Após o estrondoso sucesso de Kingdom Hearts (PS2) tanto a Square Soft (atual Square Enix ) como a Disney estavam mais que dispostas a l... (por Vitor Navarrete em 26/01/2013, via PlayStation Blast)
Após o estrondoso sucesso de Kingdom Hearts (PS2) tanto a Square Soft (atual Square Enix) como a Disney estavam mais que dispostas a lançar mais jogos do estranho, mas encantador, crossover. Assim, Tetsuya Nomura continuou como diretor da franquia e, após o lançamento de Kingdom Hearts: Chain of Memories (GBA) em 2004, a série voltou para os consoles domésticos da Sony em dezembro de 2005 no Japão e em 2006 no resto do mundo. Acompanhe-nos enquanto relembramos essa fantástica aventura de Sora, Donald e Pateta (Goofy), pelos diversos mundos da Disney em busca de seu amigo desaparecido, Riku, e do Rei Mickey.
Um novo protagonista
Roxas.
Para quem jogou os dois primeiros títulos da série, iniciar KH II é nada menos que estranho. Ao invés de Sora ou Riku, protagonistas dos dois primeiros jogos, começamos KH II controlando um garoto chamado Roxas. E, sem mais nenhuma explicação, acompanhamos o fim de suas férias de verão junto com seus colegas Hayner, Pence e Olette em Twilight Town.
DiZ instruindo Ansem SoD.
Nesse ponto, KH II é bem justo. Novatos e veteranos da série não fazem ideia do que está ocorrendo. A situação piora quando DiZ, um suposto aliado, aparece acompanhado de ninguém menos que Ansem Seeker of Darkness, o vilão do primeiro game. E, quem acha que não dá pra ficar mais confuso, está redondamente enganado. A grande bagunça narrativa da série, bem como suas diversas pontas soltas, teve seu ápice, sem sombra de dúvidas, em KH II. Mas esse é um dos charmes do jogo e da série como um todo.
Pence, Hayner, Olette e Roxas na Torre do Relógio.
O retorno de antigos aliados e inimigos...
Mickey correndo dos nossos Heróis.
Após a (não tão curta) introdução do jogo, na qual jogamos como Roxas, finalmente voltamos a controlar Sora e seus fiéis companheiros, Donald e Pateta. Após salvarem o Mundo em KH I, os nossos heróis decidem partir em busca de Riku e Mickey, cujos paradeiros são desconhecidos.
Bafo.
Mas, muito se engana Sora, ao pensar que a ameaça dos Heartless acabou. Enquanto houver escuridão no coração das pessoas os Heartless continuarão a assolar o Reino da Luz. E, no controle dos inimigos oriundos das trevas, temos o retorno da vilã Malévola (Maleficent) e o surgimento de seu lacaio, Bafo (Pete).
Contudo, os mundos da Disney não são só habitados por inimigos. Além da tradicional ajuda dos personagens da Disney temos o retorno dos personagens da série Final Fantasy. Cloud, Cid, Aerith, Yuffie, Selphie e Leon (Squall) marcam presença novamente. Aparecendo pela primeira vez temos Setzer, Tifa, Seifer, Raijin, Fujin, Vivi, Auron, Yuna, Rikku e Paine. Em um determinado momento da história, é possível lutar lado a lado com os personagens que fazem parte do Comitê de Restauração de Hollow Bastion. Para um fã da série Final Fantasy, esse é um momento épico para nunca ser esquecido.
Cloud e Leon lutando costa a costa.
Dusk.
... e o surgimento de um novo vilão
Mas nem só de Heartless é assolado o Mundo de KH II. Um novo inimigo, muito mais perigoso, existe, ou, nas palavras do Mestre Yen Sid, "Não existe de verdade". São os Nobodies. Quando o coração de uma pessoa cede para as trevas, ela acaba se transformando em um Heartless. Contudo, se tal pessoa tiver uma forte vontade, o corpo e a alma restantes se tornam um Nobody. Um casco vazio que se recusa a deixar de existir.
Xemnas.
Os Nobodies, ao contrário dos Heartless, que agem apenas guiados pelo instinto, são capazes de raciocinar. Isso os torna bem mais perigosos. E, para completar, os Nobodies inferiores, como os Dusks, são controlados por Nobodies tão poderosos que até a forma humana conseguiram manter. Tais Nobodies são conhecidos como a Organization XIII.
A tal Organização não é exatamente novidade. Diversos dos seus membros apareceram e foram eliminados em KH: CoM, mas, devido a certos acontecimentos, Sora & Cia não se lembram do ocorrido. Liderando a Organization XIII está Xemnas, o grande vilão de KH II. O seu objetivo é simples: conseguir criar um Kingdom Hearts utilizando os corações liberados por Sora, ao derrotar os Heartless com a sua Keyblade.
Organization XIII.
Novos mundos e uma nova navegação
Em sua jornada em busca de Riku e do Rei Mickey e para impedir a Organization XIII de completar seu plano, Sora & Cia visitam diversos mundos da Disney. Tanto velhos conhecidos como mundos completamente novos. No time dos veteranos temos Agrabah (Aladdin), Olympus Coliseum (Hércules), 100 Acre Wood (Ursinho Pooh), Atlantica (A Pequena Sereia) e Halloween Town (O Estranho Mundo de Jack). Todos eles foram repaginados e contam com novas áreas. As mudanças mais radicais ocorreram em Atlantica, onde não existe nenhuma luta ou exploração e todos os eventos são em formato musical.
Sora & Cia em Pride Lands.
