Blast from the Past

Blast from the Past: Syphon Filter 2 (PS)

Ah, os meus dez anos… Época em que eu me esgueirava sorrateiramente pelos cômodos da casa e fingia ser um espião. Se você, assim como eu, ... (por Unknown em 04/08/2012, via PlayStation Blast)

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Ah, os meus dez anos… Época em que eu me esgueirava sorrateiramente pelos cômodos da casa e fingia ser um espião. Se você, assim como eu, jogou Syphon Filter 2 nesse mesmo período, por volta do ano 2000, sabe bem do que estou falando. Quem nunca se imaginou na pele do agente Gabe Logan, matando furtivamente e salvando o mundo? Se você também sente saudade desse tempo em que a única preocupação era saber como passar determinada fase, retire a poeira do silenciador e acompanhe nossa matéria.

Pode-se dizer que, ao lado de Metal Gear Solid, Syphon Filter foi um dos melhores jogos de espionagem do PlayStation. Assim, não foi nenhuma surpresa quando a Sony Bend e a 989 Studios anunciaram uma sequência. Mas Syphon Filter 2 não era apenas uma continuação do primeiro jogo. Ele vinha recheado de novidades (uma das melhores era o modo Deathmatch com 15 arenas de combate, estilo Quake III Arena). Nem é preciso dizer que o jogo caiu nas graças dos fãs do gênero e também da crítica especializada.

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Da última vez em que estivemos com Gabe Logan e Lian Xing, eles estavam no Cazaquistão tentando impedir o lançamento de um foguete contendo o vírus mortal chamado Syphon Filter. A segunda versão começa logo depois desse esforço herculano dos protagonistas. A Agency vai para o Cazaquistão e sequestra Lian Xing. Cabe a Logan tentar salvá-la, mas seu avião é atingido e cai no Colorado. Todos estão encrencados e, surpresa, você terá de jogar com os dois para atingir o objetivo. Isso mesmo! Pela primeira vez a parceira de Logan também podia ser controlada, como vocês devem se lembrar, ela é responsável por grande parte das missões mais legais do game.

E assim como em Syphon Filter, as missões aqui não são muito fáceis. Lian, por exemplo, estará desarmada e terá de fugir do hospital, onde foi contaminada pelo vírus. Mesmo capenga, ela poderá conversar com os personagens durante o jogo, o que não era possível no primeiro episódio. Na maioria das vezes você terá de arrancar informações importantes para passar de fase. Naquela época, para quem não estava acostumado, podia até parecer chato, mas eram justamente os diálogos que garantiam um ar de cinema ao jogo.

Atirar desembestado é para os fracos

A jogabilidade era muito parecida com a da primeira versão, incluindo o seu sistema de mira, que não mudou nada. O arsenal, entretanto, estava muito mais poderoso. Você  dispunha de lança-chamas, óculos de visão noturna e uma faca, para eliminar um inimigo em silêncio.

As partes mais legais do jogo, em minha humilde opinião, estavam nesses momentos sorrateiros. Ao invés de sair atirando como louco, você devia ter estratégia, analisar melhor a situação e só daí, agir. Trocando em miúdos, assim como no primeiro, a melhor dica ainda vale, seja discreto.

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Ainda me lembro de algumas matérias sobre o jogo em revistas especializadas: “Os gráficos estão impecáveis, com cenários detalhados e visão em terceira pessoa eficiente”. Mesmo hoje, trocentos anos depois, não consigo discordar muito do que diziam.

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Para a época e, mais importante, para um jogo desse gênero, os gráficos estavam fantásticos. Destaque para os efeitos de iluminação, que davam uma tonalidade mais realista e obscura em determinados momentos. Quem não se lembra da clássica fase das “plantinhas”? Onde você tinha que plantar bombas e ainda acabar com os inimigos. Foi um cenário muito bem construído e que dava até mesmo uma sensação de agonia ao transitar pela mata.

Ultrapassado? Nem tanto…

Mesmo tendo sido lançado há mais de dez anos, o fato é que Syphon Filter 2 ainda é um game que faz a alegria de quem o joga. O motivo é justamente a sua ação mesclada com elementos de espionagem.

Mas você, leitor, pode estar se perguntando: “mas já não existem inúmeros shotters hoje em dia?”. Exatamente! A questão é que o mercado de games está saturado com esse gênero, não importa o que digam, simplesmente vemos mais produções do mesmo inundando as prateleiras. Entretanto a série protagonizada por Logan e Lian trazia elementos que foram esquecidos ou que não são mais explorados hoje em dia, salvo algumas pouquíssimas exceções.

É, meus amigos, infelizmente os jogos de hoje estão apostando cada vez mais em “ação desenfreada”, ou melhor, “descerebrada”, para conquistar jogadores. E é triste saber que a maioria está sendo conquistada com tão pouco. Saudades da época em que os jogos me faziam vivenciá-los no dia a dia.

Revisão: Catarine Aurora


Escreve para o PlayStation Blast sob a licença Creative Commons BY-SA 3.0. Você pode usar e compartilhar este conteúdo desde que credite o autor e veículo original do mesmo.

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