Skyrim é o quinto jogo da série The Elder Scrolls e o seu lançamento em 2011 foi muito aguardado pelos gamers. Apesar do lançamento ter ocorrido faltando apenas dois meses para acabar o ano, o RPG conseguiu levar o título de “Game of the Year”. E não é a toa. Continue lendo para saber mais sobre este jogo da produtora Bethesda, numa análise sem spoilers.
Um jogo, muitas histórias
A história se passa no continente Tamriel, cenário de todos os jogos da série. O jogo se passa duzentos anos depois dos acontecimentos de Oblivion, o seu antecessor na série. Entretanto, não existe ligações imediatas entre um jogo e o outro no que tange ao enredo.
No jogo, storylines é o que não falta. O pano de fundo da saga é uma guerra civil que está prestes a se desencadear - com o assassinato do rei, a presença de Skyrim no império está por um fio. Cabe ao jogador decidir, ao longo dos acontecimentos, qual facção que decidirá apoiar.
Esta não é, no entanto, a maior preocupação do povo de Skyrim. Acontece que os dragões despertaram e cabe ao jogador combatê-los. Afinal de contas, o personagem principal possui alma de dragão, e esta é a única chance que Skyrim possui de derrotar essas criaturas.
Como se não bastasse, o jogador ainda pode se envolver em milhares de histórias paralelas - aliança de ladrões, fraternidade de assassinos, faculdade de magos, e muito mais. Cada uma delas com missões e recompensas. Existem também pequenas missões dadas pelos habitantes das cidades, comerciantes e até mesmo seres divinos.
Apesar da overdose de missões e enredos diferentes, o jogador nunca precisa se preocupar com linearidade e escolhas. Em Skyrim, não existe “qual missão faço primeiro?” - é possível jogar por dias e dias sem sequer encostar na storyline principal, por exemplo.
A vida em Skyrim
Logo de início, parece que o jogo dá uma série de opções e decisões para o jogador tomar. É preciso escolher a qual classe quer pertencer (Elfos, Nórdicos, Imperiais, Orcs, etc..). É possível customizar a aparência do personagem até os mínimos detalhes. Mas não se deixe enganar: a escolha de classes define apenas que tipo de “bônus” um jogador poderá ter acesso, mas não define quem ele será. Ou seja, mesmo que eu escolha uma origem Nórdica - tradicionalmente mais inclinada para um estilo guerreiro - não significa que eu não possa me tornar um excelente mago ou ladrão ao longo do jogo.
Isto é possível através do sistema de “benefícios” (perks), uma nova mecânica que foi apresentada em Skyrim. A medida em que o personagem sobe de nível, o jogador pode gastar pontos para adquirir novas habilidades. São 251 benefícios diferentes que o jogador pode adquirir - seja em categorias diferentes de mágica, em arrombamento de fechaduras, em alquimia, ou até nos mais variados tipos de combate.
A variedade de possibilidades de Skyrim faz com que o jogador possa se perder numa imensidão de atividades. É possível começar o jogo como um guerreiro, fazer as suas próprias armaduras com os materiais que encontra nos locais que visita, encontrar diversos ingredientes e fazer suas próprias poções. Se, de repente, o jogador decidir que prefere virar um arqueiro, tudo bem. As habilidades se desenvolvem conforme o uso, e, quando o jogador menos perceber, já vai estar subindo de nível naquela categoria. Ou, também pode “tirar um dia de folga” dentro do jogo, deixar as missões de lado e ir caçar um mamute ou um coelho. O próprio jogador pode cozinhar seus próprios alimentos, que por sua vez lhe darão efeitos e benefícios especiais.
Sandbox de verdade
Para comportar tantas missões e possibilidades, só mesmo com um mapa gigantesco. E é este um dos pontos mais fortes de Skyrim. Poucos jogos até hoje conseguiram oferecer um mundo tão rico, complexo e enorme.
A chance de explorar um mapa tão completo é uma das principais razões pelas quais as pessoas andam dedicando tanto tempo a este jogo. Apenas as cidades principais aparecem no mapa ao início, e, a medida que o jogador caminha pelo mapa, pode descobrir novas localizações. Estes locais vão desde cidadezinhas, até minas, fazendas e cavernas. No caminho, o jogador poderá encontrar os mais diversos inimigos como, por exemplo, um dragão.
Uma vez que os locais foram descobertos e guardados no mapa do jogador, é possível fazer fast travel, ou seja, se “teletransportar” para os locais que conhece ao custo de uma mera tela de loading.
Nada é perfeito
Falando em telas de loading, se prepare para encontrar muitas delas durante o jogo. Uma simples ação como abrir a porta da sua própria casa é motivo para uma espera. E não são esperas curtas: pelo menos um minuto será perdido, sendo otimista. A razão é o tamanho do mapa, e só mesmo com telas de loading para suportar um universo tão grande em bastante detalhe.
Os gráficos podem deixar um pouco a desejar para aqueles que estão acostumados com os jogos-filme da Ubisoft e afins. É impossível não notar a diferença, mas também seria irrealista cobrar gráficos perfeitos de um jogo que oferece um mapa tão grande e a ausência total de linearidade. Mesmo assim, o jogo possui uma série de paisagens impressionantes.
Existe uma quantidade incalculável de bugs no jogo, que atualmente populam o youtube exponencialmente. A cada dia que passa, alguém encontra uma situação nova que não deveria acontecer num jogo destes.
Mesmo assim, qualquer descrição em palavras de Skyrim não é o suficiente para explicar o quanto os pontos positivos ultrapassam os negativos. Não dá para negar que é um jogo extremamente viciante, com milhares de possibilidades e uma jogabilidade incrível.
Prós
- Mapa gigantesco
- Possibilidade de desenvolver o personagem em diversos aspectos
- Trilha sonora impecável
- Muitas histórias e missões envolventes
- Variedade de formas de combate, armaduras e afins
Contras
- Bugs, bugs e mais bugs
- Telas de loading intermináveis
- Mapa difícil de navegar
Skyrim - PlayStation 3 - Nota final: 9.0
Gráficos: 8 | Som: 10 | Jogabilidade: 9 | Diversão: 9.5
Revisão: Rafael Becker
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