Com o anúncio do quinto jogo da série Grand Theft Auto, decidimos relembrar a história da franquia que todos nós adoramos. Desde o seu começo, em 2D, GTA mudou muito, acrescentando sempre novas possibilidades e funcionalidades nestes quase 15 anos de vida. Continue lendo para saber mais sobre a evolução deste game da Rockstar, na primeira parte deste especial Grand Theft Auto.
O começo de tudo
Criado em 1997 pela Rockstar North (que, na época, chamava-se DMA Design), Grand Theft Auto era diferente de qualquer outro jogo do mercado. Uma das suas principais características era oferecer liberdade num mundo aberto. Em GTA, o jogador podia andar pelo mapa sem restrições, escolhendo se deseja fazer uma missão, ou simplesmente explorar o mapa. GTA foi um dos primeiros jogos a trazer exatamente isto: a possibilidade de não fazer nada construtivo ou que contribua para um grande objetivo final. Hoje em dia, não é difícil encontrar um jogo que ofereça este tipo de liberdade - qualquer sandbox oferece, de sobra -, mas na época foi, realmente, um ponto fora da curva.
Outro grande fator que fez com que GTA chamasse a atenção foi o seu conteúdo. Além de possuir liberdade, os jogadores poderiam roubar carros, atropelar pessoas, causar um caos no trânsito, fugir da polícia e realizar missões de teor duvidoso (entrega de drogas, assassinatos, etc.). Por este motivo, o jogo gerou bastante controvérsia, e foi proibido em diversos países - inclusive no Brasil.
O funcionamento do jogo era bastante diferente da fórmula que vem sendo utilizada pelos jogos mais recentes da franquia. O principal objetivo era atingir um certo número de pontos, que poderiam ser acumulados através dos atos criminosos praticados pelo jogador. Ao completar uma missão com sucesso, o jogador era atribuído um multiplicador, que passa a multiplicar o número de pontos recebidos. Quanto mais missões concluídas com sucesso, maior o multiplicador. Porém, se a missão falhasse, não existia a possibilidade de tentar novamente. A missão simplesmente deixava de existir, e o jogador perdia um ponto do multiplicador. Para iniciar missões, não tinham cutscenes nem personagens - a missão era sempre passada através de um telefone público.
Alguns atos criminosos geravam mais pontos que outros - como atropelar pedestres com o carro de polícia, ou conseguir atropelar um grupo inteiro de Hare Krishnas (o clássico bônus “Gouranga!”, que podemos ver no vídeo abaixo).
Ao todo, o primeiro GTA possuía três cidades. O jogador começava em Liberty City e, após juntar pontos o suficiente, desbloqueava Vice City e San Andreas. O jogo foi lançado para PC e PlayStation, entre 1997 e 1998. Um ano depois, saiu também para GameBoy Color. Originalmente, o jogo deveria ter sido para Sega Saturn, mas como a popularidade do console estava decrescendo vertiginosamente, os produtores acharam mais seguro apostar no PlayStation. O jogo não recebeu boas notas quando foi lançado, mas rapidamente se tornou popular entre os jogadores. Foi planejado, inclusive, um desenvolvimento de GTA para Nintendo 64, que prometia melhores gráficos e novas missões. Porém, este lançamento nunca se concretizou.
Em 1999, a Rockstar lançou dois pacotes de expansão para o jogo original. Grand Theft Auto: London 1969 foi o primeiro pacote de expansão lançado para PlayStation, e continha novas missões, novos carros e um mapa diferente. O segundo pacote de expansão, Grand Theft Auto: London 1961, foi lançado apenas para PC, gratuitamente.
A chegada do GTA 2
Grand Theft Auto 2 se passa numa cidade retrofuturista, num ano indeterminado. Com lançamento no fim de 1999, a idéia de que um novo milênio estava chegando foi utilizada como tema para o cenário do jogo. Apesar da melhoria nos gráficos, muitas mecânicas do primeiro GTA seguiram inalteradas. A principal delas é o sistema de pontos. O jogador ainda possui como principal objetivo acumular pontos, só que dessa vez para desbloquear áreas da cidade. A visão superior do jogo também não foi alterada, e continuou a não existir uma mudança evidente no tempo - para quem tinha GTA 2 no PlayStation, era sempre meio-dia no jogo. Já para quem tinha a versão do Dreamcast, o jogo passava-se de madrugada.
