Blast from the Past

Blast from the Past: Saiyuki: Journey West (PS)

Saiyuki fez parte da última leva de ótimos RPGs que saíram para o PlayStation antes da sua substituição pelo PlayStation 2. O título da K... (por Unknown em 05/10/2012, via PlayStation Blast)

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Saiyuki fez parte da última leva de ótimos RPGs que saíram para o PlayStation antes da sua substituição pelo PlayStation 2. O título da Koei é discreto e não pode ser considerado como uma daquelas produções faraônicas como Final Fantasy, mas, de forma alguma, deve ser subestimado por isso. Na verdade, esse  jogo foi uma ótima despedida para o nosso amado tijolão cinza, mostrando que gráficos em 3D não são sinônimo de sucesso. Combate tático, belo design e um macaco gigante. Se isso não é uma fórmula para o sucesso, o que é?

Lançado em 1999 no Japão e em 2001 no Ocidente, Saiyuki agradou a inúmeros fãs do gênero tático, que estava se popularizando nos RPGs. Foi o primeiro jogo do tipo que experimentei. Nem preciso dizer o quão empolgado fiquei com a sua mitologia.

Acho que foram poucos os RPGs que me chamaram tanto a atenção apenas com suas apresentações. Tenho um carinho especial por essa, talvez por sua semelhança com a abertura de Breath of Fire IV. É impossível não ficar com aquele gosto de “quero mais”.

Clássica jornada épica

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A história do game é basicamente assim: você controla um monge chamado Sanzo (é possível também escolher uma personagem feminina) e deve viajar até a Índia para ajudar Lady Kannon, uma dos seis guardiões do céu. Sua missão é justamente encontrar os outros cinco e levá-los para o Templo do Trovão. Tarefa nada fácil, diga-se de passagem. Diversos inimigos e obstáculos inesperados estarão no seu caminho.

Esses guardiões serão também os seus companheiros de aventura. Um deles é Son Goku. Calma! Não é o nosso amado sayajin, mas alguém tão legal quanto. Todo fã da série de Akira Toriyama sabe que o Goku foi inspirado na lenda chinesa de um macaco gigante. Pois bem, o macaco mitológico é, ao lado do Sanzo, um dos protagonistas do jogo.

Apesar dos clichês, a história é realmente envolvente. Tudo graças à narrativa do game, que vai se desenvolvendo de forma suave ao longo da jornada. Quando você menos espera, já está totalmente apegado aos personagens e suas diferentes personalidades. E esse é um dos principais fatores que o deixam muito rico: personagens bem diferentes tentando trabalhar juntos em prol de um ideal.

Impossível não entrar no clima

Como eu disse antes, é simplesmente impossível não entrar no clima do jogo e se empolgar com a jogatina. Por mais que não haja um mundo aberto no qual você possa perambular como bem quiser, as batalhas e até mesmo o passeio pelo mapa mundi são suficientes para prender a sua atenção.

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Sanzo é uma espécie de monge feiticeiro que pode invocar espíritos poderosos. Os seus companheiros, por outro lado, possuem monstros dentro de si que podem ser despertados a qualquer momento na batalha. Mas como essa capacidade é limitada, você deve usá-la com cuidado. Eu particularmente sempre deixava as minhas transformações para os chefes ou para um determinado grupo de inimigos fortes. De qualquer forma, era necessário ter sabedoria e estratégia na hora de montar o seu plano de ataque.

Ainda mais se for levado em conta que seus amigos possuem um elemento principal em seu status, de modo que você precisa saber quem leva vantagem contra quem na hora de atacar. Por exemplo, Sha Gojo possui o elemento água, seus ataques serão mais efetivos contra inimigos que usem fogo. Da mesmo forma, se você movê-lo para um local onde há água, o seu HP se recuperará um pouco e seus ataques aumentam.

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Os gráficos são bonitos para um jogo em 2D, principalmente os sprites dos personagens. Destaque para o artista Akihiro Yamada, que fez desenhos realmente bonitos para a aventura. Isso pode ser percebido nos diálogos, nos quais as expressões dos personagens são bem representadas em seus modelos. Mas o melhor de tudo fica para as invocações de Sanzo e as transformações monstruosas de seus companheiros. Eu realmente me animava toda vez que transformava o Goku em macaco.

Despedida em grande estilo

Saiyuki não é aquele tipo de jogo com mecânicas ultra inovadoras. Na verdade, possui um sistema bem direto. Sua liberdade é limitada pelas áreas do mapa, logo, você não pode sair por aí como bem entender. O enredo vai se desenvolvendo por meio de cutscenes onde os personagens conversam e revelam pontos importantes da história. O que faz com que esses detalhes aparentemente entediantes não predominem durante o jogo é justamente a sua atmosfera mística, os cenários muito bem feitos, personagens cativantes e um sólido sistema de batalha. Ou seja, não é pouca coisa.

É, meus amigos, o nosso querido PlayStation teve uma ótima safra de jogos antes de sua substituição. Saiyuki com certeza foi uma dessas ótimas experiências, principalmente por sua fantástica história e ótima jogabilidade. E se você, assim como eu, comprou o game sabendo que não ia encontrar nenhum sayajin, aposto que se divertiu bastante e nem ao menos ficou decepcionado por não ver um kamehameha.

Revisão: Alberto Canen


Escreve para o PlayStation Blast sob a licença Creative Commons BY-SA 3.0. Você pode usar e compartilhar este conteúdo desde que credite o autor e veículo original do mesmo.

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