A trilogia e o tempo
A busca pelo continente perdido
Lara recebe um convite de uma antiga conhecida, Natla, para que a ajude a encontrar um raro artefato. Mas, Como bem sabemos, nossa heroína não trabalha para ninguém, e então, decide recusar a proposta. Porém, a tal preciosidade é tudo aquilo que seu falecido pai sempre procurou: O Scion (leia-se skíon) de Atlantis. A proposta então se torna irrecusável.
Acompanhamos nesse título a senhorita Croft em suas primeiras viagens de Tomb Raider, só que dessa vez com uma melhor qualidade. Nessa versão Lara conta com bem mais polígonos e arranca bem mais suspiros! Além disso, os remakes das localidades do Peru, Grécia, Egito e Atlantis são belíssimos quando comparados ao original, o que adiciona mais emoção aos fãs da série.
A trama de Anniversary está cheia de cutscenes que explicam melhor a história e nos ajudam a entender o conflito interno da personagem. Além disso, várias dessas cenas possuem botões de resposta que nos deixam ainda mais imersos e tensos nos momentos certos. A trilha sonora, como sempre, ambienta perfeitamente todos os cenários, ilustrando também o que Lara está sentindo.
A jogabilidade foi melhorada com a adição dos Adrenaline Shots, que nos dão a possibilidade de executar headshots em câmera lenta no tempo certo. A possibilidade de controlar a visualização do cenário com o analógico direito, ponto mais criticado pela IGN quando do lançamento do primeiro jogo, está presente no remake HD para PS3. Além disso, após cumprirmos certas etapas do jogo, podemos revisitá-lo ouvindo os comentários dos criadores sobre a construção do cenário, o que Lara está sentindo e a experiência que eles gostariam de passar para os jogadores. É bastante interessante.
A busca por respostas
A pequena Lara e sua mãe sobrevivem a um acidente de avião nas geladas montanhas do Nepal, na viagem que faziam para encontrar com seu pai, que estudava um templo antigo. Porém, dentro desse templo, a mãe de Croft acaba sendo sugada para dentro de uma espécie de espelho mágico e desaparece. Desde o dia desse acontecimento, o pai de Lara se torna obcecado por encontrar a esposa, que desapareceu de forma tão misteriosa, e Lara luta, desde então, para obter respostas sobre o que de fato aconteceu. Já bastava seu pai ser tido como morto numa escavação. Ela precisa de explicações. Será que Lord Richard Croft esteve certo sobre o paradeiro de Lady Amelia Croft o tempo inteiro?
O jogo começa com Lara explorando as ruínas de Tiwanaku, na Bolívia. Lá, ela encontra uma disposição de pedras semelhante à do local de onde sua mãe desapareceu. Nossa heroína começa então a seguir a trilha de saqueadores para descobrir um tesouro bem mais valioso que qualquer relíquia.
A trama de Legend nos leva a passear pelo mito do Rei Arthur de uma maneira impressionantemente original. Passamos pelo Cazaquistão e temos uma aula de física; voltamos à cidade de Paraíso, no Peru, para literalmente escavar o passado; tudo isso com bem mais ação e tiros do que em Tomb Raider Anniversary.
A jogabilidade de Legend não possui adrenaline shots, mas possui uma nova mecânica, que é o grappel de Lara, que agora é magnético. É possível também controlar uma motocicleta e atirar ao mesmo tempo, pular de paraquedas e ainda utilizar uma metralhadora fixa para momentos de combate intenso. As cenas de resposta rápida continuam a marcar presença, assim como a magnífica trilha sonora, que dessa vez está recheada de adrenalina.
Por ter sido lançado antes de Tomb Raider Anniversary, Legend fica um pouco atrás no aspecto gráfico, mas com certeza dispara na frente nos aspectos de história, jogabilidade e diversão. O primeiro é mais clássico, com muitos momentos de exploração e puzzles. Já o segundo, apesar de ter momentos de exploração, possui o combate como elemento bem mais presente do que a dificuldade de se saber para onde ir.
Hora de prestar contas
Lara está no meio de um incêndio em sua própria casa, causado por... ela mesma? Não, esperem, é melhor começarmos de novo. Algumas semanas antes, a senhorita Croft mergulhava no meio do mar mediterrâneo em busca de satisfações. Mal sabe ela que estava prestes a encontrar muito mais que isso.
Neste episódio nos vemos em meio ao mundo da mitologia Nórdica, em busca dos artefatos do poderoso Thor. Tomb Raider Underworld consegue relacionar os eventos acontecidos em Atlantis e o mito Arturiano com os nove reinos nórdicos. É simplesmente e intrigantemente fantástico.
Durante o jogo encontraremos personagens dos jogos anteriores, assim como referências a eventos passados. Com certeza é um jogo que não deve ser aproveitado sem antes desbravar os mistérios de seus antecessores.
O aspecto gráfico está maravilhoso. Basta dizer que para a produção desse episódio a Square Enix entrou na parada. Além disso, esse é o primeiro jogo da série em alta definição. Nossa musa mergulha próximo ao Kraken, chuta objetos pelo chão e manda um navio enorme por água abaixo. A ambientação nos proporciona mais uma vez puzzles interessantes e a ideia de realmente estar perdido. Não há tanto combate quanto em Legend, talvez pelo fato de não ser isso que os fãs do jogo querem.
Por falar em exploração, a quantidade de tesouros presente no jogo é imensa. Vários deles estão em locais pouco acessíveis, mas com certeza, bem mais previsíveis e bem menos recompensadores do que as relíquias de ouro de seu antecessor. Apesar de ser algo que aumenta o tempo de jogo, alguns jogadores podem não se sentir instigados a procurar cada cantinho do jogo, assim como ocorre no caso dos filmes espalhados por L.A. Noire.
Revivendo a experiência em HD
De todas as maneiras, Tomb Raider Trilogy superou minhas expectativas. Eu havia jogado o Tomb Raider original para PSOne, Legend e Anniversary para PS2 e Underworld para Nintendo Wii (terrível, por sinal). Ou seja, eu estava querendo reviver a experiência em HD e descobrir se Underworld no PS3 valeria a pena. Foi um maravilhoso trabalho e uma ideia brilhante juntar os três jogos conectados pela história numa só mídia e com direito a tudo aquilo que um bom Tomb Raider tem que ter: qualidade gráfica, exploração, aventura e muitos troféus!
Revisão: Samuel Coelho
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