Após quatro títulos, a famosa franquia de corrida da Eletronic Arts decide mostrar as caras em um novo jogo que tem como protagonista Porsches dos mais diversos tipos e modelos. Need for Speed: Porsche Unleashed é um jogo que vem corrigindo certas falhas de seus antecessores, mas que deixa exposta uma certa falta de cuidado que poderia ter sido evitada se houvesse um pouco mais de atenção e respeito com aos fãs da série. Lançado em 2000, esse jogo ainda ficou devendo muito no quesito gráfico, porém mostra ao fãs e aos jogadores mais descomprometidos uma das melhores trilhas sonoras de jogos de corrida para o console de 32 bits da Sony.
Uma dose a mais de atenção no visual seria uma ótima pedida
Apesar das boas texturas e gráficos que os carros possuem, o jogo peca um pouco nas pistas. Os desertos possuem um visual macabro e construções como pontes que, quando vistos de perto, mostram o quanto são pixelados. Alguns efeitos como o de poeira nas pistas desertas são um soco no pâncreas de um fã da série. Porém, se você não liga muito para isso, poderá muito bem aproveitar os efeitos de luz que os carros exibem durante pistas noturnas ou molhadas.
Outro problema são as quedas de framerate que o jogo mostra em certos momentos. Para se ter ideia, no modo de um jogador, há certos lugares em pistas específicas onde a framerate despenca do monte Everest com o maior prazer do mundo. E isso só piora se você bater seu carro. Talvez não tenha sido uma escolha sábia adicionar o efeito de dano no carro se não foi possível estabilizar a framerate do jogo. A Eletronic Arts faltou a algumas aulas de lógica.
Contudo, você pode até achar os gráficos de Porsche Unleashed charmosos. Não tiro sua razão de pensar nisso como uma verdade, porém, depois de jogos como High Stakes, graficamente, seu sucessor poderia ter recebido um tratamento melhor.
Controles decentes
Sobre a jogabilidade de Porsche Unleashed, tivemos boas notícias. O jogo possuia diversos modos de jogo que lhe fariam esquecer as horas. Entre os vários modos de jogo, encontramos: Evolution, Quick Race Mode, Time Battle, Chase, Capture The Flag e muitos outros. Muitos desses modos permitem que até quatro jogadores disputem ao mesmo tempo com o Multitap - acessório que permitia a adição de quatro controles ao mesmo tempo para partidas em multiplayer. Fora os modos, você pode esbanjar luxo e poder com os mais de 70 tipos diferentes que variam de um 356 B até um 911 GT (carro de velocidade). Tenha em mente que pouquíssimos jogos da era 32 bits possuíam um boa quantidade de carros.
O controle dos Porsches são bastante precisos e, após várias leituras, parecem bem semelhantes aos controles de um Porsche real, porém, o design das pistas não ajuda nada no aproveitamento dessa jogabilidade. Algumas das pistas do jogo possuem curvas em 90 graus. Isso mesmo, 90 graus. É difícil passar a sensação de realismo com curvas que cortam pela metade a vontade de ter tal experiência.
Trilha sonora estupenda
Com certeza essa é a melhor parte do jogo. Porsche Unleashed possui músicas incríveis, e não é porque estou sendo saudosista. A trilha sonora do game mostra a evolução não só das máquinas, mas também da música. Podemos ver do blues e jazz seiscentista até a música eletrônica que bombou nos anos 2000.
A sensação que se tem durante as primeiras pistas é que você está disputando com um DeLorean para ver quem chega primeiro no baile da mãe de McFly
A melhor versão dessas músicas é encontrada somente na versão para PlayStation.Need for Speed: Porsche Unleashed é o típico jogo que tenta agradar a todas as tribos, mas esquece de se focar na principal. Apesar de corrigir algumas falhas dos títulos anteriores como menus demorados, algumas ainda insistem em ficar como as chatas quedas de framerate. Contudo, apesar dos pesares, o jogo possui um certo charme que pode cultivar por algumas horas ou, quem sabe, até terminá-lo em todos os modos, haja visto a quantidade e diversidade de mini games presentes no jogo. Pode se considerar um jogo razoável para quem curte avulsamente jogos de corrida e essencial para os fãs da franquia.
Revisão: José Carlos Alves
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