No ano de 1996, a Sony lançou PaRappa the Rapper para PlayStation. O jogo obteve um bom retorno com uma mecânica ainda pouco explorada: manter o ritmo da música ao pressionar os botões que apareciam na tela na ordem e tempos corretos. E, com seu sucesso, outros títulos seguiram esse caminho, como UmJammer Lammy. A Enix resolveu tentar a sorte com um jogo nesse estilo: Bust a Move: Dance & Rhythm Action. E, como já existia um Bust-a-Move nos EUA referente à série Puzzle Bobble, o jeito foi alterar o nome para lançarem fora do Japão. Com uma pequena alteração, chegamos a Bust a Groove, precursor dos arcades de dança como Dance Dance Revolution e Pump It Up. Conheça um pouco mais dessa história agora.
Até as matérias de revistas na época ligavam Bust A Groove/Move com PaRappa The Rapper. Essa é de uma prévia feita pela Computer Video Games no começo de 1998 |
Escolha seu estilo
Bust a Groove traz à tona dez personagens lutando para ser o
dançarino número um. A dança de cada um deles consegue gerar uma energia
misteriosa conhecida como Groovetron. E ela consegue feitos incríveis como
manipulação de elementos ou dar vida a objetos. São eles: a pintora Frida, o breakboy Heat, o
gordinho Hamm, o bandido Strike, a atriz Kitty-N, o misterioso cientista Gas-O, a garotinha Shorty,
o dançarino dos anos 1970 Hiro, a
diva Pinky Diamond e a cosplayer Kelly. Além deles também existem outros
quatro personagens desbloqueáveis.
São diversos personagens para se familiarizar |
Todos terão de ser enfrentados, não importando qual personagem
você escolheu. A dupla alienígena Capoeira
aguarda os vencedores. E após esse desafio ainda faltará superar um oponente
final. O gigante Robo-Z está atacando uma cidade, e só o poder da dança
consegue detê-lo. Derrote-o para provar que você possui os melhores movimentos
de dança e merece controlar o Groovetron para outros fins.
Cada um dos dez personagens é baseado em estilos musicais. Seus
movimentos, história e músicas tema são ligados a esse estilo. Também existem
outros personagens secundários relacionados aos principais que podem ser
desbloqueados, como o rato de Shorty ou o cachorro que trabalha no fast-food de
Hamm. No total temos os seguintes estilos musicais representados: disco,
eletrônica, funk norte-americano, hip-hop, jazz, pop, rap e até mesmo a nossa
capoeira!
Fight!
A jogabilidade de Bust a Move lembra um jogo de luta por ser
baseada em combates mano a mano entre dois dançarinos. Você executa comandos
predeterminados para dançar e aquele que acumular mais pontos no final da
música vence. Porém esses combates ficariam empatados caso os dois sempre
dançassem os movimentos que mais valem pontos sem erro. Também é possível
atrapalhar seus oponentes realizando golpes especiais para não ficar monótono
ou inverter um combate perdido. Ao acertar o golpe, você interrompe o combo
atual do oponente e o faz recomeçar com movimentos simples. Mas também é
possível desviar com o botão de esquiva.
Shorty atira diversos bombons em Hiro, parando ele por alguns segundos |
Cada personagem possui seu próprio especial, normalmente
relacionado com seu tema. Por exemplo, Heat lança uma enorme chama em seu
adversário e Hamm joga um hambúrguer gigante para esmagá-lo. Já Strike utiliza
duas armas para atirar em seu oponente. Ou seja, sempre ligado ao tema e origem
do personagem. Mas não adianta tentar ganhar só com especiais. Como são usos
limitados, a vitória só vem no campo de dança.
