Ultimamente, os gamers têm sido atingidos por uma verdadeira avalanche de remakes de jogos clássicos. Os donos de PS3 que o digam,visto que o console recebeu nada menos do que 27 coletâneas remasterizadas nos últimos anos. É claro que todos nós queremos cada vez mais jogos, mas a sensação que fica é a de que a indústria está preguiçosa e simplesmente não inova mais. A pergunta que não quer calar é: será que realmente precisamos de tantos remakes HD?
Kratos chega metendo o pé na porta
A franquia a estrear a novidade foi God of War, no qual foram lançados na forma de coletânea os dois primeiros jogos da série, com suporte a gráficos HD e com toda a qualidade sonora que o PS3 pode oferecer. O lançamento foi muito bem recebido e o game acabou servindo de aquecimento para a terceira epopeia da saga que estava por vir, e acabou motivando os produtores a “dar um tapa” no visual de mais alguns games. Uma das razões técnicas para a criação de tais remakes, além das óbvias de natureza puramente comercial, reside no fato de que alguns jogos do PS2 não são totalmente compatíveis com alguns modelos de PS3.
Depois de estreado o caminho das pedras, muitas outras produtoras fizeram o mesmo. A exemplo, podemos citar a Ubisoft lançando The Prince of Persia Collection e a Capcom, lançando os remakes de Residen Evil. Na lista de remakes só entram grandes produções das gerações passadas. Existe inclusive um rumor de que Tetsuya Nomura estaria estudando a possibilidade de lançar uma coletânea de games da série Kingdom Hearts redefinidos em HD.
Além de tomarem proveito do hardware do PS3, alguns jogos possuem também conteúdos extra, como suporte ao PS Move (Resident Evil Chronicles HD Collection) e adição de troféus e demos de alguns lançamentos futuros. Veja as imagens abaixo comparando algumas versões:
E as novas franquias?
O fato de podermos experimentar jogos já eternizados em roupagem nova é muito bom, mas o grande problema é que ultimamente as empresas têm dado tanto valor aos remakes que acabam passando a impressão de que a
industria está estagnada, sem se importar muito em lançar algo novo. Se você parar
para pensar de maneira lógica, olhando a imagem de uma franquia em si, só faz sentido lançar um remake de um dado game se esse game já está rodando na praça há um certo tempo. Nesse caso, a medida de lançar novamente o jogo serve como uma maneira de recolocar a franquia em questão novamente em evidência, como no caso da produção de The Ico & Shadow of the Colossus Collection. Resident Evil: Chronicles HD Collection, no entanto, veio, ao que parece, apenas para fazer valer as funções do Playstation Move, já que o referido spin-off era originalmente exclusivo do Wii. Mencionando novamente a Nintendo, temos um outro caso de produção bem-vinda com o lançamento de Pokémon FireRed, em que o remake se mostrou necessário porque se tornara, até então, impossível adquirir os monstrinhos antigos de maneira
lícita no Game Boy Advanced.
Enquanto o passado volta o futuro espera
O que a moçada quer saber quando compra um console novo é se ela terá a garantia de poder experimentar jogos bons, certo? Mas até que ponto é interessante comprar e jogar novamente um game no qual você já sabe a priori o que vai encontrar, visto que, na maioria das vezes, são adicionados ao remake apenas conteúdos extra de pouca relevância pra experiência do jogo em si, já que seria arriscado demais mudar a fórmula de algo já consagrado.
Como dito anteriormente, um dos grandes problemas dos remakes reside na exposição demasiada de uma única personagem. Esse é um questionamento comum a muitos nintendistas, por exemplo, afinal é indubitável que a Nintendo explora demasiadamente a imagem de Mario e de Link. Entre uma E3 e outra sempre surge um rumor de que Miyamoto está trabalhando em uma franquia nova, mas nada de novo tem aparecido nos últimos anos.
Atualmente temos defensores e detratores desse novo nicho de mercado. Os que se posicionam a favor dizem que sempre é bom ter um jogo bacana com gráficos melhores e alguns extras para liberar. De outro lado, temos quem diga que isso é só uma maneira barata de extorquir dinheiro dos consumidores. Nós aqui do Blast queremos saber, qual o lado da força que você escolhe?
Revisão: Samuel Coelho
Comentários