O jornalismo de games é algo muito controverso. Há profissionais que simplesmente adoram falar de um jogo ruim, pois podem tecer comentários ácidos sem pudor. Por outro lado, há aqueles que não se sentem muito a vontade falando sobre um produto que não agradou. Eu me incluo na segunda categoria, mas por um motivo pontual: não gosto de escrever uma matéria sobre um jogo que é muito ruim, porque sinto que estou perdendo o meu tempo. Não me levem a mal, eu sei que é preciso levar a crítica ao leitor, mas é impossível escrever a matéria sem aquela sensação de que você poderia estar fazendo algo de útil, ao invés de apenas reafirmar para os gamers o quanto um título pode ser desastroso.
Outra questão importante: eu vejo muitos jornalistas famosos se gabando de escrever análises totalmente imparciais e sem juízos de valor. Besteira! Não existe isso de algo totalmente imparcial, os próprios argumentos escolhidos pelo autor já demonstram a sua predileção por um ponto de vista. Dito isso, já adianto para vocês que a matéria de hoje será escrita por alguém que simplesmente odiou um jogo, e todos os meus comentários vão nessa direção. Enfim, é com estes sentimentos que vocês conferem a minha análise desse vergonhoso título chamado Call of Duty: Black Ops Declassified.
Campanha simplória
Mais ou menos há uma semana, um amigo havia comprado o bundle do PSVita que vinha com a cópia do jogo. Não foi surpresa nenhuma quando, em menos de dois dias, ele queria se livrar daquele pequeno cartão cujo conteúdo quase o desanimou de ter adquirido o portátil. Depois de alguns minutos de conversa, e de ter emprestado a ele a minha cópia de Gravity Rush (esse sim é um jogo que vale a pena) resolvi pegar aquele shooter e ver se era tão ruim quanto diziam. Digamos que 20 minutos foram suficientes para confirmar as minhas suspeitas.
O primeiro aspecto que já define o jogo como um desastre é a sua história, ou a falta dela. Não espere tramas cinematográficas iguais às versões de mesa, pensando bem, é melhor não esperar nem ao menos uma história minimamente decente. Tudo o que o jogo oferece são 10 missões que só são amarradas pelo fato de aconteceram durante a Guerra Fria. Para quem está familiarizado com a franquia, nessa versão você controla Frank Woods e Alex Mason, os protagonistas do primeiro Black Ops.
Se você não for nenhum analfabeto no que diz respeito a jogar videogame, não vai ficar nem 10 minutos em cada missão. Isso porque não existe motivação nenhuma para explorar as fases; tudo o que deve ser feito é cumprir os rasos objetivos e seguir adiante. Por cumprir os objetivos, eu quero dizer: correr, atirar, correr, atirar, atirar. É isso o que você deve fazer durante todo o jogo. Como se não bastasse, não espere o mínimo de inteligência ou criatividade por parte dos inimigos: na grande maioria das vezes, eles apenas vão ficar parados atirando em você (e errando a maior parte do tempo). É aquele típico cenário dos heróis canastrões de Hollywood.
Explicando melhor: você está no meio da fase e de repente um inimigo se esconde em um determinado local e começa a atirar. Se você morrer, pode ter certeza de que ele vai fazer a mesma coisa e exatamente do mesmo jeito quando você voltar para esse ponto. É como se a IA do jogo não fosse programada para agir de outra forma, é simplesmente ridículo. E tem mais: sabendo que as fases são curtas, a Activision nem ao menos se deu ao trabalho de implementar um sistema de checkpoint, ou seja, se você for morto pelo último inimigo da fase, vai ter de começar toda a monotonia de novo. Não há pessoa em sã consciência que aguente isso.
Criatividade que passou longe
OK, a campanha principal é simplória. Mas se você teve a força de vontade herculana para terminá-la, pode testar sua paciência em três outros modos de jogo. O primeiro deles é o Hostiles. Nele você deve enfrentar um amontoado de inimigos em mapas variados. Mas não se engane: o mesmo roteiro pastelão está presente aqui, afinal, tudo o que você tem que fazer é atirar em todos os inimigos, receber algumas armas novas de recompensa e se preparar para começar tudo de novo. Se você tiver sorte, não vai demorar mais do que 15 minutos para enjoar.
Já o Time Attack é uma questão, no mínimo, diferente. Sabe aqueles mini tutoriais, presentes em todo shooter em que você tem que atirar em alvos para se adaptar aos controles? Pois é, a Activision teve a genial ideia de fazer disso um modo de jogo completo. Dessa forma, o grande desafio aqui é percorrer os mapas atirando em alvos para, ao final, ganhar uma nota e medir seu desempenho. É de uma criatividade assustadora, não?
Por último, mas não menos desastroso, temos o multiplayer. É um ledo engano sequer cogitar a possibilidade de que as coisas poderiam ser melhores aqui. Para começar, o modo online dessa versão não passa nem perto do sistema robusto que consagrou a série nos consoles. Somente oito jogadores podem jogar as partidas, mas os mapas pequenos, a lentidão da jogatina e a monotonia são suficientes para minar a diversão. O melhor de tudo é que pelo fato do jogo ser tão ruim, é uma tarefa árdua encontrar jogadores dispostos a trocar tiros com você.
Um verdadeiro descaso
Agora eu vou falar de outro assunto muito mais interessante do que esse jogo medíocre: o significado de sua produção. Afinal de contas, por que a Activision resolveu lançar esse jogo? Será possível que ela é tão ingênua e pensou que o título havia ficado bom? É lógico que não.
A questão é simples: acostumada com o grande número de zumbis que fazem filas quilométricas para comprar seus produtos, ela simplesmente tomou a atitude mais mesquinha e nojenta que uma produtora pode tomar, agiu de má fé e subestimou o público gamer. Foi o típico pensamento de mercado: se os fãs compram tudo o que eu lanço, não vou nem me esforçar em fazer um produto decente para o Vita, vou apenas lançar um jogo feito pela metade e ver no que vai dar.
Bom, tenho uma surpresa para você, Activision: você deu um tiro no próprio pé. Além de ter lançado um dos maiores fiascos dos últimos anos, qualquer gamer que tenha um mínimo de discernimento agora sabe que você não respeita e não está nem aí para os jogadores, até porque, tudo o que importa são os seus bilhões em lucro, não é mesmo?
O Vita implora de joelhos por bons títulos, que façam jus às qualidades do portátil. Muito obrigado, Activision, mas se for para contar com você, prefiro continuar jogando ports, títulos do PSP ou mesmo os jogos medianos já lançados.
No fim das contas, Call of Duty: Black Ops Declassified é aquele típico jogo de banheiro, mas, sinceramente, eu me pergunto se ler o rótulo do Xampu não seria mais interessante.
Prós
- Não há nenhum.
Contras
- Jogo desenvolvido às pressas e mal acabado;
- História medíocre e mal desenvolvida;
- 10 missões que não duram nem 10 minutos cada;
- Inteligência Artificial ridícula;
- Não aproveita os recursos do portátil como deveria;
- Modos de jogo nada divertidos e sem nenhum fator replay;
- Multiplayer raso e sem jogadores;
- Total falta de respeito com o público gamer.
Call of Duty: Black Ops Declassified – PlayStation Vita – Nota: 1
Revisão: Rafael Becker
prós:não ha nenhum........kkkkkkkk
ResponderExcluiro mais engraçado disso tudo é que esse jogo foi feito pra zuar com a cara do publico mesmo kkkkkk
ResponderExcluirÉ uma pena,trollar com o portátil mais completo tecnologicamente do mercado.
ResponderExcluirDescascou a lenha ein meu filho.
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