A Konami produziu Frogger para arcade em 1981. O jogo foi um verdadeiro hit (chegando a vender 20 milhões de cópias até 2005) e foi portado para diversos consoles na época, inclusive para o Atari 2600, que permitiu que muitos brasileiros tivessem contato com esse game viciante. Em 2009, a Konami passou o bastão da produção de Frogger Returns, a versão repaginada do jogo, para a Hijinx Studios, que ficou com a complicada tarefa de trazer esse clássico para a geração atual sem prejudicar a fórmula que os fãs tanto apreciaram.
Por que o sapo atravessou a rua?
Para chegar ao outro lado, é claro! A resposta à boba anedota representa bem a tarefa do jogador em Frogger Returns, que continua a mesma depois de tantos anos: levar os sapos até um dos cinco pontos seguros, atravessando por diversos obstáculos. Como não poderia deixar de ser, existem muitas melhorias em relação à versão arcade, com novos desafios, alguns power-ups, um novo ângulo de câmera e um visual mais caprichado, que finalmente nos permite reconhecer que o protagonista se trata de um sapo.
Ainda assim, se fossemos promover um Blast Battle entre as duas versões, a mais antiga ainda daria um belo de um sufoco na atual. Dependendo dos critérios adotados, a vitória seria certa. O novo ângulo de câmera, no modo para um jogador, é mais inclinado, permitindo que o sapo seja visto por trás, mas ainda do alto. Dessa forma, fica bem mais difícil medir onde o pulo irá parar, o que nos leva a mortes completamente desnecessárias por acharmos que o salto seria seguro. Mais um problema é que não se pode chegar muito próximo à borda da tela quando se está em cima de um tronco ou vagão de trem, pois há uma espécie de barreira invisível, resultando mais uma vez em óbito. A jogabilidade permanece a mesma, apenas usando o direcional para desviar e avançar, nada de botões. O som também é baseado no de antes, o que merece aplausos, mas não passa de outro empate. Se acrescentarmos os quesitos originalidade e sucesso de vendas, já seriam quatro pontos a mais para a versão arcade, placar que dificilmente seria equiparado.
De um lado ao outro
Returns apresenta quatro modos para jogarmos sozinhos e mais quatro modos multiplayer. Entretanto, nada de jogatina online, o que seria um empate com a versão antiga (!), se ainda estivéssemos contando. Ao jogarmos solo, temos o modo Arcade, no qual devemos passar por quatro estágios, levando os sapos aos cinco locais seguros, um de cada vez. Vários são os obstáculos, carros (quase do tamanho do sapo), crocodilos, cachorros, ratos (maiores que os cachorros) e até mesmo trens. Os outros três modos são baseados no primeiro: Free Play é para aqueles que não se preocupam com tempo e pontuação, contando com vidas infinitas - bom para quem cansou de morrer ou quer treinar; Time Trial e Score Attack permitem que se busque o melhor tempo e pontuação, respectivamente.
A jogatina multiplayer permite que até dois jogadores possam competir localmente. Ainda assim, uma boa dose de longevidade é acrescentada ao jogo, na medida que é sempre mais divertido ter alguém para competir. Outro adendo interessante, é que o tosco ângulo de câmera é trocado por um mais de cima, como era no primeiro Frogger. A diversão é garantida, desde que você encontre alguém para jogar com você. No Classic Race, vence aquele que conseguir três dos cinco pontos de segurança do outro lado dos obstáculos; em Territories, é uma corrida contra o tempo para atingir o maior número de metas; Collector é parecido com Territories, mas tem a adição de moscas, que quando comidas aumentam a pontuação; e Fly Feast é o modo preferido de qualquer sapo, no qual é necessário comer o maior número de moscas possível.
O retorno do sapo
Existem algumas falhas sérias no jogo, como o péssimo ângulo de câmera, barreiras invisíveis e ausência de modo online. Entretanto, o Frogger Returns tem seus méritos também. O primeiro, mais óbvio, é o valor nostalgia, que vai atrair os jogadores da velha guarda. O jogo em si continua viciante - ao menos até conseguir terminá-lo a primeira vez - e, além disso, temos modos multiplayer, que garantem mais algum tempo de vida ao game. Talvez a versão de retorno não vencesse a original em uma batalha blástica, mas consegue divertir bem - ainda que irrite um pouco ao mesmo tempo (!).
Prós
- Diversão para os saudosistas;
- O som continua fiel ao original;
- Fácil de jogar e viciante, como a versão arcade;
- Modos multiplayer trazem longevidade e uma competição saudável.
Contras
- Péssimo uso da câmera, que resulta em mortes desnecessárias;
- As bordas da tela não condizem com o que se está vendo;
- Ausência de modo online.
Frogger Returns - PS3/PSN – Nota Final: 6,0
Gráficos: 5,0 | Som: 7,5 | Jogabilidade: 6,0 | Diversão: 6,5
Revisão: Leandro Fernandes
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