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Análise: Shank (PS3)

A Klei Entertanmen não é uma indústria muito reconhecida no mercado de games. Mas isso não a impediu de produzir Shank , um jogo muito div... (por Unknown em 04/05/2012, via PlayStation Blast)

A Klei Entertanmen não é uma indústria muito reconhecida no mercadoshank_art de games. Mas isso não a impediu de produzir Shank, um jogo muito divertido para nenhum fã de Quentin Tarantino botar defeito. Facadas, espadadas, tiroteio e sangue desenfreado fazem parte do universo desse pequeno game que me chamou a atenção pelo sua proposta diferente, indo de encontro ao disponível na atual geração. Apesar de ter tudo para dar certo, o jogo apresenta falhas em alguns pontos muito importantes, o que de certa forma atrapalha no resultado final. Pegue sua motoserra, recarregue a pistola e acompanhe nossa análise.


Clichê sim! Mas nós agradecemos

ss_preview_shank3.jpgO protagonista Shank era integrante de um grupo de mercenários chamados “A Família”. Um belo dia, sem mais nem menos, ele é traído por seus parceiros, que lhe tiram a sua amada Eva. A partir daí, no melhor estilo hollywoodiano da vingança, ele segue atirando e desmembrando todos os inimigos que encontra pelo caminho até conseguir saciar sua sede.

Clichê para dar e vender, correto? Mas isso está longe de ser um problema, esse enredo cheio de “mais do mesmo” cai como uma luva para esse tipo de game. Correndo o risco de ser defenestrado pelos fãs, Shank incorpora muitos elementos de Streets of Range e Final Fight, onde você deve sair por aí espancando todo mundo que encontrar pela frente, visando um objetivo maior.

shank2010110119275676Sem falar no fato de que ao final de cada fase você encontra um chefe. Enquanto alguns são muito divertidos e correspondem a ótimos desafios – Cassandra que o diga- outros são extremamente irritantes, como “O Açougueiro”. Mas no geral é muito bacana enfrentá-los, pois as lutas misturam minigames que exploram a fraqueza do oponente. Então pode ir se preparando para gastar um bom tempo nesses caras, mas devido ao banho de sangue e às variadas formas de atacá-los, é diversão garantida.

Mas como nem tudo são flores, o modo história é muito pequeno, sendo terminado com cerca de 2 horas e não contendo nenhum extra que estimule uma nova jogatina. Infelizmente o título não aproveita a proposta simples para levar mais diversão aos jogadores.

Vamos saciar o nosso desejo de matar


Sob diversos prismas, Shank nem ao menos parece um jogo. As imagens exibidas lembram muito desenhos animados como “Samurai Jack” e alguns animes. As animações são muito suaves e combinam perfeitamente com a trilha sonora orquestrada, conjunto esse que dá ênfase à narrativa, mas não esquece dos momentos de ação que são a marca registrada do jogo.

shank3Como dito anteriormente, a mecânica do game se assemelha e muito com os Arcades da década de 1990, mesclando ataques corpo a corpo com o uso de armas, golpes especiais e inimigos para dar e vender. Com Shank não é diferente: depois que você se acostuma com os controles, vai se orgulhar de executar combos com mais de 80 hits. Mas já fica o aviso de que não é fácil chegar a essa façanha, isso devido ao fato do personagem não poder bloquear ou esquivar enquanto realiza os combos, o que é muito irritante quando você se encontra cercado por trocentos inimigos.

O problema dos controles fica evidente com a disposição dos botões. No caso do nosso querido PlayStation 3 isso é marcante, havendo casos onde até mesmo pular na hora certa fica difícil. O botão quadrado, por exemplo, serve tanto pata pegar itens que recuperam energia quanto para esfaquear, é frustrante quando no calor da batalha você está desferindo facadas e acaba pegando itens que gostaria de guardar para depois. Essa é uma falha tremenda no que diz respeito aos jogos de Arcade, pois não se pode combinar no mesmo comando ações que deveriam estar em outros locais.

ss_preview_shank1.jpgApesar disso, é sensacional poder combinar golpes aéreos com investidas corpo a corpo. Mesmo que repetitivos, os combos são recompensadores, principalmente no quesito visual. Imagine um momento em que com um simples apertar de botão, o protagonista voa pelos ares e acerta um oponente com suas facas, após isso você pode tanto atirar no pobre coitado que foi para o chão, quanto disparar contra os inimigos que estão se aproximando.

