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Análise: Sly Cooper: Viajantes do Tempo (PS3)

Anunciado na E3 2011, Sly Cooper: Thieves in Time  mostrou que sofreria uma reinvenção em seu visual, isso em parte porque não seria mais a ... (por Unknown em 24/02/2013, via PlayStation Blast)

Anunciado na E3 2011, Sly Cooper: Thieves in Time mostrou que sofreria uma reinvenção em seu visual, isso em parte porque não seria mais a Sucker Punch quem desenvolveria a série, mas sim a Sanzaru Games. A companhia possui cinco anos de vida, 60 funcionários e pouca experiência, sendo que a maioria do seu trabalho foi em ports (um foi The Sly Collection) e em games pouco conhecidos. Com Thieves in Time, o ressurgimento da franquia de sucesso do PlayStation 2 "Sly Cooper", a Sanzaru teve uma oportunidade de se destacar entre as grandes desenvolvedoras.

O jogo foi totalmente localizado para o português brasileiro, inclusive o título, sendo chamado por aqui de Sly Cooper: Viajantes do Tempo. Curioso para saber se a Sanzaru mandou bem com ele? Então confira o nosso review completo.

O retorno da Gangue Cooper

Sly 3
O último game da série foi Sly 3: Honor Among Thieves, lançado em 2007 para PlayStation 2. Ele ficou conhecido por trazer uma porção de minigames, multiplayer e um modo história muito bem trabalhado. Superá-lo foi uma tarefa muito difícil para a Sanzaru Games que, como dissemos, é uma novata na indústria. Em questão de imersividade ela não conseguiu mesmo ser superior ao trabalho feito pela Sucker Punch no terceiro título de Sly Cooper, mas chegou quase a igualá-la.

Muitos temiam o que poderia ser feito ao guaxinim e a sua gangue - já que a Sony deixou a série nas mãos de uma desconhecida - mas digo de imediato que, se você deseja fugir da rotina de shooters e outros caça-níqueis, jogue imediatamente Viajantes do Tempo. Ele traz uma nostalgia do PlayStation 2, a época em que a diversão era mais valorizada que o nome do jogo. Apesar de não ser voltado para o público adulto, o game consegue trazer horas em frente à televisão a qualquer pessoa, não importa o tamanho.


Seguindo a história contada em Sly 3, Viajantes do Tempo leva Sly, Bentley e Murray (e mais tarde Carmelita, esta sendo até mesmo jogável) em uma viagem pelo tempo (ah vá) para que o guaxinim se encontre com alguns de seus ancestrais ladrões, pois páginas do "Thievius Raccoonus" estavam sendo modificadas e apagadas misteriosamente. Em termo de história, Sly Cooper: Viajantes do Tempo leva a melhor em relação a seus antecessores, já que a deste título é mais abrangente e detalhada.

As Crônicas de Cooper: O Guaxinim, a Tartaruga e o Hipopótamo

Sly Cooper não seria ninguém se não fosse pelos seus companheiros leais desde a infância: a tartaruga Bentley - o cérebro do time - e o hipopótamo Murray - os músculos. Como nos jogos anteriores da franquia, é possível controlar os três protagonistas, sendo que cada um possui as suas próprias habilidades. Em Viajantes do Tempo, eles sofreram leves modificações, algumas que foram benéficas e outras que não. Veja abaixo as principais:
Sly Cooper
  • Sly: Continua sendo o mais habilidoso da gangue, sendo que ele pode facilmente fugir de guardas ao correr rapidamente e ao escalar construções. Possui agora um menu de roupas que pode ser acessado pelo L2. Os disfarces, ao contrário do Sly 3, não permitem que você passe despercebido pelos guardas, mas cada um dá uma nova habilidade ao guaxinim, o que é muito mais interessante. Elas vão desde ser imune ao fogo até conseguir retardar o tempo. Os novos equipamentos comprados na RedeLadrão (em inglês era "ThiefNet") não podem ser acessados apertando Select como antigamente, mas sim apertando algum outro botão, seja somente uma ou duas vezes. O único ponto negativo do "novo" Sly é que ele não pode correr quando está andando sob cordas.
  • Bentley: A tartaruga agora pode não só usar dardos tranquilizantes, mas também bombas. Em um menu, o que seria o mesmo de roupas do Sly, você pode escolher se seus dardos e bombas serão explosivos, tranquilizantes, atordoantes ou elétricos. Seu ponto negativo é que ele não possui mais a habilidade de dar um salto triplo com a cadeira de rodas.
  • Murray: Assim como Bentley e Sly, Murray também teu o seu menu de customização, o qual permite que escolhemos como serão os seus golpes - normais ou com fogo, por exemplo. Ele continua sendo forte o suficiente para enfrentar vários inimigos ao mesmo tempo. O ruim é que, no novo jogo, ele parece estar mais lento e alguns de seus golpes foram mudados de botão. O ataque aéreo era ativado clicando xis e depois quadrado, mas este último foi substituído pelo triângulo, o que gera um certo desconforto no início.
O trio inseparável

