Dez armas e assignments novos, quatro mapas desenvolvidos, cinco dogtags exclusivas, dois modos de jogo apresentados (um deles inédito) e uma bela polêmica: estaria a série de tiro da Electronic Arts/DICE entrando nos moldes de seu maior rival, o Call of Duty da Activision? Este é Close Quarters, lançado há pouco mais de um mês, o segundo dos cinco DLCs prometidos para o campeão de vendas e críticas Battlefield 3. Mas seria este DLC uma concessão ao modo de jogo consagrado pela série rival, ou uma perspectiva totalmente nova de se jogar? Então trave sua arma favorita, carregue e confira o guia preparado a seguir…
Uma nova visão sobre o universo Battlefield
Lançado oficialmente no dia 3 de junho (antecipadamente para os associados do megapacote Premium, sobre o qual escreverei em breve), Close Quarters é uma expansão que, além de todos os “brinquedinhos” novos que citei acima, traz a ação cooperativa característica de Battlefield dos desertos, cidades e campos enormes para quatro mapas de amplitude bem reduzida: Ziba Tower, Operation 925, Scrap Metal e Donya Fortress.
Para o veterano que joga pela primeira vez nos novos mapas, a diferença é brutal – hilária até, diria eu. Desde o lançamento de Battlefield 3, em novembro do ano passado, nos acostumamos a áreas gigantescas, com zonas de relativa segurança para o jogador fora os pontos de conflito (bandeiras ou M-COMs). Dava pra dar uma parada, respirar, analisar o local e tentar prever de onde viria a infiltração inimiga – e até desempenhar o papel mais odiado pelos jogadores costumazes de FPS: o de camper, ou seja, aquele fica escondido em determinado ponto, atacando suas vítimas de surpresa.
Mas esqueça este e outros conceitos nos novos mapas… o soldado pode até campear, mas vai conseguir apenas por alguns segundos. Em uma bela sacada, a DICE mudou completamente nossa experiência de jogo. Se antes tínhamos que nos atentar aos lados e, eventualmente, acima, agora o perigo surge de qualquer direção: o que os novos mapas não têm de dimensão horizontal, balanceiam com três ou mais andares de ação. E que ação, amigo leitor!
Correria e destruição impressionante
Se há um palavra apropriada para os novos modos de jogo, Conquest Domination (uma mistura dos tradicionais Conquest de bandeiras e armar bombas do Rush) e Gun Master, essa palavra é: tenso. Em um servidor cheio – dezesseis jogadores ao invés dos tradicionais 24, devido às dimensões do cenário –, simplesmente não se consegue dar uma pausa ou analisar as cercanias. Na primeira partida que joguei, em Ziba Tower, gargalhei do começo ao fim como se estivesse com um game novo, e não o que jogo diariamente desde seu lançamento. A relação de mortes sobe proporcionalmente à frequência cardíaca do jogador, normalmente dobrando ou triplicando as baixas que temos nos mapas tradicionais.
O festejado motor gráfico da alta definição Frostbite 2 (presente neste e anunciado para Medal of Honor: Warfighter, que sai em outubro) brilha de modo irrepreensível nos novos mapas. Escritórios, uma fortaleza e uma indústria pesada, ricamente detalhados, são reduzidos a meros escombros após poucos minutos de partida – se for em um servidor customizado com mais tickets, então… é realmente impressionante, praticamente tudo no cenário pode ser destruído: paredes, TVs, móveis, luminárias, impressoras, … tudo o que resta é muita poeira e um sorriso no seu rosto. Confira um antes e depois:
Armas, dog tags, Gun Master: os brinquedos novos
Tal como no DLC lançado no início do ano, Back to Karkand, Close Quarters disponibiliza dez novas armas para o jogador no modo multiplayer, além da nova munição de granada para o lançador M320: duas para cada classe (Assault, Engineer, Support e Recon), uma escopeta e uma submetralhadora. Elas são liberadas, novamente, através de assignments tais como ter uma determinada quantidade de mortes usando uma arma específica, e atividades relacionadas a equipamentos e armas secundárias exclusivas de cada especialista.
Uma vez mais, o mecanismo de assignments (fora os cinco novos troféus: dois prata e os demais bronze) força o jogador a superar seus limites, ao invés de entregar tudo de mão beijada. Destaco três: o ignorante rifle semiautomático M417 para Recon, o preciso e fácil de usar AUG A3 para Assault, e, a que mais me causava expectativa, a escopeta italiana SPAS-12, que após certa prática e com a munição apropriada, vira um canhão nas mãos do soldado experiente. Cinco dog tags novas são imediatamente disponibilizadas, para aumentar sua coleção e customizar seu visual baseado em seu estilo de jogo.
Outra novidade é o modo Gun Master, copiado muito parecido com o modo Gun Game presente no “concorrente” Call of Duty: Black Ops. Todos começam com uma pistola simples e, a cada dois inimigos abatidos, têm sua arma evoluída progressivamente, até chegar no nível dezesseis. E aí entra a polêmica que tem esquentado muitos fóruns de discussão…
Call of Battlefield?
Muita gente recriminou a estrutura do novo DLC. Para os puristas, Close Quarters ficou longe demais do padrão Battlefield (mapas enormes, uso intensivo de transportes) e se rendeu à fórmula Call of Duty de fazer guerra, que é o inverso - mapas curtos, sem transportes e pouco (ou nenhum) planejamento tático. Prato cheio para os “CODistas”, como são jocosamente chamados os fãs da série da Activision (que grande besteira…).
Pessoalmente, vi esta mudança – ou experimento – como, com o perdão do trocadilho, um tiro certeiro da Electronic Arts. É óbvio que a EA quer ganhar uma fatia do imenso e milionário mercado onde, para bem ou mal, Call of Duty impera, mas essa novidade é extremamente positiva a meu ver. O jogador é obrigado a reinventar totalmente seu modo de jogar, suas customizações, suas estratégias. Se mais jogadores de COD realmente passaram a jogar BF3, todo um novo nível de desafio é estabelecido, com especialistas em lutas curtas.
Pode não ser algo exatamente inovador mas, no mínimo, a DICE tirou o jogador da sua zona de conforto, além de entregar um produto único em vez de mais um pacotão de mapas requentados (cabe a crítica: como na série Modern Warfare). Só por essa ousadia e por procurar a inovação em uma série tão estabelecida, já vale muitos pontos para os produtores. E em setembro vem outra reviravolta: o DLC Armored Kill promete ser voltado para transportes, inclusive com o maior mapa já publicado em toda a história da franquia Battlefield!
E aí, você prefere ter sua jogabilidade desafiada por novos modos, levando seu patamar a outro nível - ou só receber mais do mesmo? Convenhamos, né…
O veredito: vale a pena?
Ora se vale, a não ser que o jogador jogue única e exclusivamente com veículos - o que é ridiculamente limitador, em minha opinião. O pacote traz uma atmosfera e dinâmica totalmente novos ao jogo principal, comprovando de forma definitiva a versatilidade de Battlefield 3, e o mais importante: renovando o interesse do jogador neste magnífico FPS estratégico.
Particularmente, acredito que o preço poderia ser um pouquinho mais camarada, no entanto vale lembrar que este DLC faz parte do pacote Premium, que inclui os cinco DLCs anunciados e uma série de vantagens e itens exclusivos para quem o comprar. HOOAH!
Close Quarters (Battlefield 3) – Nota: 9,0
Preço (download avulso): R$ 30,99 / US$ 14,99
Revisão: Leandro Freire
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