Conforme você avança, consegue novos tipos de armas, e cada uma tem seu próprio efeito e animação. Todas são muito divertidas, permitindo que entre um ataque e outro, você possa desfrutar da morte de seu oponente. Pode não haver muita variedade, mas as oportunidades de bater em grande estilo nos inimigos são bonitas de se ver.


Ok! Nem tudo é perfeito, mas não precisa exagerar


Muitos criticam excessivamente a linearidade do game, assim como o seu combate repetitivo. Acredito que isso não deve ser considerado de forma tão radical como fazem por aí. Shank é uma tentativa de retorno aos clássicos Arcades, que também eram repetitivos, mas nem por isso deixavam de ser divertidos. É óbvio que a produtora deveria ter dado mais atenção a alguns pontos, como melhor inteligência artificial, exploração e interatividade com o cenário, mas são erros que não comprometem a experiência do jogador.

Outro ponto positivo é a simplicidade gráfica do game. Explicando melhor, você se surpreende ao perceber como mecanismos simples - a contraposição entre o claro e o escuro - podem resultar em efeitos de iluminação que despertam uma sensação muito agradável ao jogador. Prova clara disso é o fato de que, enquanto em várias cenas os ambientes e combates são retratados de forma expressiva e detalhista, em outras os personagens lutam em uma espécie de penumbra, onde os disparos iluminam determinados objetos. É realmente um recurso muito simples, mas usado de maneira brilhante pela produtora.

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Mas é preciso concordar que faltou capricho da Klei Entertanmen com o jogo. São recursos simples, mas que fazem falta. Não há uma opção que habilite legendas, por exemplo, deixando na mão aqueles que não estão familiarizados com o inglês. É marcante também o desleixo com os cenários que, por mais que sejam bonitos, são inanimados, não se alterando com o quebra pau que acontece. Soma-se isso a bugs, recorrentes em todo o jogo e quedas de fps (que não deveriam acontecer em um game desse tipo).

shank-1 Talvez o pior deles tenha sido a diferença entre o modo single player e o multiplayer. O sentimento de perda é nítido, pois enquanto no primeiro percorremos sozinhos as fases que compõem a trama, no segundo, além da ajuda de uma amigo, a história é diferente, contando com novos chefes e explicando aspectos que são deixados de lado no modo de um jogador. Então não posso saber mais da história e nem enfrentar novos inimigos se não tiver alguém pra jogar comigo? Sim, triste desse jeito. Esses são alguns dos pontos negativos que atrapalham o desenvolvimento do jogo. Mais do que linearidade, o importante aqui são esses erros básicos que não podem ser repetidos.


Tudo bonito, diverdido…mas quem sabe na próxima?


Por mais que o game apresente falhas que não devem ser ignoradas, reitero que Shank é um jogo como poucos vistos atualmente. É uma nostalgia enorme poder andar de lado e bater nos inimigos. Os mais aficionados lembrarão os tempos em que fugiam da escola para derrotar aquele chefe e passar para a próxima fase.

Por ser o primeiro título desse porte, a Klei Entertanmen de certa forma cumpriu o que prometeu, apresentando um jogo diferente, que foge dos modismos da nova geração. Resta-nos somente a esperança de que os erros apresentados sejam corrigidos na sequência, é o que vocês saberão na próxima matéria.

Prós

  • Nostalgia pelos arcades.
  • Gráficos que combinam com o clima do jogo.
  • Diversão garantida.
  • Combos infinitos.

Contras

  • Diferenças sem sentido entre o multi e singleplayer.
  • Bugs irritantes.
  • Desleixo da prodotura com os cenários e aspectos sonoros.
  • Controles confusos, que muitas vezes mais atrapalham que auxiliam.
Shank – PlayStation 3 – Nota Final: 8,5
Gráficos: 9,5 | Som: 8,0 | Jogabilidade: 8,0 | Diversão: 9,0

Revisão: Leandro Fernandes


Escreve para o PlayStation Blast sob a licença Creative Commons BY-SA 3.0. Você pode usar e compartilhar este conteúdo desde que credite o autor e veículo original do mesmo.

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