Análise: Castlevania: Lords of Shadow (PS3)

Desde os tempos do Nintendinho os Belmont vêm empunhando seus chicotes sagrados para derrotar Drácula, que surge de tempos em tempos para... (por Unknown em 15/11/2012, via PlayStation Blast)

Desde os tempos do Nintendinho os Belmont vêm empunhando seus chicotes sagrados para derrotar Drácula, que surge de tempos em tempos para infernizar a humanidade. Foram tantos jogos e tantos personagens diferentes ao longo dos anos que é até complicado entender a cronologia da série. E hoje em dia, com as histórias cada vez mais elaboradas nos games, uma cronologia complicada pode atrapalhar a chegada de novos fãs. Para resolver essa questão, a Konami colocou a MercurySteam e a Kojima Productions para produzir um reboot da série que mantivesse suas principais características. O resultado foi Castlevania: Lords of Shadow.

A ascensão dos Lordes das Sombras


A história se passa no ano de 1047, numa era chamada pela humanidade de Fim dos Dias, quando o Paraíso deixou de proteger a Terra devido a alguma maquinação feita pelos sombrios Lordes das Trevas (Lords of Shadow). Devido a isso, os espíritos dos mortos não conseguem subir aos Céus e criaturas malignas, como lobisomens e vampiros, passam a assolar a humanidade. É neste cenário que surge Gabriel Belmont, membro da Irmandade da Luz, que teve sua esposa assassinada por um de seus próprios companheiros. Como o espírito dela está preso no limbo, Gabriel vê a oportunidade de trazê-la de volta à vida ao mesmo tempo em que derrota os Lordes das Sombras.

Como não poderia deixar de ser em um jogo da Kojima Productions, Castlevania: Lords of Shadow tem uma produção cinematográfica, contando com artistas famosos entre seus dubladores. Entre eles está Patrick Stewart, como o personagem Zobek, que além de membro da Irmandade da Luz é também o narrador da história. Infelizmente, com excessão de Stewart, o trabalho de dublagem é pouco inspirado. Robert Carlyle, que interpreta Gabriel Belmont, usa praticamente a mesma entonação para todas as suas falas. Em várias cenas você percebe que o personagem deveria estar gritando, mas não é o que acontece. Os vilões, que aparecem bem menos do que Gabriel, possuem uma dublagem mais convincente do que o protagonista.

Gabriel, o primeiro Belmont
Outro ponto fraco da trama são os personagens secundários, que somem da história com a mesma facilidade com que aparecem. Quando algum deles morre é até difícil pro jogador realmente se comover com o fato, já que não teve muito contato com o personagem. Em determinado momento, eu até esqueci da existência de um deles, até que ele foi citado por outro personagem na história. Sem contar que a história é contada em capítulos, sendo interrompida a cada fase, quando entra uma narração explicando o que vem a seguir. Eu prefiro o estilo God of War, onde o jogador não percebe onde termina uma fase e começa outra, o que dá uma sensação de imersão muito maior.

Castlevania of War

Em compensação, a apresentação dos cenários é fantástica, variando entre florestas, castelos e paisagens impossíveis, que só existem num mundo sobrenatural. Muita coisa aqui foi tirada de God of War, como a câmera que se abre para exibir toda a magnitude do cenário e o tamanho da tarefa que Gabriel tem pela frente. É uma pena que os personagens não tenham recebido o mesmo tratamento, todos os humanos que aparecem possuem um rosto sem muitos detalhes ou expressões, já os monstros são muito melhor acabados.

Não é apenas na apresentação dos cenários que esse Castlevania se assemelha ao game da Sony, a jogabilidade também é praticamente a mesma. Aperte quadrado para um ataque individual, triângulo para um ataque de área e xis para pular. A diferença aqui são as tradicionais armas extras da série, quatro no total: um cristal que evoca um demônio e arrasa todos os inimigos que vê pela frente, umas fadinhas que distraem os monstros, além das clássicas facas e frascos de água benta. A arma principal de Gabriel continua sendo a clássica cruz com uma corrente, que vai ganhando alguns upgrades ao longo do jogo para ajudar a resolver puzzles.

Kratos, é você?
Em sua maioria, esses puzzles são bem fáceis, a única complicação é devido ao design de algumas fases, que muitas vezes dificulta a visão de uma área específica. No cemitério dos Titãs, por exemplo, é impossível enxergar a entrada de uma determinada caverna, parecendo que o jogador chegou em um beco sem saída. É realmente frustrante você ficar procurando um tempão pela solução de algo apenas porque a fase foi mal projetada. Além disso, algumas mudanças de câmera acontecem quando o jogador está no meio de algum pulo importante. Não foram poucas as vezes que acabei caindo em um abismo por conta disso.

Habilidades variadas

Mesmo com esses pequenos defeitos, Castlevania: Lords of Shadow ainda é extremamente divertido. Principalmente por causa dos combates que, além de esmagamento de botões, contam também com os Quick Time Events (QTEs ). Geralmente esses QTEs consistem em apertar sempre o mesmo botão no momento certo para que as cenas de combate contra os chefes fiquem ainda mais épicas. É comum ver Gabriel se pendurando pelos cenários com sua corrente e destruindo as criaturas do mal de maneira bem criativa e violenta. Além das armas, o personagem conta ainda com poderes da Luz e das Trevas, graças a artefatos encontrados durante a jornada. Esses poderes são comprados no menu do jogo com os pontos de experiência obtidos após os combates.

Gabriel encarando o primeiro Lorde das Sombras
Apesar de trazer uma batalha final muito fácil, principalmente em comparação com outras batalhas dentro do próprio jogo, o final da jornada de Gabriel é emocionante. Aliás, prepare-se para ficar bastante tempo apenas assistindo as cenas que acontecem, já que grande parte dos diálogos e revelações foram guardados para a parte final do jogo. O game possui ainda uma cena pós-créditos com uma reviravolta sensacional. Se os produtores consertarem os pequenos defeitos desta primeira aventura, Castlevania: Lords of Shadow 2 tem tudo para ser um dos grandes jogos de 2013.

Prós


  • Belos cenários;
  • Combate divertido;
  • História épica;
  • Vilões interessantes.

Contras



  • Dublagem fraca;
  • Personagens com expressões simples;
  • Coadjuvantes sem carisma.
Castlevania: Lords of Shadow - PlayStation 3 - Nota final: 8.5
Visual: 8.0 | Som: 10 | Jogabilidade: 8.5 | Diversão: 8.0


Revisão: José Carlos Alves

Escreve para o PlayStation Blast sob a licença Creative Commons BY-SA 3.0. Você pode usar e compartilhar este conteúdo desde que credite o autor e veículo original do mesmo.

Comentários

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  1. A libertação de Castlevania. Foi uma grande sacada colocar o próprio Drácula como o iniciador do Clã, o primeiro Belmont, e também como seu principal protagonista, pois na realidade é ele quem vai enfrentar Lúcifer séculos depois.

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