Como todos os jogos da franquia, Digimon: Rumble Arena possuía uma apresentação em CG que empolgava a todos os fãs. Creio que o sonho de muitos se realizou ao ver o seu personagem preferido na tela do PlayStation lutando contra aquele Digimon que o seu amigo insistia em dizer ser mais forte. Agumon vs. Guilmon, Renamon vs. Tailmon, essas eram apenas algumas lutas vistas na introdução, mas que já foram o suficiente para atiçar a curiosidade pelo jogo.
Talvez eu seja suspeito para falar, afinal, sou fã declarado da série. Mas era simplesmente impossível não ficar empolgado com o vídeo, ainda mais se em 2002 você tinha 12 ou 13 anos e era fissurado pelos Digimon. Porém, como todo jogo da franquia, o jogo em si era bem diferente da açucarada demonstração, mas nada que tirasse a diversão de ver um show de digievoluções em meio ao caos da batalha.
Salvar o Digimundo? Talvez depois
No jogo, você podia escolher entre alguns Digimon das três primeiras temporadas, mas, infelizmente, nem todos estavam presentes. Tentomon e Gomamon, por exemplo, foram alguns que ficaram de fora. De certa forma, apenas os personagens “mais queridinhos” foram escolhidos.
No início, você só podia controlar nove monstrinhos em sua fase Rookie, e caso terminasse o jogo com um deles, a sua forma suprema era liberada, ou seja, você podia simplesmente escolher o MegaGargomon sem ter de digievoluir o Terriermon durante a luta. Após terminar o jogo com todos os personagens e cumprir alguns requisitos, era possível destravar as fusões e os chefes.
De certa forma, Digimon: Rumble Arena não possuía um modo história. Tudo era muito simples e direto: você escolhia um dos seus Digimon favoritos e partia para a pancadaria, assim, sem mais nem menos. Vamos combinar que naquela época quase ninguém se preocupava com isso em um jogo de luta. Tudo o que eu queria era escolher o meu parceiro Gabumon e começar a enfrentar os adversários.
Pancadaria desenfreada
Como todo jogo do tipo, as lutas eram o grande destaque. Mas aqui eram marcadas por uma característica incômoda: a lentidão dos movimentos. Alguns Digimon, como o Renamon, tinham movimentos rápidos e precisos, enquanto outros, como Terriermon, eram uma tristeza de tão lentos. Não estou falando de simples diferença entre os personagens, no geral, a movimentação do jogo poderia ter sido um pouco mais fluida.
Deixando isso de lado, era muito divertido controlar o seu personagem e ir desafiando os adversários. Cada Digimon tinha as suas peculiaridades, seus pontos fortes e fracos. Mas no fim das contas, sua escolha era marcada pela afinidade com o personagem dos desenhos. As batalhas contavam com dois fatores que adicionavam um certo grau de estratégia em suas decisões: os imprevistos dos cenários e os itens que apareciam para ajudar ou atrapalhar a luta.
Os cenários eram um destaque à parte. Havia de tudo: florestas, vulcões, fábricas. O melhor é que nenhum deles era estático, cumprindo somente a função de pano de fundo. Todos guardavam alguma surpresa. O vulcão, por exemplo, cuspia bolas de fogo que tiravam dano quando acertadas. Pode parecer pouca coisa, mas não era. Um dano inesperado podia significar a derrota.
Os itens espalhados pelos cenários também deviam ser levados em conta na sua estratégia de batalha. Os tipos eram variados: você podia conseguir um projétil que deixava você mais rápido ou o adversário mais lento. Da mesma forma, haviam itens que deixavam o ataque do seu Digimon mais forte, mesmo que por poucos segundos. Esses itens faziam alusão aos cards da terceira temporada da série animada, itens que fizeram muito sucesso entre os fãs.
No fim das contas, as batalhas não dependiam apenas de força, mas sim de uma combinação de fatores que envolviam o uso dos cenários e dos itens especiais. Era muito bacana vencer o adversário com uma combinação e finalizar jogando-o para fora do cenário. Ao mesmo tempo, era frustrante quando você perdia a partida por causa de um passo em falso.
Torneios que deixam saudade
Não sei vocês, mas na minha época era muito comum a garotada se reunir na casa de um amigo e fazer torneios dos jogos de luta. Entre partidas de Street Fighter, Tekken e Mortal Kombat, o jogo dos Digimon também estava presente. Sua grande diversão estava justamente no fato de você desafiar aquele seu amigo chato e provar de uma vez por todas que o MetalGarurumon é muito mais poderoso e cool do que o adorado WarGreymon.
Digimon: Rumble Arena é um daqueles jogos que ficam na memória dos fãs. Não era nenhuma obra prima, mas ainda assim, havia um que de irresistível em escolher o seu parceiro Digimon e sair desafiando o mundo. E você, leitor, guarda alguma boa lembrança das batalhas?
Revisão: Vitor Tibério
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