Análise: Undead Nightmare (PS3)

Undead Nightmare foi uma DLC comemorativa lançada no Halloween de 2010, e está fazendo seu primeiro aniversário. Para aqueles que gostaram da proposta e da jogabilidade de Red Dead Redemption, Undead é uma excelente oportunidade para explorar novamente todo o mapa do jogo numa premissa nova: enfrentando zumbis no velho-oeste. Continue lendo para saber mais sobre este DLC da Rockstar.

Praticamente um novo jogo

Não foram poucos os jogadores que ficaram com vontade de jogar mais depois que terminaram Red Dead Redemption. Seja pelo enredo ou pela mecânica do jogo, Red Dead alcançou uma alta colocação no ranking dos melhores jogos desta geração, e a sua edição Game of the Year acaba de ser lançada. Apesar de possuir bastante funcionalidades adicionais (como multiplayer online, desafios e uma platina bem difícil de se conseguir), uma vez fechada a campanha single-player muitos fãs ficaram ansiosos por mais. E, eventualmente, conseguiram.

Com o lançamento de Undead Nightmare, o jogo ganhou uma nova vida. Através desta DLC, uma série de novas possibilidades foram introduzidas para os jogadores: nova história, novo enredo, novas missões e desafios, novas armas, cutscenes e roupas. Todos estes elementos foram incorporados no mapa e ambiente já existente do Red Dead - apenas foram dados alguns toques para deixar o ambiente com aspecto de apocalipse. E o DLC ficou tão completo que, um mês depois, seu conteúdo foi lançando de forma independente do jogo original.

Hoje em dia, existem pelo menos três formas de se jogar Undead Nightmare. Para aqueles que possuem o jogo original, basta baixar a DLC. Para quem não tem Red Dead Redemption, poderá comprar ambos os jogos de uma vez só (num pack duplo que foi lançado) ou comprar apenas o disco de Undead Nightmare independente.

Regresso ao velho oeste

O enredo de Undead Nightmare não deixa claro se a história se passa antes ou depois dos eventos ocorridos em Red Dead Redemption. Na verdade, é bastante provável que a história se passe num universo paralelo, ou que seja apenas um pesadelo muito detalhado do John Marston.

 

O jogo começa com uma grande cutscene, mostrando John e a sua família felizes na sua própria fazenda. Tudo está bem, até que seu tio aparece no meio da noite, claramente infectado. Como não existe o conceito de zumbis no velho oeste (e a palavra praticamente não é mencionada pelos personagens no jogo), John fica bastante confuso e pensa que o tio está apenas bêbado.

Entretanto, o tio ataca a mulher de John, infectando-a também. John fica sem opções e atira nele, mas é tarde demais. A sua mulher já virou um zumbi, e infectou o filho deles. Sem saber como reagir, nosso protagonista amarra seus dois familiares-zumbis e os deixa trancados no quarto da casa. Sua missão agora é descobrir o que está causando essa confusão, fazer o possível para trazer sua família de volta e reverter o apocalipse.

Um cowboy no fim dos tempos

O objetivo do jogo é bastante claro. John é um dos poucos sobreviventes no caos, e precisa encontrar respostas. Sendo assim, as missões do jogo giram em torno dessa meta. John revisita cidades e encontra personagens conhecidos, na esperança de descobrir o que causou tudo isso. Ao ajudar os sobreviventes e velhos amigos, é possível descobrir pistas que vão nos levando cada vez mais perto da verdade. Porém, não pense que aceitar uma missão é tão simples quanto seguir o marcador no mapa - afinal de contas, as cidades estão tomadas por hordas de zumbis.

Num mecanismo muito semelhante ao cenário de gangues em GTA: San Andreas, John precisa “conquistar” as cidades infestadas e defendê-las de futuros ataques. Ao entrar numa cidade nova, é preciso encontrar o bando de sobreviventes local e ajudá-los a se livrar dos mortos-vivos que vagam por ali. A recompensa é bastante promissora. Ao limpar uma cidade, o jogador recebe uma casa segura no local, onde pode salvar e viajar rapidamente entre as cidades que conquistou. A funcionalidade de “acampar” no trajeto entre cidades para viajar está desabilitada neste modo, o que faz com que as casas sejam muito valiosas. Outra gratificação é o acesso a mais armas e munição - o que é especialmente importante, uma vez que as lojas também não existem mais e o acesso a provisões é bastante limitado.

