No centro dos holofotes
Como um jogo rítmico, Project Diva F não é muito diferente do que o que normalmente se vê entre títulos do gênero. Bebendo sobretudo de Osu!, a mecânica consiste pressionar dos botões do DualShock em sincronia com os símbolos coloridos que vão aparecendo na tela. Quanto mais preciso você for, mais pontos marcará, e consecutivamente sua performance receberá prêmios. Há, é claro, toda uma matemática por trás das pontuações e scores, e, embora dominar essas condições não seja essencial para curtir o jogo, é bom entendê-las para controlar melhor seus resultados.
Apertar os botões é claramente uma ação mais fácil, precisa e justa para jogos de ritmo, diferentemente dos controles de movimento e sua insegurança quanto ao feedback. Usar botões em Project Diva F em vez do PS Move aumenta o leque de dificuldade do jogo: temos os diferentes níveis de dificuldade que, de forma gradual, trazem a absurda diferença entre os modos mais fáceis e mais trabalhosos. O problema fica mesmo para os comandos que funcionam através da alavanca analógica: é difícil executá-los rapidamente quando há muitos para serem feitos de uma vez. Há um item que substitui a alavanca pelos botões L1, R1, L2 ou R2, mas infelizmente o número de itens que se pode usar nas músicas é limitado, e gastar um para cobrir esse desconforto do controle poderá atrapalhar-lhe depois.
São muitas coisas disputando sua atenção na tela, então fique esperto |
Há mais de quarenta músicas para jogar, uma seleção de trilhas que irá agradar os fãs de carteirinha de Hatsune Miku e sua turma e irá apresentar bem a discografia aos novatos. Como qualquer outra música pop moderna, as faixas contém vários instrumentos musicais, vocal e vocais de fundo. Porém, infelizmente, a mecânica rítmica não dá conta muito bem de tudo isso. Diversas vezes, me vi perdido ao tentar descobrir qual ritmo da música seguir para pressionar os botões.
O resultado foi uma dependência grande dos olhos, e não dos ouvidos, o que não é muito interessante para um jogo de música. E mesmo a referência visual é problemática, já que os sinais dos botões aparecem por todos os cantos da tela, competindo com o alucinante clipe da música pela atenção de seus olhos. É muito fácil ficar confuso com Hatsune Miku, um ponto a menos para quem quer lutar por scores altos.
O resultado foi uma dependência grande dos olhos, e não dos ouvidos, o que não é muito interessante para um jogo de música. E mesmo a referência visual é problemática, já que os sinais dos botões aparecem por todos os cantos da tela, competindo com o alucinante clipe da música pela atenção de seus olhos. É muito fácil ficar confuso com Hatsune Miku, um ponto a menos para quem quer lutar por scores altos.
Hatsune Miku: ame-a ou deixe-a
Embora jogos inspirados em outras mídias não costumem trazer uma identidade visual de qualidade, isso não se aplica a Project Diva F. Mesmo que não chegue ao esplendor gráfico de um The Last of Us (PS3) da vida, o jogo rítmico da Sega aproveita muito bem o hardware do console da Sony. O game inteiro funciona através de modelos poligonais, todos com ótimas texturas e muito bem animados. O resultado é como um anime tridimensional, já que o design de Hatsune e sua turma é inspirado nessa cultura japonesa.
Os vários clipes que acompanham as músicas utilizam esse primor visual para nos apresentar cenas empolgantes. Por mais confusa que a mecânica rítmica seja, é difícil não se sentir animado com tanta coisa acontecendo na tela. Há, inclusive, coisas bem bizarras, como tocar para uma plateia de presidiários e cantar em cenários cósmicos. Neste sentido, Project Diva F está até mesmo a frente dos shows ao vivo de Hatsune.
No entanto, quem não é fã da diva virtual e suas músicas Vocaloid (sintetizador de som usado para os vocais hologramáticos) provavelmente não irá curtir o conteúdo de Project Diva F. Não é um jogo com uma seleção de músicas pop de vários artistas e épocas (como Just Dance), mas uma grande homenagem musical a uma única estrela: a própria Hatsune Miku. Essa falta de variedade provavelmente afastará quem não conhece previamente a diva, e muito pouco o jogo faz para apresentá-la a novatos. O modo de customização de Hatsune e seu quarto e a grande quantidade de músicas para se baixar, por exemplo, só servem aos fissurados pela diva.