Também foram introduzidas mudanças no gameplay. Uma das novidades trazidas pelo GTA 2 foi um sistema de gangues. Cada um dos três níveis do jogo contava com três gangues diferentes, e cada uma delas possuía seu próprio carro, missões e comportamento. Foi introduzido também um sistema de “karma” entre as gangues (por exemplo, fazer uma missão para os Zaibatsu aumenta o seu status com eles, mas diminui com as outras gangues).
Enquanto no primeiro GTA o jogador só podia ser perseguido por carros de polícia normais, GTA 2 trouxe uma novidade - unidades de polícia diferentes, que aparecem de acordo com o nível de “wanted” do jogador. A medida que o jogador ultrapassa as 2 estrelas de “wanted”, ele pode ser perseguido por um time da SWAT (3 estrelas), agentes especiais (4 estrelas) e pelo próprio exército (5 estrelas). Curiosamente, na versão do PlayStation o nível de “wanted” não era representado ainda por estrelas, mas sim por pequenas cabeças de policiais.
A inteligência dos NPCs também foi significativamente trabalhada, e o resultado foi notável na ambientação da cidade. Os pedestres ganharam inteligência adicional, existindo até outros criminosos na cidade, que roubam carros e atacam pessoas. Os próprios membros das gangues também não são inanimados - se o seu status com a gangue for baixo o suficiente, eles atiram para matar.
Outra funcionalidade trazida pelo GTA 2 foi um grande alívio para os jogadores - a possibilidade de salvar o jogo. No primeiro jogo da série, o jogo só salvava uma vez por cidade - seu progresso só era guardado se a cidade foi terminada e você passou para o próximo nível. Em GTA 2, se o jogador entra com $50,000 numa igreja, ele escuta “Aleluia, mais uma alma salva!” e o progresso até aquele ponto fica guardado. A questão é que cada save efetivamente custa $50,000, e se o jogador entrar na igreja sem essa quantia, o progesso não é guardado e tudo o que ele escutará será “Sem doação, sem salvação!”.
GTA 2 foi o primeiro jogo da franquia a introduzir side missions. Um exemplo é a possibilidade de dirigir um táxi, levando passageiros de um ponto a outro. Kill Frenzy era outra side mission que era encontrada alguns cantos da cidade - representada por uma caveira, a missão Kill Frenzy desafiava o jogador a matar um certo número de pessoas com uma arma específica dentro de um limite de tempo.
Assim como no seu antecessor, GTA 2 também oferecia uma grande quantia de pontos pelo atropelamento de personagens especiais. Neste caso, ao invés dos Hare Krishnas, o jogador pode acumular uma grande soma de pontos ao atropelar pedestres vestidos de Elvis.
Além de todos os fatores que foram introduzidos para melhorar o gameplay, a produtora começou a esboçar uma tentativa de criar um enredo para a franquia Grand Theft Auto. O ponto de interação com o jogador finalmente ganhou um rosto, com um total de sete gangues diferentes. As missões ainda eram passadas por um telefone público, mas ao menos o jogador consegue notar diferenças entre as gangues. Outra mudança foi a existência de um personagem principal único, chamado Claude Speed. No primeiro GTA, o jogador poderia selecionar um personagem entre vários disponíveis (que, na verdade, não tinham nenhuma diferença entre si além do nome). A decisão da Rockstar de tentar criar uma identidade para o personagem é suportada pelo pequeno vídeo de introdução que aparece no início do jogo, mostrando o protagonista em ação:
Não deixe de ler a continuação da matéria na próxima semana! Falaremos sobre a “Terceira Era” do Grand Theft Auto, onde foram lançados nada menos do que seis jogos diferentes - entre eles Vice City e San Andreas.
Revisão: Alberto Canen
Incrível como os conceitos não mudaram ao longo do tempo. Excelente matéria, dá pra entender as ideias que surgiram jogo a jogo. Não conhecia direito os primeiros, ri muito com o """GOURANGA""" hjasjhsf
ResponderExcluirPosta logo a parte II! :)
O primeiro nunca joguei, mas era viciado demais no gta 2!!! xD
ResponderExcluirÓtima matéria, ansioso pelas próximas partes...^^