Blast Test

Blast Test: Resident Evil 6 (PS3)

Os primeiros anúncios sobre Resident Evil 6 davam conta de que o game voltaria às suas raízes, com muito mais survival horror do que os do... (por Unknown em 01/10/2012, via PlayStation Blast)

Os primeiros anúncios sobre Resident Evil 6 davam conta de que o game voltaria às suas raízes, com muito mais survival horror do que os dois capítulos anteriores. Tudo isso sem mudar o esquema de controle, que obviamente é muito melhor que o velho esquema “tanque” dos primeiros jogos. Dead Space já havia provado que é possível fazer um excelente jogo de terror com esse tipo de controle. Infelizmente, não demorou para que a Capcom revelasse que apenas um terço de RE6 seria de terror, já que ele será dividido em três campanhas: Leon, Chris e Jake. A demo permite jogar uma pequena parte de cada uma delas, analisadas a seguir.

Leon e a volta do terror (mas nem tanto assim)

A demo começa com Leon atirando no presidente dos EUA, que acabou de se transformar em zumbi. Em seguida, a agente Helena Harper diz saber algum importante segredo a respeito da infecção viral que tomou conta da cidade. Leon decide seguir a mulher e o jogador assume o controle de um dos dois personagens. A princípio, realmente o jogo tem um clima bem mais sombrio do que o anterior, com os personagens tendo que subir vários lances de escadas, deixando o jogador sempre com a sensação de que algo vai pular em cima dele na próxima curva.

O problema começa quando finalmente aparece o primeiro zumbi para ser enfrentado. Ao entrar no ambiente onde ele estava, uma espécie de auditório, eu já imaginei que algo pudesse surgir ali. Porém, ao contrário de Dead Space, que faz os monstros aparecerem de onde menos se espera, RE6 simplesmente mostrou uma rápida cutscene do zumbi se levantando. Tudo que precisei fazer foi disparar minha arma contra ele. Claro que surgiram outros comedores de cérebro no local, mas o lugar era bastante amplo, permitindo correr deles e atirar de uma distância segura sem problemas. Além disso, Helena também dava conta de algumas criaturas, deixando tudo ainda mais fácil.

O jogo continua com os personagens passando por um campo aberto, onde existiam apenas alguns zumbis fáceis de evitar. Ao entrar em um prédio e ficar trancado em um corredor apertado, achei que o terror ia começar de verdade, afinal, vários zumbis começaram a atravessar as janelas de vidro. Mas esse breve momento de empolgação passou quando a minha munição chegou ao fim. Ao me encontrar cercado de zumbis e sem nenhuma bala, tive que partir pro mano a mano com eles. E, para minha surpresa, eu venci todos com muita facilidade e praticamente sem ser atingido. Daí pra frente, eu simplesmente parei de atirar e apenas socava e chutava os zumbis. Ao final desse primeiro cenário eu já estava bem decepcionado com o jogo, mas ainda faltavam os outros dois cenários.

 

Call of Redfield

Se o cenário que era pra ser de terror já não me colocou medo algum, o que esperar dos outros dois que prometiam ser focados na ação? Bem, ao iniciar a campanha de Chris Redfield eu fiquei até na dúvida se tinha colocado o jogo certo, porque parecia que eu estava jogando Call of Duty ou Gears of War. Nada contra essas duas franquias, eu até gosto delas (principalmente a segunda), mas não é isso que espero de um Resident Evil. Enfim, Chris e sua equipe da BSAA já são colocados em um campo de batalha contra terroristas que utilizam armas biológicas. O cenário do ex-agente da S.T.A.R.S. é frenético, com balas voando e explosões por todos os lados.

Enquanto Leon começa apenas com uma pistola, Chris possui também uma metralhadora e algumas granadas. A jogabilidade com ele também traz o velho sistema de cobertura utilizado na maioria dos jogos de tiro. O grande problema é que esse sistema é um pouco falho (pelo menos na demo). Se você for correndo de encontro a uma cobertura e apertar o botão para se abaixar, é bem possível que acabe pulando a cobertura e dê de cara com vários inimigos loucos para acabar com a sua raça. O jogador precisa estar totalmente parado para conseguir se esconder atrás da barricada. Mas isso foi uma preocupação apenas no começo porque, assim como aconteceu enquanto jogava com Leon, eu logo estava enfrentando os inimigos apenas na pancada.

O final da demo do Chris traz ainda uma batalha contra um monstro gigante que também não apresentou desafio algum. Tudo que precisei fazer foi subir em uma plataforma e correr de um lado para o outro, sempre atingindo o ponto fraco do bicho, nas costas dele. Nada muito complicado. O cenário contou ainda com aquela clássica missão de proteger uma companheiro de equipe enquanto ele tenta armar uma bomba para abrir caminho pro resto da equipe. Mais uma vez nada difícil. A equipe do Chris, controlada pela inteligência artificial, dava conta de vários inimigos e os que restavam eram facilmente derrotados com socos. O desânimo aumentava, mas agora faltava apenas mais uma etapa.

 

Jake e o complexo de super-herói

Jogar com Jake é como jogar o cenário de Chris, mas de forma anabolizada. O cara possui trocentas armas à disposição, aguenta muito mais porrada antes de cair e também bate muito mais que os outros dois personagens. Pelas criaturas que apareceram nessa demo, é provável que o cenário com este novo personagem seja o mais super-heróico de todos. Eu não ficaria admirado se no meio do jogo ele acabasse adquirindo superpoderes.

 

Melhorias técnicas

Em termos de gráficos e jogabilidade, Resident Evil 6 parece ser bem superior aos dois jogos anteriores. Agora é possível girar a câmera ao redor do personagem quando ele está parado, além de poder caminhar com a arma empunhada. Caso algum inimigo lhe derrube no chão, também é possível atirar enquanto está deitado, permitindo se defender antes mesmo de levantar. O maior problema que encontrei nesta demo foi a facilidade. Além de passar por todos os cenários basicamente só na porrada, quando finalmente eu era derrubado e parecia que ia dar game over, o parceiro do personagem o salvava. Eu tentei morrer diversas vezes, ficava lá apanhando de propósito e sempre acabava sendo salvo. O mínimo que eu espero de um jogo de videogame é um desafio a ser vencido e, a julgar por esta demo, Resident Evil 6 não apresenta desafio algum.

Revisão: José Carlos Alves


Escreve para o PlayStation Blast sob a licença Creative Commons BY-SA 3.0. Você pode usar e compartilhar este conteúdo desde que credite o autor e veículo original do mesmo.

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