Começo tímido e a promessa de um futuro melhor
Bloody Roar 2: Bringer of the New Age, como é conhecido no Japão e na Europa – e Bloody Roar 2: The New Breed nos Estados Unidos – foi lançado sob caráter de exclusividade ao primeiro PlayStation em 1999. A continuação não só veio com a promessa de algo totalmente novo como também para reforçar as características tão próprias de Bloody Roar: jogabilidade acessível e intuitiva, sequências de golpes absurdas, ataques especiais e, claro, as metamorfoses dos lutadores.
Já na tela de seleção de personagens é perceptível o reflexo da inovação adotada pela Hudson. A boa novidade é que dos onze personagens disponíveis no jogo, sendo que dois precisam ser habilitados, apenas quatro foram herdados do primeiro BR. Cada personagem possui característica, história e motivações próprias, tendo sua contra parte animal como reflexo e extensão de seu perfil humano, seja nos trejeitos ou nas técnicas de luta.
Personagens: Bakuryu (the Mole), Uriko (the Half Beast), Long (the Tiger), Alice (the Rabbit), Yugo (the Wolf), Busuzima (the Chameleon), Jenny (the Bat), Gado (the Lion), Shina (the Leopard), Stun (the Insect) e Shenlong (the Tiger).
O instinto selvagem faz a diferença
Até ai tudo soa genérico, mas quando os lutadores se transformam tudo faz muita diferença, pois a peculiaridade do animal interfere diretamente no estilo e no rumo das lutas. Por exemplo, Bakuryu é um ninja com ataques rápidos e evasivos e sua besta é uma toupeira, quando transformado novos golpes podem ser feitos – enquanto fera – e em sua maioria baixos e rasteiros. Há também Jenny, uma espiã com chutes rápidos e precisos, mas quando se transforma em morcego suas sequências podem ser alternadas por combos aéreos a qualquer momento.
Jenny (the Bat) e Bakuryu (the Mole) |
Além de garantir força e agilidade extras aos lutadores, as metamorfoses revitalizam a energia durante o combate, mas o auge da transformação são os ataques especiais que podem ser desferidos meio a um combo que já tenha durado muitos hits e gerado muitos danos ao oponente e finalizando a luta em grande estilo. Entretanto, o ataque consome a mutação, ou seja, sendo bem sucedido ou não em sua investida o lutador retorna a sua forma humana podendo se transformar novamente depois que uma barra dedica à fera estiver cheia novamente.
Quase mais um entre tantos...
Bloody Roar 2 não tinha o Story Mode mais bem elaborado de sua época, mas era o bastante para compreender as motivações dos personagens, onde cada um tinha uma narrativa própria com belas ilustrações e diálogos canastrões que intercalavam as lutas até seu desfecho após a batalha final com Gado ou Shenlong – o que dependia diretamente do desempenho do jogador.Shenlong (the Tiger) |
Tratando-se de jogabilidade, BR2 é extremamente acessível e intuitivo, pois presenteia os jogadores mais técnicos com combos manuais enquanto os inexperientes tinham boas chances de manter o ritmo da partida com sequências de golpes que podiam ser aplicadas com comandos específicos. Obviamente, os veteranos mais maliciosos sempre levaram a melhor, pois o jogo permitia emendar combos manuais com ataques programados, não necessariamente nessa ordem, podendo se transformar durante a ofensiva dando continuidade a ela e finalizando com golpes especiais.
O game da Hudson Soft está entre os melhores jogos de luta de sua geração, caminhando lado a lado com outros títulos que já estavam estabelecidos no mercado. Infelizmente, suas continuações para geração 128 bits não expandiram e nem exploraram o que a franquia tinha de melhor a oferecer, dando a impressão que a cada jogo lançado a única evolução evidente era os gráficos, mas conceitualmente estava cada vez mais arcaica e genérica dentro de si mesma.
Vídeo de abertura com tela de seleção de personagens e gameplay:
Revisão: Ramon Oliveira de Souza
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