É uma verdadeira onda: o jogo é lançado, recebe diversos DLC (inclusive simultaneamente ao lançamento) e então, alguns meses depois, ganha uma edição “Jogo do Ano” ou “Completa”. Todo o dinheiro gasto por nós, ingênuos consumidores, com os DLC parece ter sido jogado fora, já que podemos comprar o mesmo material incluído no disco por um preço menor. O que está por trás disso? Será que vale a pena continuar comprando os DLC enquanto eles saem?
Exemplo 1: L.A. Noire
Lançado em maio de 2011, L.A. Noire recebeu uma quantidade quase absurda de DLC. A Rockstar inclusive implantou um sistema para facilitar a compra desse conteúdo: o Rockstar Pass, com o qual o jogador podia pagar um valor específico e ter acesso a todos os DLC lançados para o jogo.
O problema é o seguinte: após a primeira onda de DLC, o jogo não recebeu mais nenhum conteúdo. E qual não é a nossa surpresa ao ser lançada em novembro a Edição Completa, trazendo todo o conteúdo extra incluído no disco? Sim, aquele Rockstar Pass “esperto” pelo qual pagamos 12 dólares não serviu para absolutamente nada. O que “consola” nesse caso específico é que o jogo não recebeu uma edição “Jogo do Ano”: L.A. Noire não foi tão bem entre os críticos e jamais ganharia tal prêmio.
Veredicto: abuso.
Exemplo 2: Batman: Arkham City
Esse sim merecedor do prêmio “Jogo do Ano”, Batman: Arkham City foi lançado em outubro de 2011. Ele recebeu alguns DLC, incluindo personagens extra para usar nos desafios do modo Riddler’s Revenge e roupas diferentes para o próprio Batman. Aclamado pela crítica (com razão), o jogo logo começou a ser cogitado para Jogo do Ano.
Dito e feito: em maio de 2012 foi lançada a Edição Jogo do Ano, trazendo todo o conteúdo extra lançado até então e um DLC inédito, Harley Quinn’s Revenge. Talvez o choque tenha sido menor por trazer um DLC novo, ou simplesmente pelo jogo ser realmente bom. A verdade é que aqueles jogadores que não tiveram pressa ao adquirir Arkham City se deram especialmente bem, podendo adquirir a versão mais completa do jogo. Isso, é claro, se eles conseguirem superar a capa mais tremendamente feia da história dos videogames, que você pode conferir ao lado. Cuidado com os olhos.
Veredicto: inconclusivo.
Exemplo 3: Uncharted 2: Among Thieves
Lançado em outubro de 2009, Uncharted 2: Among Thieves tornou-se queridinho dos críticos e do público e foi o primeiro da série a introduzir o multiplayer. Todos os DLC lançados foram justamente para o modo online e, para um jogador mais “solitário”, eram completamente inúteis.
Um ano depois, a Naughty Dog lançou a Edição Jogo do Ano, com um extenso material extra, incluindo quatro “motion comics” (uma combinação de HQ e animação) e todos os DLC lançados até então. Sim, todos aqueles mapas e armas para o multiplayer. Interessado? Pois é, nem eu. Por mais que o jogo seja bom (e existem sim controvérsias), esse material extra não é o suficiente para justificar essa edição, e fico apenas imaginando aqueles que compraram o jogo no lançamento vendo tudo isso e se sentindo traídos.
Veredicto: abuso.
Exemplo 4: Red Dead Redemption
Outro exemplo da Rockstar, Red Dead Redemption foi lançado em maio de 2010. Também merecedor, foi aclamado pela crítica e recebeu diversos prêmios de Jogo do Ano. A partir de então, o jogo recebeu uma quantidade bem grande de DLC, incluindo um jogo à parte chamado Undead Nightmare, aproveitando a ambientação e os personagens, mas colocando zumbis e outras criaturas sombrias. Os DLC foram bem balanceados entre single player e multiplayer.
Em outubro de 2011, a Rockstar lançou a Edição Jogo do Ano, contendo todo esse material extra. Não havia nada de novo, mas a adição do Undead Nightmare no mesmo pacote do jogo original era bem interessante. Adquirindo essa edição, os jogadores teriam uma versão mais “redonda” de Red Dead Redemption. Talvez a parte triste disso seja perceber que não vale mais a pena comprar jogos da Rockstar no lançamento. É mais interessante esperar um ano, até o lançamento da tal edição Jogo do Ano, para ter a versão completa sem custos adicionais.
Veredicto: vantagem (com ressalvas).
Exemplo 5: Dead Island
Dead Island não é Jogo do Ano em lugar nenhum. O jogo foi inclusive bastante criticado pelo excesso de bugs e por não oferecer nada de novo em relação a jogos que já existiam, como Left 4 Dead. Ele recebeu alguns DLC, incluindo armas novas e dois capítulos da história: Ryder White (uma visão diferente da história principal) e Bloodbath Arena.
E não é que em junho de 2012 foi lançada uma Edição Jogo do Ano? É bom saber que os desenvolvedores podem se premiar dessa forma. Assim, quem sabe, Duke Nukem Forever pode ganhar uma edição completa com todo o… deixa pra lá.
Veredicto: abuso ultrajante.
Com esses exemplos, qual a sua opinião sobre essas edições? Comprou alguma delas? Se arrependeu de pagar pelo DLC de algum jogo? Conte-nos nos comentários!
Revisão: Alan Murilo
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