Blast from the Past

Blast from the Past: Virtua Fighter 2 (Arcade/PSN)

A SEGA disponibilizou recentemente uma coletânea de jogos de luta na PSN. Dentre eles está o famoso Virtua Fighter 2 , que fora lançado pa... (por Alberto Canen em 31/01/2013, via PlayStation Blast)

A SEGA disponibilizou recentemente uma coletânea de jogos de luta na PSN. Dentre eles está o famoso Virtua Fighter 2, que fora lançado para arcades em 1994, mas recebeu ports para diversos consoles, como Sega Saturn e PlayStation 2. Apesar de, aparentemente, a série Virtua Fighter ser exatamente como qualquer outro jogo do gênero, ela se destaca por buscar uma experiência mais real, sem tantas distrações (como cenários muito dinâmicos). É a busca pelo melhor lutador e mais nada.

Marco histórico

A série Virtua Fighter foi criada por um famoso departamento da SEGA, o AM2 (Sega Amusement Machine Research and Development Department 2), que é responsável por outros grandes sucessos da época, como After Burner II, OutRun, Space Harrier e a série Shenmue.
Temos muito o que agradecer a esse pessoal
Historicamente falando, a franquia tem uma grande importância para o gênero de luta no mundo dos videogames, uma vez que o seu primeiro game foi também o precursor dos jogos de luta 3D, o que gerou um grande alvoroço entre os gamers na época. No ano seguinte, em 1994, a SEGA lançou uma continuação desse excelente game, que contou com diversas melhorias, tornando-o até mais épico que o seu antecessor, solidificando ainda mais a presença do 3D em jogos de luta.

Como dito, Virtua Fighter 2 fora originalmente lançado para arcades, mas recebeu diversos ports para consoles, como Sega Saturn e PS2. Apesar de a versão para o console da SEGA ter sido muito bem portada, ainda esbarrava em algumas limitações do console e por isso certos cenários não foram tão bem feitos e alguns combos não foram colocados. Nada disso pode ser dito dessa versão para a PSN, que é talvez o melhor port já criado do jogo, sendo muito fiel à versão arcade, e conta até mesmo com as opções de jogar com a versão 2.0 (original) ou com a 2.1, que havia sido lançada apenas no Japão e possui melhores gráficos e jogabilidade, bem como uma versão redesenhada de Dural (a principal antagonista da franquia).

No pain, no gain

Desde o início do jogo, fica claro que o pessoal da Sega AM2 teve como foco a criação de um jogo mais realístico, baseado em verdadeiras artes marciais. Por isso, Virtua Fighter 2 não conta com barras de energia para carregar golpes especiais que apresentam animações extravagantes quando são disparados. Também não é possível lançar qualquer tipo de magia ou arma no oponente (esqueça os hadoukens ou sonic booms). O que há, sim, é um embate entre dois lutadores até que vença o melhor. A única exceção nesse tipo de jogabilidade mais real, está nos grandes e lentos saltos que desafiam as leis da gravidade terrestre, como se a luta por um momento estivesse se passando sob a gravidade da Lua. Isso torna os saltos um mal negócio, pois o personagem vira um alvo fácil, valendo mais a pena manter os pés no chão.

Saltando até essa altura está ótimo, mas quando atravessa metade da arena...
O jogo usa um esquema de controles bem simples, ainda mais se comparado à série Street Fighter, que usa três tipos de força para cada golpe (leve, médio e forte). Em Virtua Fighter, usamos apenas três botões: soco, chute e guarda. Mas essa comparação não significa que existam poucas combinações de golpes no jogo da SEGA, pelo contrário, a lista de comandos para cada lutador é enorme, e saber dominá-los é essencial.

São dez personagens possíveis para escolher. Não é uma lista muito generosa, mas para a época estava de bom tamanho. Cada um deles tem uma jogabilidade e um estilo de luta diferentes e é capaz de desferir combos complexos que geram uma grande quantidade de dano. Duas sequências bem aplicadas já são suficientes para a vitória, por isso, é importante saber encontrar o seu espaço, defender bem e, ao encontrar uma abertura na guarda do adversário, partir para o ataque.

Akira Yuki, Pai Chan e Sarah Bryant participam no recém-lançado Dead or Alive 5
De fato, por serem tantas as combinações para cada personagem e existir um momento apropriado para aplicar os golpes, a curva de aprendizado do jogo acaba sendo bem demorada (caso você queria ser um bom jogador) e pode levar os novatos na franquia a desistirem prematuramente. Mas apesar de demorar para pegar a manha, a espera é bem gratificante, pois os controles são precisos e saber contra-atacar e realizar os combos são de tanta importância que vale a pena gastar um tempo treinando. Caso você seja um desses impacientes e resolva encarar logo a jogatina online, prepare-se para ser trucidado em segundos por excelentes jogadores, que tiveram a paciência de aprender a lutar ou já são veteranos na série.


Existem três formas de vencer uma luta: reduzir a barra de saúde do oponente a zero; possuir mais saúde quando o tempo terminar; e colocar o oponente para fora da arena. Ter essas regras em mente é essencial para uma boa estratégia, uma vez que colocar o adversário para fora do ringue não é comum nos outros jogos de luta e pode ser uma boa arma, principalmente contra adversários que possuem uma boa guarda.

Poucas formas de jogar

Não existem muitos modos de jogo, apenas o tradicional Arcade, no qual devemos enfrentar personagens do game, um a um, até um final; Offline Versus, no qual jogamos contra um jogador humano - não dá para enfrentar um personagem controlado pelo videogame; e o Online Mode, no qual podemos desfrutar de partidas online contra jogadores do mundo todo ou apenas da nossa área. Não há um modo de treino.

Faltou um modo de treino: bem necessário pela complexidade das lutas
As partidas online são as mais interessantes do jogo. Existem duas formas de se jogar na rede: Ranked Match e Player Match. A segunda não conta pontos para o ranking, diferente da primeira, que influenciará na sua posição no placar online (Scoreboards). Por isso, se ainda não estiver seguro de suas habilidades, talvez seja melhor praticar um pouco na opção Player Match antes de encarar as partidas que realmente valem pontuação. Seja como for, é fácil encontrar pessoas para jogar online, que por sinal não apresenta os terríveis "lags", permitindo que as lutas sejam decididas apenas pelas habilidades de cada jogador.

Dezenove anos, mas bem conservado

Virtua Fighter 2 foi o jogo que solidificou a jogatina 3D nos jogos de luta, que havia sido iniciada com qualidade pelo seu antecessor. O sucesso nos arcades também se refletiu nos consoles, já que o port para o Sega Saturn, por exemplo, vendeu mais de dois milhões de cópias no mundo todo (1,7 milhões apenas no Japão). Para os que estão acostumados com os jogos de luta mais modernos, pode até ser um pouco difícil aprender a lutar sem dar um hadouken ou fatality, mas depois de um bom treino, certamente se sentirá um verdadeiro artista marcial, pois apesar de passados 19 anos do seu lançamento, o jogo continua valendo muito a pena, não apenas para quem é fã da série. E você, já deu uma chance para o game da SEGA? É veterano na franquia? Conte-nos sobre sua experiência nos comentários.


Revisão: Bruno Nominato

é formado em Direito pela UFRN. Joga videogame desde os tempos do Atari e sempre acompanha as novidades na indústria de jogos. Está no Facebook e no Twitter.

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