Acelerando fundo
A característica mais marcante de Dominator, e que o caracteriza mais ainda como um spin-off, foi a retirada do famoso modo Crash (em que o jogador tinha que controlar um carro a fim de causar o maior acidente de trânsito possível) para manter um foco maior nas corridas propriamente ditas. Embora tenha retirado um modo de jogo presente em jogos anteriores, esse não é um daqueles spin-offs que tem como objetivo revolucionar a forma de se jogar uma determinada franquia. Na verdade é exatamente o oposto.Dominator pode ser considerado uma homenagem aos primeiros jogos da série, devido à fidelidade com o
gênero, apesar de uma ou outras mudanças. Uma prova disso é a volta dos chamados Burnouts, que deram nome a série, mas haviam sido retirados em Revenge. Basicamente esses são um prolongamento do conhecido Turbo da série, mas ao contrário de lhe dar mais velocidade, o objetivo dos Burnouts é emendar diversas loucuras (como drifts, batidas, e dirigir na contramão) a fim de manter o turbo pelo maior tempo possível, permitindo até mesmo usá-lo por toda a corrida.
Correr de todas as formas possíveis
Embora a retirada do carismático (e muito divertido) modo Crash tenha sido um impacto para os fãs da série, a EA UK tentou ao máximo suprir sua falta com a adição de diversos modos de corrida para complementar a tradicional. Um deles é o Road Rage cujo objetivo é única e exclusivamente derrubar todos seus oponentes e, diga-se de passagem, há muitas formas de se fazer isso. Além das diversas batidas que você pode forçar um oponente a fazer, era possível controlar seu carro após você mesmo tê-lo batido jogando-o de volta para a pista e transformando-o numa arma em potencial.Lembra-se de qual era a forma de manter seu Burnout aceso por mais tempo? Então, em outro modo chamado Maniac Mode (belo nome por sinal) o objetivo é fazer tantas loucuras quanto o jogador puder imaginar evitando, entretanto, bater seu próprio carro. Com um tempo finito (que vai sendo aumentado junto com o caos gerado pelo jogador) esse modo é um dos mais divertidos presentes no jogo. Isso se deve ao fato de que ele mantém o jogador em uma linha muito estreita que separa a insanidade pura (dirigir na contramão, passar a milímetros de outros carros ou fazer drifts de quilômetros de distância) de acidentes terríveis que custavam muito tempo ao jogador, cabendo a esse decidir quais as melhores horas para arriscar fazer alguma manobra perigosa.
Sai da frente!
Outro destaque de Dominator é o design das fases em que toda essa “loucurada” acontecia. Desde pequenas estradas no mato até grandes metrópoles, todas as pistas são muito bem desenhadas e apresentam um traçado que desafia o jogador constantemente. Como se não bastasse a variedade de cada uma, caso algum acidente ocorresse em pontos específicos da fase, novos caminhos se abriam, permitindo o uso de atalhos. Isso deixava a corrida ainda mais frenética e emocionante visto que o jogador tentava sempre que possível forçar essas passagens “secretas” no começo da fase, afim de abusar dos atalhos por toda a corrida (algo fundamental a medida que o jogo fica mais difícil).Frenético do início ao fim
Burnout Dominator é um bom jogo, mas não perfeito. Embora os modos de corrida sejam divertidos e diversifiquem um pouco a experiência, a ausência do modo Crash é sentida depois de algum tempo. Mas nem por isso esse deixa de ser um clássico do PS2 e uma excelente alternativa para aqueles que procuram uma desculpa para tirar a poeira do nosso velho amigo. Só não se esqueçam de usar o cinto de segurança, viu?
Revisão: Rafael Neves
Capa: Felipe Araujo
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