O gênero adventure já foi febre, já decaiu, já se tornou motivo de piada e hoje em dia está em alta novamente, ocupando uma parcela bem fiel do mercado. A família Playstation não fica de fora e, desde o Playstation, traz títulos marcantes e característicos. Confira nesse Top 10 os melhores (em minha humilde opinião) adventures para PS, PS2 e PS3.
10º - Sam & Max: The Devil's Playhouse (PSN)
A Telltale é uma das produtoras mais ativas no mundo dos adventures atualmente, com jogos como Back to the Future, Strong Bad's Cool Game For Attractive People e o futuro Jurassic Park. Seus títulos são normalmente lançados na PSN, em forma de episódios. Sam & Max: The Devil's Playhouse foi a primeira aventura da dupla a aparecer em um console da Sony, e traz a velha jogabilidade point-and-click (embora ela não se adeque tão bem aos controles do PS3). Esse título trouxe mudanças para a série, já que antes o jogador controlava apenas Sam, e Max seguia pelos cenários. Dessa vez é possível alternar entre os dois para equilibrar a jogabilidade, possibilitando inventividade para as soluções dos puzzles e na própria investigação.
9º - Stacking (PSN)
Você pode se perguntar "WTF?" ao ver algo sobre Stacking, e de fato a ideia é louca: o jogador é Charlie Blackmore, uma boneca russa. Sim, aquelas que se encaixam dentro das outras, uma menor que a outra. Para vencer os desafios e obstáculos, o jogador pode se encaixar dentro das bonecas maiores, funcionando tanto como disfarce quanto na questão do tamanho.
É uma ideia louca, original e traz humor com as "habilidades especiais de cada boneca. Outro destaque do jogo é que os puzzles têm diversas possibilidades de solução, trazendo um fator replay. O jogo está disponível na PSN.
8º - Tales of Monkey Island (PSN)
Mais um da Telltale, Tales of Monkey Island (e se eu escrever "Tale" novamente, vou ficar tonto) é a continuação de Escape From Monkey Island, lançado em 1999. Ao contrário de outros títulos da empresa, Tales of Monkey Island não tem casos isolados em seus episódios, mas sim uma sequência numa história. Mais tradicional, Tales of Monkey Island tem aquela jogabilidade clássica de exploração, obtenção de itens e solução de puzzles, além da combinação de itens. É uma série clássica, remanescente da era "de ouro" dos adventures point-and-click para PC, e está também disponível na PSN.
7º - Clock Tower (PS)
Primeiro ponto controverso nesse Top 10: Clock Tower não é um adventure puro e simples, misturando elementos de survival horror, embora tenha uma jogabilidade baseada em point-and-click. Seu diferencial na época em que foi lançado é que a personagem principal, enquanto presa numa mansão e sendo perseguida por um louco portando uma tesoura gigante. Pode parecer engraçado, mas na prática é bem assustador, veja (e cuidado com possíveis spoilers):
Como o vídeo também mostra, um fator importante do jogo é saber para onde fugir, onde se esconder e a interação com os itens é indispensável. Um precursor de todos os survival horrors e também um exemplo de combinação de elementos de adventure e horror.
6º - Catherine (PS3)
Um dos jogos mais elogiados do ano, Catherine foi originalmente lançado no Japão em Fevereiro e a Atlus trouxe o jogo para o Ocidente em Junho. Polêmico e repleto de conteúdo sexual, Catherine apresenta dois modos diferentes de jogo: durante o dia, o protagonista, Vincent, tenta lidar com os problemas causados por ter traído sua noiva, Katherine, com a loira Catherine. Durante a noite, ele tem pesadelos macabros em que ele normalmente tem de escalar uma estrutura de caixas enquanto foge de alguém (incluindo uma Katherine gigante com um garfo). O jogo é original, misturando esses elementos de puzzle e adventure, ambos focados na história, que por si só já é algo inusitado para videogames. Catherine conquistou o público e a crítica e mostrou que inovação e ousadia valem a pena.
5º - Policenauts (PS)
Voltando muito, muito mais no tempo, chegamos a um dos primeiros trabalhos de Hideo Kojima. Policenauts traz uma história futurista (e com toques noir), em que um astronauta com treinamento policial chamado Jonathan investiga o assassinato de sua ex-esposa. O jogo mistura bem os elementos de investigação policial e viagem espacial, tudo isso jogado em primeira pessoa, ao bom e velho estilo point-and-click. O jogo é um dos precursores do uso de dublagem e da importação de saves de outros jogos (algo que Kojima usou em Metal Gear Solid, anos depois).
4º - Indigo Prophecy (PS2)
Também conhecido como Fahrenheit, Indigo Prophecy representou o momento de transição para a Quantic Dream. Após o desempenho frustrante de Omikron, a desenvolvedora dedicou-se a uma ideia louca: um filme interativo. Daí nasceu Indigo Prophecy, com a proposta de colocar o jogador no controle das cutscenes. Tudo começa com um assassinato no banheiro de uma lanchonete. A questão é: o assassino é um dos protagonistas, chamado Lucas. Os outros dois protagonistas são os detetives Carla e Tyler, que investigam o crime. O tal "controle das cutscenes" se dá através de sequências de quick-time events, com prompts mostrados na tela. Confira (e, mais uma vez, cuidado com os spoilers):
Com uma história que vai se tornando um tanto mirabolante no decorrer do jogo e uma jogabilidade um pouco frustrante, Indigo Prophecy acaba valendo mais pela criatividade e por abrir portas para algo muito melhor e maior.
