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Tão perto e tão longe...
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Há anos este tipo de prática tem sido adotada pela Sony. Logo, não é algo que nos pegue de surpresa. Para ser mais exato, o selo Greatest Hits foi criado em 1997 e, para fazer parte do seleto time dos melhores, um jogo teria que vender 150 mil cópias. Hoje, um título precisa alcançar a marca de 500 mil cópias vendidas para ser "aceito" e, ainda assim, existem 84 jogos da Sony que alcançaram este número apenas no PS3. Embora o aumento deste número seja um sinal de crescimento para a indústria de games, quando trazemos isto para nossa realidade, com jogos vendidos a R$199 no lançamento, esta diferença fica ainda mais gritante.
Para onde vamos?
Quando um governo coloca em prática o rodízio de automóveis, está sendo tomada uma medida paliativa que em nada melhora o problema, pelo contrário... É quase como se o governo estivesse punindo as pessoas que conseguiram trabalhar e comprar seu carro. Isso tudo para tentar resolver, temporariamente, um problema de infraestrutura. No caso dos games não é tão grave, mas também é como se houvesse uma "punição" para aqueles que apoiaram o título e a desenvolvedora desde o lançamento.
Cada dia parece mais claro que a pirataria é um problema muito mais de serviço do que de qualquer outra coisa. Se o produto final vale a pena, as pessoas vão pagar por ele. As versões diferenciadas vão continuar aumentando suas vendas porque, de fato, são um bom produto. Mas, e as versões simples da época do lançamento? E as pessoas que ainda pagam mais no lançamento para ter uma versão especial e depois se veem obrigadas a desembolsar uma grana extra para comprarem aquele capítulo extra que completa a trama? Existem pessoas que adquirem versões piratas para "saciar a vontade" e, só depois, se o jogo valer mesmo a pena, compram a versão original e mais "completa".
Claro que as empresas estão pensando no lucro e quanto mais versões elas puderem lançar para atrair mais consumidores - e, ocasionalmente, fazer aquele mesmo gamer comprar mais uma versão por causa de um conteúdo extra - elas o farão. Mas quais são as consequências a longo prazo desta postura? Será que já não temos consumidores que optam por não comprar um jogo no lançamento porque sabem que serão recompensados por isso mais tarde? Talvez seria muito mais fácil para ambos se as empresas simplesmente disponibilizassem o conteúdo das versões lançadas posteriormente gratuitamente para os jogos instalados até o mês "x" após o lançamento e um download extra pela queda do preço das versões Greatest Hits. Assim, o fã que gosta de comprar o jogo no lançamento saberia que teria a versão mais recente ao fazer a atualização via download e aquele que não é tão fã poderia comprar o título depois, por um preço menor, mais conteúdo e, quem sabe, não se transformar em uma daquelas pessoas que fazem fotos exibindo seus jogos como troféus no dia do lançamento. E você, concorda? Discorda? Comente.
Revisão: Catarine Pereira
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