Dançando com os dedos
Assim como em PaRappa the Rapper, você vai precisar acompanhar
o ritmo da música e pressionar os comandos que aparecem na tela na ordem
correta e no tempo da música. Normalmente o jogo lhe apresenta duas opções de
comandos, uma mais simples e outra mais complexa. No começo, a única diferença
vai ser apertar círculo ou X no momento correto. Porém, os próximos comandos
que você precisa realizar serão mais complexos ao envolver também as setas do
direcional e a necessidade de pressionar círculo ou X mais de uma vez. Após realizar um combo de
oito movimentos contínuos, o nível de dificuldade dos seus movimentos aumenta,
e deixando os movimentos iniciais do combo mais difíceis. Mas isso também
aumenta os pontos que eles valem.
A dificuldade dos comandos aumenta conforme seu combo vai se acumulando |
Esses comandos são iguais para todos os personagens, e somente altera a visualização dos movimentos que eles realizam no cenário. Portanto,
você não vai sentir diferença ao trocar de personagem na maioria do tempo.
Todas as músicas possuem um pedaço
“solo”. Nessa parte, cada dançarino vai realizar uma sequência sozinho enquanto
o outro aguarda sua vez. Esses são movimentos mais complexos e visualmente bem
mais legais que o restante. Como cada personagem possui comandos totalmente
diferentes para o solo, é possível diferenciar bastante o estilo de dança
deles.
Enquanto alguns possuem sequências fáceis de solo, se prepare para sofrer com o da Kitty-N ou Robo-Z |
Focando no vencedor
Bust a Groove tem como defeito não mostrar os pontos que você e
seu oponente possuem a cada momento. O único jeito de saber se você está
ganhando o combate é através da câmera. Ela inicia centralizada, e vai virando
e começa a focar o personagem com mais pontos conforme alguém vá abrindo uma
diferença. Caso o outro lado alcance aquele que estava vencendo, a câmera volta
a se centralizar até que novamente exista uma diferença na pontuação.
Nesse caso o Heat da direita está ganhando o embate, por isso a câmera está focando mais nele do que em seu oponente |
Uma coisa legal é que os cenários se alteram conforme você
alcança uma quantidade predeterminada de pontos. Isso acontece duas vezes por
fase devido à geração de Groovetron pelos combatentes. Por exemplo, o cachorro
que trabalha no fast-food de Hamm se junta à dança, ou o apartamento de Kitty-N se abre junto com diversas telas acessas. Se chegar ao
final da música com todas as mudanças executadas, o lado vencedor do embate
realiza um bis, chamado de Fever Time. É bem legal alcançar isso em todas as
fases para conhecer um pouco mais dos movimentos de dança do seu personagem.
Shorty acaba de faturar um Fever Time! |
Passos finais
Bust a Groove teve suas músicas traduzidas do japonês para
inglês na versão norte-americana e europeia, assim como pequenas adaptações
para não ofender o público dessas regiões. Chegou a receber uma continuação
direta com Bust a Groove 2 ainda
para o PlayStation e indireta em Dance
Summit 2001 para o PS2. E apenas o Japão recebeu uma versão arcade
desenvolvida pela Atlus, com o nome
de Bust-a-Groove. Essa versão
funcionava com botões como setas direcionais para esquerda, direita e cima mais
um botão Dance! para serem pressionados com as mãos. Além disso, a máquina
possuía um pedal que ao ser pressionado funciona como a seta inferior.
A versão arcade com seus pedais abaixo |
Era extremamente divertido perder algumas horas dançando
enquanto tentava acertar aquele solo na dificuldade máxima ou assistir o Fever
Time em todas as fases. Sempre tinha aquela música com o tempo mais complicado
ou a máquina atacando com o especial no pior momento possível. Se você curte
hoje jogos rítmicos, como Elite Beat Agents ou Theatrhythm Final Fantasy, eu recomendo
conhecer ou relembrar de Bust a Groove. Porém, como ele só esta disponível para
PS3 via PSN japonesa, fica complicado o seu acesso hoje em dia.
E você, leitor, aproveitou bastante esse clássico do PS? Ficou
com as músicas na cabeça, ou se irritou cada vez que precisou pausar o jogo e
teve que recomeçar um estágio do zero? Deixe seu comentário!
Revisão: Alberto Canen
Capa: Wellington Aciole
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