Blast from the Trash: Batman & Robin (PS)

Atualmente, o Batman vive um excelente momento nos cinemas e nos games. Na tela grande, teremos este ano a última parte da trilogia do home... (por Unknown em 13/06/2012, via PlayStation Blast)

Atualmente, o Batman vive um excelente momento nos cinemas e nos games. Na tela grande, teremos este ano a última parte da trilogia do homem-morcego dirigida por Christopher Nolan, enquanto nos games temos os aclamados Arkham Asylum e Arkham City, que conseguiram contar uma excelente história e nos fazer acreditar que realmente éramos o defensor de Gotham City. Porém, nem sempre as coisas foram fáceis pro Cavaleiro das Trevas, em especial a década de noventa, que não foi gentil com ninguém, mas foi especialmente negra para o personagem. Além dos filmes galhofa dirigidos pelo Joel Schumacher, esses filmes sempre vinham acompanhados de adaptações ainda mais toscas para os games. E nesse contexto a Acclaim lançou a adaptação do pior filme do homem-morcego, Batman & Robin.

 

Santa jogabilidade falha, Batman

A ideia por trás do jogo era excelente, utilizando o hardware mais avançado do PlayStation (o jogo anterior havia saído para Super Nes), os produtores fariam um jogo de mundo aberto, no qual o jogador participaria de cenas importantes do filme, enquanto poderia agir como o próprio Batman. Infelizmente, o jogo, assim como o filme no qual ele é inspirado, acaba sendo frustrante e apenas os mais fanáticos pelo personagem conseguiram jogá-lo até o fim. Muito mais do que gráficos e uma história impressionante, como o próprio nome já diz, jogos de videogame precisam ter uma jogabilidade no mínimo decente, quesito no qual Batman & Robin falha miseravelmente.

No começo, é impossível não ficar empolgado com o jogo, afinal, podemos escolher entre três personagens diferentes (Batman, Robin e Batgirl), cada um com habilidades e veículos próprios. Isso sem falar que temos a Batcaverna e o Batcomputador à nossa disposição. Quando finalmente saímos da caverna e vamos para as ruas, o pensamento que vem à cabeça é “nem acredito que vou poder andar por toda Gotham com o Batmóvel”. Tão grande quanto essa empolgação inicial é a decepção que vem logo em seguida. Controlar o Batmóvel (ou uma das Batmotos) é uma tarefa complicada, os veículos simplesmente não conseguem fazer uma curva decente se estiver em alta velocidade.

Convenhamos, se você tem o carro do Batman nas suas mãos, com certeza vai querer correr com ele. Isso, somado às ruas extremamente apertadas, faz com que seja muito mais fácil andar a pé pela cidade. Quer dizer, mais fácil em termos, já que os controles dos personagens também não eram lá essas coisas. Apesar dos vários apetrechos e das habilidades bacanas, como planar, a movimentação dos personagens era muito ruim e não era difícil acabar morrendo em algum combate simplesmente por não conseguir deixar o personagem na posição que você queria.

Bátema

 

Rápido, Robin, para a Batcaverna

Além da possibilidade de andar pelas ruas de Gotham, o game apresentava algumas outras boas ideias, apesar de também não executá-las muito bem. Mais do que espancar criminosos pelas ruas da cidade, Batman & Robin colocava o jogador para agir como o grande detetive que o homem-morcego é nos quadrinhos. Para impedir os crimes do vilão Mr. Freeze, os jogadores precisavam encontrar, pela cidade, pistas do próximo passo do vilão. Com essas pistas em mãos, bastava processá-las no Batcomputador, descobrir onde seria o próximo ataque e impedir as ações de Freeze.

O problema é que geralmente o jogador tinha um tempo determinado para conseguir descobrir o local do ataque e nem sempre era tão fácil encontrar as pistas. Sem contar que depois ainda era necessário encontrar o local certo no mapa de Gotham, fazendo com que o tempo acabasse e o jogador tivesse que tentar solucionar esse crime novamente. Esse esquema de tentativa e erro acabava com a paciência até do mais devoto fã do Batman.

Dá muito trabalho pilotar este carro, melhor ir a pé!

 

Melhor apagar a década de 1990

É realmente uma pena que uma ideia tão boa tenha sido mal executada na época, pois Batman & Robin tinha tudo para ser um dos melhores jogos do Cavaleiro das Trevas. Ele possuía bons gráficos para a época, com personagens bem detalhados e o rosto dos atores que fizeram o filme, além de uma Gotham bem construída, com várias pessoas andando pelas ruas. A capa dos heróis era impressionante, se movendo com extrema naturalidade.

O Batmóvel era uma atração à parte, bem parecido com o dos filmes, até mesmo com a turbina soltando fogo. Pena que fosse tão difícil controlá-lo. O departamento sonoro também era decente, com músicas que realmente nos colocavam no clima das aventuras do Batman. E o barulho do motor dos veículos era sensacional. Infelizmente, nada disso conseguiu salvar o jogo do fiasco. Parece que Batman estava realmente destinado a ser motivo de chacota na década de 1990.

Revisão: Leandro Fernandes


Escreve para o PlayStation Blast sob a licença Creative Commons BY-SA 3.0. Você pode usar e compartilhar este conteúdo desde que credite o autor e veículo original do mesmo.

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