chapéu. Na história, Samanosuke, o protagonista da série, foi jogado na Paris dos dias atuais. Em contrapartida, nos foi apresentado Jacques, policial francês que voltou até o Japão feudal. Juntos, os dois deveriam derrotar a horda de demônios de Nobunaga Oda no passado e no presente.
Não bastasse essa história doida por si só, Jacques é interpretado pelo famoso ator Jean Reno. Veja bem, você joga com Jean Reno no Japão do século XVI, matando um exército de demônios. Por que não fazem mais coisas assim hoje em dia?
God of War
Não importa do que seja a lista, se ela for relacionada a bons jogos de PlayStation, God of War vai estar nela.
A mitologia grega já foi inspiração para inúmeras obras e podemos dizer que a aventura de Kratos não é nenhuma genialidade criativa. Porém, a maneira como é desenvolvida garante todos os méritos da franquia, que virou simbolo do console.
Mecanicamente ele é quase perfeito, sair descendo a porrada em toda a Grécia antiga era algo que fazíamos com todo o prazer. A violência e a fúria de Kratos também colaboraram para que todos quisessem bater em todo mundo até chegar a Ares, o grande vilão do jogo.
Destaco aqui o primeiro chefe do jogo, a Hydra. A impressão que aquela primeira fase passava na época se resumia a uma palavra: UAU. Um épico que já nos colocava instantaneamente no clima da aventura.
Final Fantasy XII
Antes de tudo, deixe-me esclarecer uma coisa: eu pulei a geração 32-bits, fui do SNES direto para o PS2, adquirido em 2004. Dessa forma, meu primeiro Final Fantasy em 3D foi o controverso décimo segundo capítulo da franquia. Mas quer saber, adoro aquele jogo.
Tecnicamente, ele é impecável. Gráficos e som magníficos. O sistema de lutas mudou drasticamente, deixando de lado as batalhas aleatórias e adotando lutas em tempo real. Como eu agradeci aos céus por esse momento. Era o fim das luta aparecendo do nada.
Coisas para fazer também não faltavam. Se não me falha a memória, meu save tinha umas 150 horas de jogo. E eu nem tinha chegado a matar Yazmat, chefe secreto com 50 MILHÕES de pontos de HP. Só para comparar, o segundo maior HP era do Hell Wyrm com 8,9 milhões, e ele já dava um baita trabalho. Coisa de quase 1 hora.
A história e os personagens são o ponto mais criticado desse episódio e eu até concordo que em alguns pontos ela deixa a desejar. Mas não acho que seja tão ruim como alguns falam. Talvez tenha faltado um foco e desenvolvimento melhor a alguns personagens (Balthier, estou olhando para você), mas aquela versão do universo de Ivalice me traz muitas boas memórias.
Dragon Quest VIII: Journey of the Cursed King
Foi o último jogo que passou pelo meu PlayStation 2 antes do PS3 assumir o posto de console principal. E foi um encerramento digno de um campeão.
Se por um lado FF XII trazia varias inovações, DQ VIII era o clássico na sua essência. Por mais clichês que possamos encontrar nele, é tudo tão bem executado que, o que poderia ser um problema, acaba sendo algo extremamente agradável.
Nem tenho muito o que falar aqui. Se você busca um RPG japonês em sua essência “raiz”, com tudo o que o estilo tem de bom, o oitavo capítulo de Dragon Quest é uma das melhores opções que você pode ter. Atualmente o jogo recebeu um port para dispositivos móveis, mas bem que poderiam lançar uma versão HD para os consoles atuais.
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Essa foi minha singela homenagem a esse console que foi um marco para toda a indústria de jogos e para a sociedade em geral. Podemos dizer que foi o PlayStation 2 o grande responsável por massificar a cultura dos jogos para o grande público, bem como mostrar que videogames definitivamente já não eram mais coisas só de criança.
Esses foram os jogos que me marcaram na época. Agora convido você também, amigo leitor, a fazer o mesmo, nos comentários. Divida conosco os bons games e os bons momentos que você teve ao lado desse mito da história dos jogos.
Revisão: José Carlos Alves
Capa: Felipe Araujo
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