3º - Shadow Of Destiny (PS2)
Agora você vai dizer "eu nunca ouvi falar dessa porcaria!". Não deve mesmo, o jogo não fez tanto sucesso e, embora tenha sido elogiado na época, não chamou a atenção dos críticos. O motivo dele estar nessa lista? Shadow of Destiny se compara ao incrível 999: 9 Hours, 9 Persons, 9 Doors no sentido de ter uma história complexa e cheia de pequenas ramificações. Com 7 finais diferentes, você acompanha a história de Eike, que morre logo no início do jogo após ser apunhalado pelas costas. Curiosamente, ao morrer, o herói recebe um presente: um aparelho capaz de levá-lo de volta no tempo. Quem lhe dá esse presente é um ser estranho chamado Homunculus (Homúnculo - e quem assistiu ou leu Full Metal Alchemist vai achar mais de um motivo para jogar, pois a história tem ligação com alquimia). Assim, Eike pode voltar no tempo e impedir sua morte, repetidamente, e desvendar os segredos de uma das tramas mais intrincadas e surpreendentes. Como ele previne a própria morte? Um exemplo: um de seus possíveis assassinatos ocorre porque o assassino sobe numa árvore e atira nele. Para evitar isso, Eike volta no tempo e impede que a árvore seja plantada. Ah, sim, o jogo tem um timer que conta quanto tempo falta até o assassinato de Eike. Ou seja: você não conhece, mas trate de conhecer esse jogo.
2º - L.A. Noire (PS3)
Pode xingar de novo e dizer que L.A. Noire não é um adventure. Sim, ele tem elementos de ação e mundo aberto, mas esses elementos são totalmente "passáveis". O foco do jogo é na investigação de ambientes, análise de itens e diálogos (interrogatórios, no caso). No papel do veterano de guerra Cole Phelps, você investiga desde acidentes de trânsito até incêndios de origem criminosa. Para isso, o jogador precisa analisar cenas de crime e encontrar evidências, além de analisá-las usando o analógico para mover o item e focar no ponto de interesse. Os interrogatórios são uma das partes mais interessantes de L.A. Noire: a equipe do finado Team Bondi utilizou uma tecnologia de captação de movimentos faciais com extrema precisão. Com isso, foi possível criar expressões mais fiéis à vida real, e utilizar isso na jogabilidade. Quando um suspeito ou testemunha está mentindo, você pode perceber pela expressão facial e os movimentos. Basta então selecionar entre Verdade, Dúvida ou Mentira e, caso escolha o último, apresentar evidência que contradiga.
Com tanta ênfase na investigação, exploração e interação com personagens, é indiscutível que L.A. Noire é um dos melhores adventures já criados, e por isso está aqui, perdendo apenas para...
1º - Heavy Rain (PS3)
Pode parecer previsível, e talvez seja. Mas Heavy Rain, também da Quantic Dream, pegou um conceito interessante e levou a outro nível, unindo a ele uma parte técnica impecável, uma história bem mais instigante e uma fusão com os controles do Playstation 3 muito maior. A minha análise do jogo deixa isso bem claro, mas não custa repetir. Heavy Rain é extremamente competente em todos os campos, e é um dos títulos exclusivos da Sony mais importantes, em termos de originalidade e criatividade. Se você quer abrir uma porta, o comando é para girar o analógico na direção em que a maçaneta gira. Se quer arrombá-la chutando, o prompt é para movimentar o controle com força em determinada direção.
Cada decisão no jogo tem um preço, e a própria história deixa isso claro. Após ter seu filho sequestrado, um dos protagonistas, chamado Ethan, é forçado pelo criminoso a cumprir alguns desafios, e esse é um dos pontos mais emocionalmente pesados do jogo. Heavy Rain mostrou que é possível unir jogabilidade e história e inovar, tudo ao mesmo tempo, e tudo isso sendo um adventure, que é, por natureza, um gênero menos popular do que, digamos, um FPS. E por isso está em primeiro lugar nesse (questionável, podem dizer, eu deixo) Top 10.
Little Big Planet, não poderia entrar nesta lista?
ResponderExcluirJá que temos o LA Noir e Havy Rain.
@O Leitor LittleBigPlanet é do gênero plataforma, não do gênero Adventure, que ¨são jogos eletrônicos cuja ênfase é focada no enredo e não na parte gráfica ou ação.¨
ResponderExcluirhum entendi, sempre considerei Mario como Adventure tb.
ResponderExcluirBom mas Racket and Clank poderia entrar nesta lista correto?
Grato pela explicação!!!
@ O Leitor: Ratchet & Clank também é um game de plataforma. Como o Alberto disse, Adventures são jogos com enfoque na história. Alguns dos que eu citei aí não têm nenhuma cena de ação. Outros misturam elementos, mas não deixam de ser adventures, seja point-and-click ou mais inventivo, igual Heavy Rain.
ResponderExcluirresumindo... adventure é tipo zelda e metroid...
ResponderExcluir@telecurso: Hum... não. Adventure é tipo 999, Ace Attorney, Hotel Dusk, já que você citou jogos da Nintendo né. E é muito engraçado que as pessoas trollam todo Top 10 aqui do PSBlast, sempre me divirto.
ResponderExcluirtrollagem = clássico. quando vem fanboy então...
ResponderExcluirheavy rain merece o 1º lugar. aguardo ansiosamente por mais jogos dessa produtora. LA Noire ainda não joguei, mas já estou com ele em mãos e tenho grandes expectativas.
Adventure=Point and Click =/= Plataforma
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