Análise: F1 2012 (PS3)

Há algum tempo a Codemasters Racing vem entregando versões anuais de seu simulador de Fórmula 1, a categoria mais nobre do automobilismo mundial, e um dos esportes favoritos dos brasileiros. A edição 2012 do jogo chega ao PlayStation 3 cheia de novidades interessantes que prometem agradar em cheio a todos aqueles que adoram acompanhar o circo da F1 pela televisão. Mas será que o jogo é tão veloz e vencedor quando um Michael Schumacher ou Sebastian Vettel, ou fica para trás no melhor estilo Rubinho Barrichello?

Velozes e furiosos

Bem, amigos...

Desde o primeiro segundo fica claro que o pessoal da equipe de desenvolvimento trabalhou duro para criar um jogo memorável. Logo que você olha para as primeiras telas de menu, já fica óbvio que F1 2012 é mais robusto, elegante e bem construído que todos os seus antecessores juntos e, desde já, uma das melhores opções esportivas do PlayStation 3. Mas o que exatamente torna este título tão legal? Bem, para começar, são muitos modos de jogo e, felizmente, neste ano todos os tipos de jogadores vão encontrar algo capaz de satisfazer suas necessidades. F1 2011 era um pouco cruel demais em seu nível de dificuldade absurdo e mal balanceado, mas aqui há um pouco para todos.

Se você é do tipo que curte simulações ultra-realistas, o modo carreira é a melhor pedida. Nele, é possível correr a temporada completa em provas de grande duração, simulando todo o final de semana de treinos, desde os treinos livres para ajustes no carro, passando pelos classificatórios Q1, Q2 e Q3, até chegar finalmente na corrida, que pode ser disputada em toda sua duração real em no mínimo em 25% do total de voltas. Para os pilotos mais apressadinhos, há uma série de desafios rápidos e mais casuais, como o modo dos campeões, no qual o jogo propõe desafios interessantes contra cada um dos campeões da F1 ainda ativos. É preciso, por exemplo, ultrapassar Lewis Hamilton na chuva pesada, ou batalhar para ultrapassar vários carros e fazer uma dobradinha com Fernando Alonso.

Há também os clássicos modos de tomadas de tempo e de desafio contra o relógio, em que você precisa estabelecer voltas limpas nos circuitos e tentar marcar as melhores voltas. E por fim há o teste de jovens pilotos, que nada mais é que um tutorial muito bem feito sobre todos os recursos do jogo, mas que você vai acabar jogando bastante  já que ele conta com um robusto sistema de conquistas.

Super Monaco GP 3?

Senna ou Sonic,
quem era mais veloz?

Se você teve um Mega Drive, são grandes as chances de ter jogado o clássico Ayrton Senna's Super Monaco GP, um dos títulos mais famosos do sistema. Mas, se não jogou, saiba que funcionava mais ou menos assim: você começava numa equipe de médio porte e sem grandes chances de conquistar o mundial de pilotos. Mas podia desafiar os pilotos de outras equipes melhores e, se os derrotasse algumas vezes, ganhava sua vaga, num sistema de "rivais". Era bem legal, e F1 2012 tomou a liberdade de copiar todo esse sistema.

No modo desafio de temporadas, você vai disputar uma série de dez corridas, começando nas equipes mais humildes do campeonato, e precisa escalar lentamente em busca do melhor carro para poder, então, competir pelo mundial de pilotos. Talvez essa seja a novidade mais legal de todo o jogo, e eu não consegui parar de jogar até ter vencido todos os oponentes na dificuldade mais difícil, o que me deixou nostálgico pelo clássico do Mega Drive, mas ao mesmo tempo estimulado por encontrar pilotos, escuderias e pistas modernas.

"Bom, e aí, galera? Partiu um Little Big Planet
Karting depois dos desafios da F1?"

Falando em rivais, o que seria de um jogo de esportes sem oponentes de verdade, dispostos a desafiá-lo de qualquer lugar do mundo? F1 2012 fornece todos os modos de disputa online que já conhecemos de anos anteriores, como campeonatos competitivos ou cooperativos, e rápidas corridas contra oponentes aleatórios. É uma pena que ainda não foi encontrado um modo eficiente de garantir que você não vai correr contra jogadores mal intencionados que só querem causar colisões desleais. Até há um sistema de ranking por lealdade nas corridas, mas ele acaba sendo inútil no fim das contas.

Sinta o ronco dos motores

F1 2011 tinha Liam Gallagher em sua trilha.
F1 2012 traz só músicas do Noel.
Belo avanço, mas queremos Oasis em F1 2013!

O trabalho realizado no departamento de som foi fantástico este ano, e cada escuderia pode ser facilmente identificada pelo barulho dos motores de seus carros. Some a isso uma agradabilíssima trilha sonora, que licenciou apenas músicas do fantástico álbum solo do cantor inglês Noel Gallagher, ex-Oasis e um dos melhores lançamentos do ano, e você tem o pacote completo de qualidade sonora. É quase impossível pedir mais.

É digno de nota também o excelente trabalho feito pela equipe de localização do jogo, que dublou perfeitamente todos os mecânicos e narradores de menu do jogo, levando a perfeição um trabalho que já era sensacional no ano passado. Que sirva de modelo para todas as outras franquias esportivas. E como estamos falando de localização, não custa lembrar também que aqueles que comprarem o jogo em versão nacional, levam gratuitamente o Blu-Ray do premiado documentário Senna.

"Hoje não, hoje não... hoje sim!"

Há muito tempo os videogames vem esperando por um simulador definitivo de Fórmula 1. Se na geração 16 bits a SEGA entregou o fantástico Super Monaco GP, e na 64 bits foi a vez da Video System publicar o sensacional F1 World Grand-Prix, agora é a Codemasters que finalmente acerta a mão, depois de algumas incursões meramente satisfatórias na área, e cria o que pode facilmente ser considerado o melhor jogo de F1 já feito. Então arrume seu despertador para oito da manhã, sente-se confortavelmente, e mergulhe no circo da F1.

Prós

• Muitos modos de jogo, tanto para os aficionados como para os casuais;
• É um ótimo e profundo simulador;
• Blu-ray do documentário Senna como brinde na versão nacional.

Contras

• Muitos barbeiros sem espírito esportivo online;
• O visual poderia ter sido mais aprimorado em relação ao ano passado.

F1 2012 - PlayStation 3 - Nota final: 8.5
Visual: 7.0  |  Som: 10.0  |  Jogabilidade: 8.5  |  Diversão: 8.5

Revisão: Alan Murilo