A terceira dimensão
Cinco anos após o lançamento do primeiro Mortal Kombat, a Midway, empresa criadora da franquia, já tinha conhecimento do grande sucesso que a série fazia ao redor do mundo, graças aos seus personagens e, é claro, às finalizações brutais que esses podiam fazer. Até essa época, entretanto, a franquia ainda usava o modelo de gráficos utilizado no primeiro jogo, no qual os lutadores eram recriados com ajuda de atores, o que trazia certas limitações nas animações.Eis que, aproveitando a experiência no uso de computação gráfica adquirida com o péssimo War Gods (game criado pela Midway dois anos antes), Ed Boon e companhia lançam Mortal Kombat 4, que trazia, pela primeira vez na história da franquia, todos os cenários e lutadores criados apenas por computadores.
Agora era possível ver seus fatalities em vários ângulos |
No fim é tudo Mortal Kombat
Uma das grandes preocupações da empresa era que essa transição, embora trouxesse elementos novos como a possibilidade de andar de forma angulada nas fases, não mudasse a forma clássica de se jogar Mortal Kombat já que essa jogabilidade simples e fluida era um dos principais fatores que fez o jogo virar um grande sucesso.E esse objetivo foi alcançado. No fim das contas, a jogabilidade ainda possuía a essência dos games antecessores, como a velocidade nos combos de curto alcance ou os clássicos uppercuts, o que tornava MK 4 uma experiência agradável para os fãs novos e antigos da franquia. É claro que algumas inovações foram feitas, muitas delas motivadas pelo novo esquema de desenvolvimento gráfico do jogo. Além da movimentação angular, que transformava as fases em arenas circulares de pura brutalidade, era possível, em alguns cenários, pegar objetos do chão como caveiras ou pedras e arremessá-las no oponente. O jogo também foi o primeiro a contar com armas, como espadas e machados, algo que seria profundamente explorado ao longo dos títulos lançados na geração seguinte.
"Fica frio aí enquanto eu pego minha arma" |
A história do Deus caído
Nada de Shao Kahn ou Shang Tsung nesse jogo, em Mortal Kombat 4, o grande perigo para o Earthrealm era Shinnok um elder god que foi banido do território sagrado e aprisionado no Netherrealm onde deveria permanecer pelo resto da eternidade. Centenas de anos depois, entretanto, Shinnok consegue, com ajuda de Quan Chi (personagem que seria fundamental nos eventos seguintes da série), escapar do Netherrealm e conquistar Edenia. Com a ameça do deus caído crescendo, Raiden convoca mais uma vez os guerreiros da terra para proteger não só o Earthrealm como os próprios elder gods.À exceção da primeira aparição do bruxo Quan Chi, o enredo de MK 4 trouxe poucas coisas marcantes à história geral da série. Shinnok se mostrou um vilão com pouco carisma, Ed Boon inclusive falou em entrevistas que a equipe deveria ter escolhido um vilão mais marcante e poderoso, e sem nada de inovador (seu principal poder era de virar outros personagens do jogo, característica marcante de Shang Tsung).
Revivendo um clássico
Embora MK 4 tivesse uma história fraca e um antagonista sem força alguma, esse jogo de luta virou um clássico por ter sido o primeiro a lançar a franquia no mundo da computação gráfica e das três dimensões. Com sua jogabilidade fluida e divertida, algo herdado dos seus antecessores, e com os fatalities que viraram marca registrada da série, Mortal Kombat 4 era o fim que a série merecia nos consoles da 5ª geração.
Revisão: Catarine Aurora
Capa: Diego Migueis
Capa: Diego Migueis
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