Para coroar o fan service de Project Diva F, há dezenas de artworks das personagens feitas por vários artistas para as telas de loading. Pode ser um detalhe insignificante, mas mostra o cuidado com o gosto dos fãs da diva. Embora o gameplay não seja lá muito diverso (não há modos de jogo que alterem substancialmente a experiência de jogo), há algumas maneiras de customizar as divas. A começar pela própria escolha entre qual personagem irá executar aquela faixa, há vários acessórios, roupas e adereços para personalizar o visual de sua diva quase que como uma boneca.
Os itens também exercem um papel interessante, podendo ajudar os jogadores iniciantes (por exemplo, fazendo vista grossa para algumas imprecisões com os botões) e aumentando o desafio dos mais experientes (por exemplo, adicionando mais algumas regras ao jogo).
Os vários clipes que acompanham as músicas utilizam esse primor visual para nos apresentar cenas empolgantes. Por mais confusa que a mecânica rítmica seja, é difícil não se sentir animado com tanta coisa acontecendo na tela. Há, inclusive, coisas bem bizarras, como tocar para uma plateia de presidiários e cantar em cenários cósmicos. Neste sentido, Project Diva F está até mesmo a frente dos shows ao vivo de Hatsune.
Os clipes e animações são um ponto forte do jogo |
Não nos conhece? Não espere ser bem apresentado nesse jogo |
Bis?
Para coroar o fan service de Project Diva F, há dezenas de artworks das personagens feitas por vários artistas para as telas de loading. Pode ser um detalhe insignificante, mas mostra o cuidado com o gosto dos fãs da diva. Embora o gameplay não seja lá muito diverso (não há modos de jogo que alterem substancialmente a experiência de jogo), há algumas maneiras de customizar as divas. A começar pela própria escolha entre qual personagem irá executar aquela faixa, há vários acessórios, roupas e adereços para personalizar o visual de sua diva quase que como uma boneca.
Os itens também exercem um papel interessante, podendo ajudar os jogadores iniciantes (por exemplo, fazendo vista grossa para algumas imprecisões com os botões) e aumentando o desafio dos mais experientes (por exemplo, adicionando mais algumas regras ao jogo).
O resultado é um game divertido. Mesmo que você não seja muito familiar com Hatsune Miku e sua turma (e não espere que o jogo vá ajudar nisso), é difícil não se empolgar com as canções executadas em clipes tão coloridos e animados. Há, sim, problemas em Project Diva F. A começar pela confusão visual e sonora, o jogo tem imprecisão nos comandos pela alavanca analógica e é pouco atrativo para quem não conhece a série. Ainda assim, é uma adição interessante à biblioteca do PS3 e PS Vita. Se você é fã de carteirinha dos Vocaloids de Hatsune Miku, não perca tempo (ou perca mesmo e espere pela versão do ano que vem).
Prós
- Boa seleção de músicas agradará fãs;
- Clipes bem feitos empolgam bastante;
- Interessantes opções de customização do personagem e das condições de jogo;
- Mecânica de jogo divertida
Contras
- Falta de variedade de gameplay;
- É difícil acompanhar o jogo pela música;
- Poluição visual atrapalha a precisão dos controles;
- Comandos pela alavanca analógica são imprecisos;
- Pouco atrativo para quem nunca foi apresentado a Hatsune Miku.
Hatsune Miku: Project Diva F - PS3 - Nota: 7,5
Revisão: Leonardo Nazareth
Capa: Vitor Nascimento
Só 1 comentário? Miku merece mais minha gente =D
ResponderExcluirMas em relação à nota, eu achei realmente justa. 7,5 tá bom pra um jogo de ritmo.
Ainda fico com a ideia na cabeça de que a Sega não gosta de ganhar dinheiro. rsrs
Uma ideia excelente seria fazer um jogo pra kinect (aproveitar agora que o do XO tá tinindo) da Hatsune ou do Space Channel 5. O da Hatsune poderia ser ainda algo ao estilo rockband e ao invés de ter pessoas na guitarra, bateria e baixo, teria lugar pra até 4 jogadores, dois cantando e dois dançando. Seria excelente também, já que quem gosta de Vocaloid é a galera otaku, conseguirem permissão para fazerem versões de músicas de anime com o pessoal de vocaloid cantando. (ou pelo menos aparecendo na tela caso seja o caso da pessoa for cantar ao invés de dançar.)
No caso do Channel 5 bastaria licenciarem as músicas do Michael Jackson com algumas do Will.I.am, ou Black Eyed Peas mesmo, e por naquele ritmo aventura/dança dos 2 de dreamcast e saturn que ia fazer mó sucesso. Ia ser a inovação pra jogabilidade que tanto procuram.