Do lado dos estreantes temos Pride Land (O Rei Leão), Beast's Castle (A Bela e a Fera), The Land of Dragons (Mulan), Space Paranoids (Tron), Port Royal (Os Piratas do Caribe), Timeless River (Steamboat Willie) e Disney Castle. Os novos mundos, além dos personagens inéditos, trazem diversos novos inimigos. Em Space Paranoids, assim como em Halloween Town, Sora & Cia ganham novas vestimentas, para entrar no clima eletrônico do mundo. O mesmo vale para o universo monocromático de Timeless River. Mas a grande inovação ocorre em Pride Land onde Sora se torna um filhote de leão e ganha habilidades exclusivas para lutar ao lado de Simba.
Também não podemos esquecer dos mundos exclusivos da franquia. Hollow Bastion aparece novamente, junto com os novos Twilight Town e The World That Never Was.
Gummi Ship.
A viagem entre todos estes diferentes mundos é feita com o Gummi Ship, mais uma vez. Contudo, a evolução no minigame da nave feita de peças de lego genérico evoluiu tanto, quando comparado ao primeiro jogo, que podemos dizer que é algo totalmente diferente. Existem tantas missões e objetivos que é possível perder horas apenas para conseguir completá-los. Mas a melhor parte é que, ao completar uma rota, para abrir o acesso a um novo mundo, não é mais necessário jogar o minigame. Então, se jogos de nave não fazem seu estilo, é possível ignorar o Gummi Ship quase completamente.
Final Form.
Uma Keyblade é bom, mas duas é demais!
O combate de KH II sofreu uma grande evolução em relação ao primeiro jogo da série. Foram adicionadas tantas opções que diversos jogadores consideraram que o jogo ficou desbalanceado, de tão poderoso que é o Sora.
Anti Form.
A marca registrada de KH II é a empunhadura dupla. A situação ficou apertada? Troque um ou dois de seus parceiros por uma Keyblade extra e diversas habilidades exclusivas. Existem quatro Drive Forms: Valor, Wisdow, Master e Final. Mas, cuidado, o abuso excessivo de tamanho poder pode despertar o lado sombrio de Sora e ativar a Anti Form que, apesar de extremamente poderosa, impede a recuperação natural de HP e o uso de qualquer outro comando que não o ataque.
Poderes cósmicos do Gênio em ação.
Os Summons marcam presença novamente. Um antigo aliado, o Gênio (Aladdin) ajuda Sora em sua jornada. Entre os novatos temos Stitch (Lilo e Stitch), Chicken Littlte (O Galinho - Chicken Little) e Peter Pan (Peter Pan). Dessa vez os Summons não usam MP para serem invocados, mas sim os Drive Points (DP), os mesmos utilizado para ativar as Drive Forms.
Sora e Auron botando pra quebrar.
As magias são similares as do primeiro jogo da franquia, com o detalhe que a barra de MP, ao ser completamente esvaziada, é reestabelecida após um determinado período de tempo, facilitando o uso das magias. Os limites também evoluíram e agora cada personagem da Disney, assim como o Auron, tem um ataque especial conjunto com Sora. Não podemos esquecer também da praticidade de trocar os membros do time no meio da batalha, que aumenta as estratégias possíveis.
Agora o que verdadeiramente quebrou o combate do jogo, em diversos momentos, foram os Reaction Commands (RC). Tais comandos são nada mais do que um Quick Time Event (QTE) específicos de determinado inimigo e situação que utiliza apenas o botão triângulo como gatilho. A ideia, em tese, é muito boa e adiciona cenas cinemáticas maravilhosas às batalhas. Mas, em certas ocasiões, basta ficar metralhando o botão para ativar o ataque especial sem se preocupar muito em se esquivar, defender ou usar qualquer outra estratégia, o que acaba tirando um pouco da magia.
Sora montado no Pégaso lutando contra a Hidra. Onde está seu Deus agora?
Um gosto de quero mais
KH II Final Mix +
Apesar de não alcançar o número de vendas do primeiro título da série, Kingdom Hearts II chegou bem perto e, até hoje, é o segundo título que mais vendeu na franquia. Junto com o sucesso dos dois títulos anteriores, foi o suficiente para estabelecer uma franquia de sucesso e que hoje já conta com 7 títulos inéditos.
Assim como o primeiro título, após o lançamento da versão americana do game, KH II ganhou uma versão definitiva no Japão, que contava com o audio em inglês. Mas não foi só isso que KH II Final Mix + ganhou. Enquanto a principal adição de KH Final Mix foi um chefe secreto, KH II FM+ ganhou novas dungeons, mais de uma dezena de chefes secretos, diversas novas cutscenes e muito mais. O combate foi recalibrado, deixando o título muito mais aproveitável. E, para completar a festa, o jogo para GBA foi totalmente refeito em 3D e lançado em um segundo disco como Kingdom Hearts Re:Chain of Memories.
O final secreto, presente na primeira versão do jogo, também foi estendido criando uma das melhores cenas de batalha da série até hoje. Tal cena, que na época se especulava como sendo um preview de Kingdom Hearts III, acabou se tornando Kingdom Hearts Birth by Sleep.
Sinto calafrios até hoje, toda vez que assisto esse vídeo.
Kingdom Hearts II é, até hoje, o último título original da série lançado para consoles domésticos. A situação parece que finalmente vai mudar com o lançamento de Kingdom Hearts 1.5 HD ReMIX, que, de acordo com declarações de Nomura e do co-diretor da série, Tai Yasue, faz parte da preparação para o tão aguardado Kingdom Hearts III.
Vitor Navarrete
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