A linhagem de ladrões

A melhor novidade que a Sanzaru Games trouxe a Viajantes do Tempo certamente foi a possibilidade de controlar os ancestrais de Sly Cooper. No terceiro título da franquia, quando chegávamos na fase final e no cofre da família Cooper podíamos ver vários antecessores de Sly, o que nos dava uma certa vontade de um dia vê-los jogáveis em um game. Isso finalmente foi realizado. Confira quem são os que aparecem no título e suas principais habilidades:
Tennessee Kid Cooper
  • Rioichi: O guaxinim é proveniente do Japão Feudal, em torno do ano de 1600. Ele é um ninja que pode facilmente se locomover de um ponto para outro num piscar de olhos.
  • Tennessee Kid: O ladrão viveu no Velho Oeste, no final do século 19. Pode ser considerado o melhor de todos os ancestrais controláveis no game pois sua pistola pode matar vários inimigos ao mesmo tempo.
  • Bob: Esse é apenas um apelido dado por Sly, pois seu nome verdadeiro é muito complicado. Foi o primeiro membro da linhagem dos Cooper e viveu na Era do Gelo, 10.000 anos antes de Cristo. Pode ser considerado mais forte do que Murray.
  • Sir Galleth: O cavaleiro da Inglaterra Medieval (século 15) possui uma lança como bengala dos Cooper e, quando se prende em ganchos, pode facilmente escalar uma torre.
  • Salim: Ancestral de Sly da antiga Arábia (início do ano 1100), foi o fundador dos famosos 40 ladrões. Está velho e cansado quando Sly vai o visitar, mas apesar de insistir em uma aposentadoria, precisa ajudar a Gangue Cooper pois seus amigos também estão encurralados. Sua habilidade é poder escalar rapidamente uma corda ou corrente.

Quanto mais, melhor

Viajantes do Tempo trouxe muitas melhorias se compararmos ele com seus antecessores. A Sanzaru Games conseguiu acertar em cheio em alguns aspectos, o que trouxe muito mais longevidade ao título. O principal está nos colecionáveis que estão espalhados durante as fases. Eles são separados em garrafas, máscaras e tesouros, sendo que, ao coletar todos de um desses três, você irá desbloquear uma recompensa especial (além de troféus).

Tesouros bonitos, mas você irá demorar para completarsua coleção
O esconderijo da Gangue Cooper também recebeu um "upgrade". Ao invés de só ficarmos vendo os três ladrões e podermos acessar a RedeLadrão, agora podemos usar o L1 e o R1 para navegar pelo lugar. Nele encontramos: as roupas liberadas por Sly; a van da Gangue, que permite viajar para algum cenário anterior ou repetir uma missão; minigames, que são um fliperama e uma mesa de pingue-pongue e, por fim, os tesouros encontrados por Sly e seus ancestrais.

Murray não está dormindo, só está descansando os olhos
Nós também contamos com um radar inédito na série. Ele mostra os inimigos que estão por perto, o que facilita a montagem de uma estratégia. Ao apertar Select, o jogador pode ver um mapa completo da fase e o seu status nela (quantos colecionáveis você coletou, por exemplo).

Meu Brasil brasileiro

Como já foi dito anteriormente em nosso Blast Test de Sly Cooper: Viajantes do Tempo, o título foi totalmente localizado para o nosso idioma, contando com dublagem (não podemos habilitar as falas em inglês, o que é uma pena) e legendas em português brasileiro. Agora que o jogo completo foi lançado, podemos fazer uma análise mais profunda desse trabalho.

Bentley
Em geral a dublagem está muito boa, principalmente a do Sly e a do Bentley. No início não suportei a voz do Murray, mas conforme eu ia jogando consegui me adaptar. As dos demais personagens também dispensam comentários, realmente o estúdio que ficou responsável por essa parte da localização brasileira está de parabéns.

Porém, sempre há um porém. Em minha experiência houveram várias cutscenes em que os personagens ficavam mudos e só apareciam as legendas e a dublagem não condizia com elas. Agora os protagonistas também falam enquanto estamos jogando com eles, mas eles simplesmente não abrem a boca para isso, o que também deve ser um problema nas demais versões do título. Resumindo, a dublagem foi muito boa e ruim ao mesmo tempo.
Se você sente saudades dos bons jogos de PlayStation 2, não perca Sly Cooper: Viajantes do Tempo. E caso você tenha um PSVita, aí tem mais um motivo para a aquisição: você compra o game do console de mesa e ganha gratuitamente a versão do portátil. Apesar de ser o mesmo jogo, no Vita podemos continuar o save do de PS3 em qualquer lugar (e é de graça também, não tem do que reclamar).

Prós

  • Uma volta triunfante da franquia Sly Cooper e história muito bem contada;
  • Diversas novas habilidades para os protagonistas;
  • Possibilidade de controlar Carmelita no modo história;
  • Ideia de ancestrais Cooper jogáveis foi excelente;
  • A adição de colecionáveis, aumentando a longevidade do game;
  • Melhoria em diversos aspectos, como o esconderijo;
  • Dublagem e legendas em PT/BR.

Contras

  • Falta de multiplayer local, como teve em Sly 3;
  • Não houve a mesma diversidade que o jogo antecessor trouxe;
  • Algumas habilidades foram retiradas dos protagonistas;
  • Erros na sincronização de dublagem e legendas;
  • História curta e fácil.
Sly Cooper: Viajantes do Tempo - PlayStation 3 - Nota: 8.5
Revisão: Ramon Oliveira de Souza 

Escreve para o PlayStation Blast sob a licença Creative Commons BY-SA 3.0. Você pode usar e compartilhar este conteúdo desde que credite o autor e veículo original do mesmo.

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