Eu sempre fui um entusiasta no que diz respeito a Prince of
Persia. Acho que perdi boa parte dos meus oito anos quebrando a cabeça no SNES
com aquele jogo difícil, mas muito envolvente. Quando fiquei sabendo do novo
jogo, minha expectativa foi às alturas, ainda mais quando soube que o projeto
estava nas mãos da queridinha Ubisoft.
Quando o jogo foi lançado, em 2003, deixou todos os fãs de
boca aberta. Um dos fatores que mais atraiu o público era que você
não precisava conhecer nenhum dos outros títulos da série. Tudo aparentava algo renovado, imprevisível e emocionante. Agora, se você já tinha uma
história com os títulos anteriores, a emoção era dobrada. Com um enredo
original, visual deslumbrante e toda aquela magia das Mil e uma Noites, era
absolutamente impossível não se apaixonar.
O destino de um reino em suas mãos
O jogo se passava no Oriente, com todo aquele ar de magia e
mistério digno dos melhores livros e filmes sobre o assunto. Toda a narrativa é
feita pelo príncipe, que conta a sua história. Tudo começa quando o rei da
Pérsia invade o palácio de Maharaja, contando com a ajuda do Vizier, um dos
seus próprios subordinados. Durante a batalha, o jovem príncipe encontra a
Adaga do Tempo e a Ampulheta, que permitem ao portador voltar ao passado.
Enganado pelo Vizier, o príncipe acaba por quebrar a Ampulheta, espalhando
assim, as areias do tempo por todo o castelo.
Os únicos que conseguem sobreviver ao poder devastador das
areias são você, a princesa Farah e o traidor Vizier. Todos os demais
personagens foram transformados em monstros de areia, cabendo ao jovem príncipe
à tarefa de livrar o castelo do mal, salvar a princesa que foi sequestrada e de
quebra ainda derrotar o vilão da história.
Para os que se lembram, a trama é muito mais abrangente do que isso, mas, melhor
do que ficar narrando-a, aconselho aos leitores que voltem ao jogo e revivam
essa experiência fabulosa. O modo como a narrativa se desenvolve contribui e
muito para que o jogador aproveite ao máximo o clima do jogo. No início, você
percebe o quanto o príncipe é arrogante, cheio de si e faminto por glória.
Porém, nos momentos em que ele começa uma auto reflexão sobre os seus atos,
fica claro todo o seu arrependimento e suas motivações em consertar o estrago
feito por sua ambição.
De fato, essa forma de narrativa centrada única e
exclusivamente na figura do príncipe e no seu ponto de vista deixavam tudo mais
pessoal e não quebrava o clima da aventura. Na verdade, durante toda a jornada, você acabava era se
afeiçoando e se sentindo responsável em ajudá-lo, o que era muito bacana. Toda
a epopeia em busca de redenção fazia muito mais sentido desse jeito, pelo simples fato de que você era envolvido pela história trágica do príncipe sem nome.
Brincando com as areias do tempo
Se nos primeiros jogos da série o príncipe primava por suas acrobacias, aqui não era diferente. Em muitos momentos você esquecia que estava no controle de um fidalgo oriental e se perguntava se aquele jovem não era alguma espécie de ninja disfarçado. Andar pelas paredes, dar saltos incríveis sobre monstros e atravessar plataformas com pouco esforço eram apenas algumas dessas peripécias.
No fim das contas, eu mesmo ficava perambulando de novo por
alguns locais só para ver o personagem dando cambalhotas no melhor estilo
Matrix. Outro ponto interessante que vale ser mencionado é que se Altair, Ezio
e Connor podem fazer tudo o que fazem na série Assassin’s Creed, devem agradecer
ao jovem príncipe. Homenagem mais do que bem vinda.
E olha que as acrobacias nem eram a cereja do bolo, e sim a
possibilidade de controlar o tempo. Quando aquele pulo não dava certo e você
estava caindo para a morte, era a hora de ativar a adaga e ver o seu personagem
retroceder como um filme em fita cacete. Você também podia deixar seus inimigos
mais lentos, enquanto o personagem movia-se em velocidade normal, fatiando-os.
Era muito legal enfrentar um monte de inimigos e, em meio a acrobacias, matar
todos.
Os puzzles não eram espetaculares, mas cumpriam sua função
na história do jogo. Todas as engenhocas do castelo contribuíam para você
formar uma ideia própria do universo criado. A criatividade dos enigmas
exaltava todo o perfume das Mil e uma Noites, como se o responsável pelas
armadilhas do castelo fosse o mesmo que criou o mecanismo que tornou Alibabá
famoso.
A dosagem do tempo era feita de forma a não deixar o jogo
fácil demais e sem graça. Portanto, era comum você precisar usar a areia para
voltar em um ponto e não conseguir por não ter mais nada no medidor. Mas isso
de forma alguma atrapalhava a diversão, pelo contrário, dava aquele ar de
dificuldade. O melhor de tudo era que tudo isso servia como uma luva nos
direcionais analógicos do controle. Os comandos eram precisos e as respostas ,
muito rápidas.
Outro ponto importante que merece destaque diz respeito ao
layout do jogo. As animações eram suaves e precisas, procurando sempre
ressaltar o príncipe e seus movimentos. O visual era excelente e contribuía
mais ainda para você entrar no clima. Sei lá, eu pelo menos ficava com uma
sensação de “perdido na Arábia” toda vez que jogava.
O destaque final fica para os aspectos sonoros, que faziam
qualquer pessoa sair da poltrona e viajar pelo Oriente. Sem falar nas vozes (e
nos silêncios) que ressaltam a atmosfera, ora tensa, ora cômica dos momentos.
Me lembro até hoje de uma das cenas em que o príncipe está conversando com a
princesa Farah e depois solta a pérola “ela acha que isso aqui é um jogo”.
Simplesmente épico
Se você não teve tempo de conhecer essa pérola (o que estava fazendo até agora?) ainda dá tempo, pois a trilogia foi toda remasterizada em HD. Nem preciso dizer que é um item indispensável para a coleção de todo fã da série. Tenho a satisfação de dizer que a minha infância foi mais feliz por ter conhecido a franquia.
De vez em quando, aparece um jogo diferente, um jogo que chama a sua atenção por uma série de fatores, tornando-o difícil de ser esquecido. Prince of Persia: The Sands of Time é, definitivamente, um desses títulos. Como se não bastasse trazer de volta toda a magia da série, a Ubisoft fez muito mais. Com inovações que fizeram escola e serviram de inspiração para futuros projetos, a série figura entre os melhores trabalhos da empresa.
Revisão: José Carlos Alves
simplesmente épico,um dos melhores jogos ja feitos e que concerteza deveria estar como candidato a jogo da década no VGA.E uma pena que esqueceram dessa franquia,mas espero que ela volte com tudo no seu próximo titulo.Assassins Creed???Prince of Persia é a melhor franquia da ubisoft ao lado de Rayman.
ResponderExcluirTenho a hd collection e esse e o unico jogo da Ubisoft que presta, o resto e so tristeza
ResponderExcluirjogo muito bom mesmo!!
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