Uma vez que a cidade esteja segura, é possível prosseguir com as missões - tanto primárias quanto secundárias. Os desafios também estão presentes, e dentro deles o jogador poderá matar animais-zumbis, procurar tesouros ou até mesmo encontrar animais mitológicos.

Animais mitológicos?

Num apocalipse onde até os mortos voltaram a caminhar na terra, não é assim tão surpreendente que outros animais da mitologia apareçam durante o jogo. Ao viajar de uma cidade para a outra (sem utilizar a viagem rápida, obviamente) o jogador poderá ser avisado que existe um “animal mitológico” na área, e poderá persegui-lo se quiser.

Os animais vão desde o Pé Grande até o famoso Chupa-cabra. Para completar um dos desafios, é preciso encontrar e domar os “quatro cavalos do apocalipse”: Death, Pestilence, Famine e War. Todos os cavalos possuem energia inesgotável, e possuem habilidades bastante úteis quando enfrentamos multidões de mortos-vivos. Por exemplo, o cavalo da morte faz com que a cabeça dos zumbis exploda ao encostar nele.

Um arsenal compatível

Uma das questões que torna Undead Nightmare interessante é a preocupação com o armamento. No meio do caos, não é possível parar e comprar munição ou novas armas - é preciso racionar as balas. É melhor não desperdiçar nenhum tiro, pois nunca se sabe quando você vai precisar de muitos armamentos. E, para tornar as coisas ainda mais difíceis: os zumbis não morrem facilmente.

Na falta de munição, John possui uma tocha, com a qual pode colocar fogo nos zumbis num combate corpo-a-corpo. É um método que pode poupar balas, mas que pode ser bastante arriscado no caso de uma multidão de oponentes. Dependendo da quantidade de mortos-vivos que estiverem cientes da sua existência (e à procura do seu cérebro), é melhor subir num edifício bem alto e acertar eles lá de cima. Mas sempre com atenção à mira: os zumbis só morrem se forem acertados na cabeça. Atingir no corpo pode até deixá-los mais lentos, mas não será letal.

É fato que os cartuchos de rifles e snipers não crescem em árvore, e, por isso, é preciso revistar todos os corpos que aparecerem na sua frente. Os zumbis não sabem como usar armas, e podemos roubar suas munições uma vez que estouramos a cabeça deles. Tendo em conta a escassez de balas, uma arma bastante útil pode ser obtida no meio do jogo. A Blunderbuss utiliza partes de outros zumbis mortos (braços, pernas, etc) e pode destruir muitos mortos-vivos de uma vez só. Porém, demora bastante tempo para recarregá-la, e John não pode trocar de arma uma vez que o processo é iniciado. É preciso ter isso em consideração quando for utilizar a Blunderbuss.

Entre os novos armamentos trazidos pelo jogo, está a Água Benta. Se John joga um frasco num amontoado de zumbis, eles ficarão incapacitados e raios cairão do céu, destruindo um a um. Também existem garrafas de “isca de zumbi”, que atraem os mortos vivos automaticamente e é uma boa forma de distrair seus oponentes. É possível combinar esta isca com dinamite, para que a garrafa também exploda.

Prós

• Tudo de bom que já existia na jogabilidade de RDR, só que com zumbis
• Oferta de bastante conteúdo, constituindo praticamente um novo jogo (novo enredo, missões e desafios)
• Proposta diferente, que permite explorar os mapas de forma divertida
• Acesso a dois novos modos multiplayer online (Land Grab e Undead Overrun)

Contras

• Limpar cidades e cemitérios pode ser cansativo
• Não poder “acampar” no caminho

Undead Nightmare - PlayStation 3 - Nota final: 9.0

Gráficos: 9.0 l Som: 8.0 l Jogabilidade: 9.5 l Diversão: 9.0