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Análise: Flyhunter Origins coloca um zelador alien em um mundo de insetos

Lançado inicialmente para plataformas mobile, o jogo é uma razoável estreia da Steel Wool Games no mundo dos videogames.

Após um certo sucesso nas plataformas mobile, Flyhunter Origins chegou ao portátil da Sony com boas expectativas, já que controles físicos são bem melhores do que virtuais. Esse é o primeiro projeto do pessoal da Steel Wool Games, que por sua vez conta com diversos veteranos da área de animação da Pixar, que trabalharam em filmes como Ratatouille e Brave, dentre outros. Eles escolheram o gênero de plataforma 2D por pura admiração aos jogos daquela época, que fizeram tanto com tão pouca tecnologia.


A história por trás do game é simples e poderia até mesmo fazer parte de um jogo para crianças da Pixar, daqueles que recebem bonecos baseados nos personagens. Zak é o protagonista. Ele é um minúsculo alien zelador em uma espaçonave que está levando moscas como carga e verdadeiros Flyhunters dormindo em estado criogênico. Acidentalmente, ele libera ambos num planeta. Agora nosso pequeno herói precisa encarar um mundo com perigosos animais para recuperar esses insetos perdidos e resgatar os caçadores de moscas.
Aquela cara que você faz quando sabe que fez besteira!
Logo de início, o que chama a atenção é o visual do jogo e personagens. Zak é um ótimo e carismático herói que precisa encarar esse mundo enorme, com aranhas, abelhas e outros bichos que seriam banais para uma pessoa, mas são uma grande ameaça para um alien tão pequeno. Demonstrando toda a experiência da equipe, os ambientes do game ficaram bastante naturais, transportando o jogador para esse mundo de perigos, no qual um sapo ou aranha espreitam a cada pulo. Em contraste a esse ambiente selvagem, há outros de pura ficção científica, dentro de naves espaciais, com direito a robôs assassinos e armadilhas incineradoras, na maioria das vezes no controle da Flyhunter Ara — a protagonista secundária.
Apesar do belo visual, não dá para não notar as quedas constantes de quadros por segundo durante a jogatina. Em alguns momentos de maior precisão, os saltos são prejudicados, mas nada que chegue a comprometer substancialmente a partida, já que o nível de habilidade exigido é muito baixo. Outro problema ocorrido nesse port foram travamentos de tela. Não foram frequentes, é bem verdade, mas por duas vezes foi necessário reiniciar a fase.
Tela travada!
Não há mistério algum na jogabilidade de Flyhunter Origins. Você faz o que já está acostumado a fazer em qualquer jogo de plataforma 2D, partindo do ponto A, pulando de uma superfície a outra, passando por obstáculos até chegar ao ponto B. Graças a um jetpack, é possível dar um pequeno impulso no ar, praticamente da mesma forma que um pulo duplo. Como armas, Zak conta apenas com um mata-moscas para destruir alguns dos animais, e uma pistola atordoante que os paralisa por alguns segundos; enquanto Ara possui apenas a pistola.

Há momentos nos quais o gameplay é alterado, quando Zak precisa voar atrás de uma mosca em uma perseguição em 3D, que lembra as corridas de Earthworm Jim contra Psycrow, sendo que o objetivo é acertar a mosca ao se aproximar o suficiente dela até que ela seja derrubada. Não há como perder, se você acertar em algum obstáculo, apenas irá se distanciar do seu alvo por um momento.
Tentar acertar uma mosca em pleno voo, quem nunca?
Segundo os desenvolvedores, o objetivo deles ao criar o game era deixá-lo acessível para crianças a partir dos seis anos de idade e, ao mesmo tempo, desafiador para pessoas de todas as faixas etárias. Essa tarefa não é exatamente das mais fáceis, pois o que a maioria das crianças novinhas conseguem realizar não é muito desafiador para as mais velhas. Em Flyhunter, a tarefa não foi realizada com sucesso, pois os desafios têm um nível baixo de dificuldade e, para facilitar ainda mais, há checkpoints constantes e vidas infinitas.

Menor que o tamanho do protagonista é a duração do game. Em duas horas, é possível finalizá-lo sem muita dificuldade. Se você quiser coletar todos os ovos encontrados nas fases, pode ser que aumente mais uma hora de gameplay. Contudo, não há realmente um bom motivo para você correr atrás desses ovos, que apenas servem para comprar upgrades completamente desnecessários para as suas armas. Se o jogo já é muito fácil, aumentando o poderio ofensivo vai acabar de vez com o desafio. Ainda assim, são apenas dois upgrades baratos, que não custam tantos ovos. Depois de finalizado, é possível revisitar qualquer uma das fases, mas não há qualquer incentivo para fazê-lo, já que o jogo não conta com colecionáveis ou desafios extras.
O pessoal da Steel Wool Games fez um trabalho muito bom no que eles mais entendem: visual e animações do jogo, bem como na criação dos personagens, bem-humorados e carismáticos. Em compensação, deixaram a desejar em outras áreas, principalmente no polimento do título, que conta com travamentos e quedas de quadros por segundo. Além disso, o game é muito curto, podendo ser finalizado em apenas duas horas. Para o primeiro trabalho da equipe, Flyhunter Origins é um bom começo. Esperemos que nos próximos games da desenvolvedora os problemas sejam resolvidos e os acertos mantidos.

Prós

  • Belo visual;
  • Personagem carismático e história bem-humorada.

Contras

  • Travamentos ocasionais;
  • Quedas de quadros por segundo;
  • Muito curto.
Flyhunter Origins — PlayStation Vita — Nota: 7.0
Revisão: Catarine Aurora
Capa: Diego Migueis

é formado em Direito pela UFRN. Joga videogame desde os tempos do Atari e sempre acompanha as novidades na indústria de jogos. Está no Facebook e no Twitter.

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