RPG transgênico
Quantas vezes você já salvou o mundo da destruição? |
Utilizamos vários itens do inventário para transpor obstáculos, alcançar tesouros e avançar na história |
Você começa a aventura de uma forma um tanto quanto inusitada, através de uma narrativa não-linear. Escolhendo cada um dos três personagens principais, seu objetivo inicial será entender um pouquinho da história e das motivações de cada um enquanto caminha no jogo em direção a fazer com que o destino dos três heróis se cruze. Graças a esse desenrolar, ficamos conhecendo logo de início um bom bocado sobre a cultura e a mentalidade das pessoas desse mundo enquanto também logo vamos tomando consciência do atual e preocupante estado em que se encontra o planeta graças ao processo degenerativo desencadeado pelos demônios.
Mas o jogo vai muito além dos vários puzzles que são quase sempre fáceis de serem resolvidos. Como forma de conectar mais ainda os gêneros aventura e RPG, você aumentará os atributos de seus personagens não apenas através das muitas batalhas por turno contra dezenas de tipos de inimigos. A recompensa por você explorar e resolver todos os enigmas de cada canto dos cenários, seja de cidade ou de dungeon, muitas vezes virá na forma de power-ups para atributos específicos que farão com que você ganhe um leve aumento definitivo para um dado atributo a cada vez que você possuir e resolver usar um destes itens. Além de incentivar um maior estado de imersão no mundo do jogo, isso nos permite ter um certo controle na forma como os três protagonistas se desenvolvem.
Caçadores de Sonhos
Antes de ficarem popularmente conhecidos como os salvadores de Filgaia, os três heróis de Wild Arms serão conhecidos em um momento ou outro ao longo da história como Caçadores de Sonhos, pessoas de reputação duvidosa que viajam pelo mundo sem rumo definido atrás de aventura e recompensas. Cada um dos membros desse trio tem traços bem distintos um do outro, e se complementam muito bem tanto intelectualmente como quando na forma de uma party para as batalhas.
Rudy |
Rudy Roughknight é o personagem mais enigmático da história, um Caçador de Sonhos que logo nos passa a impressão de ser um garoto de hábitos simples, com boa vontade e um coração puro, mas de quem quase nada sabemos verdadeiramente a respeito. Apesar da pouca agilidade, em comparação aos outros dois protagonistas, ele é o único do grupo capaz de usar os equipamentos conhecidos como ARMs, que possuem grande poder de destruição. Além disso, o jovem de apenas quinze anos de idade é dotado misteriosamente de uma força sobre-humana, o que fez com que a maioria das outras pessoas sempre o temessem e o repelissem para fora da sociedade assim que se davam conta disso.
Jack |
Cecilia |
Cecilia Adlehyde é a princesa de um dos maiores reinos de Filgaia. Ela foi educada desde muito jovem num convento com o intuito de se tornar uma grande conhecedora e usuária de magia. Aos dezesseis anos, quando estava prestes a retornar à sua terra natal para assumir seu lugar como princesa, um chamado de uma das deidades mantenedoras da vida em Filgaia, conhecidas como Guardiões, coloca a garota na posição de uma das peças principais para a salvação de todo o planeta. Após a ameaça de destruição iminente chegar com toda a força ao seu reino, ela embarca em uma aventura para tentar salvar o mundo e recuperar a Teardrop, uma relíquia sua que é fundamental para o desfecho da guerra e para o futuro de Filgaia.
Diversão imersiva, pura e simples
Já andou de Golem? |
Wild Arms conta com vários elementos que todos os fãs de RPG tradicional por turnos adoram |
Para que salvemos Filgaia de seu destino apocalíptico precisaremos nos mudar para lá por cerca de 40 horas. O título só aparentemente não inova em nada, mas a verdade é que nele conseguiram misturar elementos incomuns de encontrarmos juntos em um mesmo jogo até nos dias de hoje. Elementos capazes de nos proporcionar uma aventura longa, divertida, de mecânica simples e funcional, com uma boa dose de personagens carismáticos e muitas reviravoltas. Wild Arms ainda hoje pode angariar fãs entre os que não priorizam tanto os avanços técnicos na questão gráfica. E para os que realmente não curtem um visual retrô com sprites, mas que ainda assim se interessaram pelo apelo conceitual da série, vale lembrar que foi lançado para o PlayStation 2 uma versão remake deste jogo, intitulada Wild Arms Alter Code: F.
Revisão: Leandro Freire
Capa: Felipe Araujo
Capa: Felipe Araujo
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