Playstation Chronicle #1: A Turbulência do Início

Toda grande história tem um início, e você poderá começar a acompanhar a história do PlayStation a partir dessa semana. O PlayStation Chronicle vai detalhar essa jornada desde o início complicado envolvendo processos jurídicos, passando pela introdução da ideia de um "centro de entretenimento", até o grande sucesso da tecnologia Blu Ray e do PS3 nos dias atuais.

O conglomerado Sony tem uma longa história, iniciando-se em 1945 no Japão, como uma empresa de rádio-comunicação fundada por Masaru Ibuka e Akio Morita. Entre seus feitos, está a criação das patentes Walkman e Discman, e ter sido uma das maiores responsáveis pela popularização e evolução da mídia em CD.

Primeiros passos... e um tropeço

Já no ano de 1986, o PlayStation começava a engatinhar. Com a criação da mídia CD-ROM XA (uma tecnologia conjunta da Sony com a Phillips), começou também a ideia da Nintendo produzir um console com mídia de discos, para abandonar os tão mal falados cartuchos. Para isso, ela iniciou uma parceria com a Sony na produção do SNES CD. O que chamou a atenção da gigante japonesa foi uma placa de som da Sony, a SPC-700. E quem vendeu a ideia foi Ken Kutaragi (que, ainda hoje, é conhecido como "o pai do PlayStation" - veja a foto ao lado).

De contrato assinado, em 1991, as duas companhias começaram a trabalhar no novo console, e a Sony inclusive planejava criar uma retro-compatibilidade com os jogos em cartucho do SNES. Infelizmente, foi justamente esse contrato que impediu a união das duas companhias antes mesmo dela se concretizar. No documento, o controle de todo e qualquer jogo lançado para o SNES CD seria da Sony, e não da Big N. Secretamente, a Nintendo cancelou todo o projeto, e durante o Consumer Electronics Show daquele ano, anunciou uma nova aliança, agora com a Phillips, e a "pobre" Sony ficou a ver navios, com todo o trabalho e investimento na mão.

Por um momento, eles cogitaram a possibilidade de jogar tudo fora. E, como normalmente acontece nesse tipo de situação de "ou vai ou racha", a Sony tomou a decisão que mudaria o mundo dos videogames: iriam usar tudo que haviam desenvolvido na produção de um console próprio, chamado Play Station. Após um processo tenso instaurado pela Nintendo devido ao uso do nome, a justiça decidiu em favor da Sony e a empresa começou a produzir a primeira linha do primeiro Play Station, ainda como um console que traria ports de SNES, enquanto o console da Nintendo se beneficiaria da placa de som desenvolvida pela Sony. Essa primeira "geração" teve cerca de 200 unidades produzidas, apenas.

Correção de trajeto

No início de 1993, os planos da Sony mudaram, iniciando pela criação da Sony Computer Entertainment, uma sub-divisão especializada em videogames, e a companhia decidiu mudar o conceito do Play Station. Começando pelo nome, retirando o espaço entre as palavras e dando início ao que seria o PlayStation (também conhecido como PS), visando criar uma nova geração de consoles de videogame. Essa versão "final" do PlayStation foi lançada em 1994 no Japão e 1995 no resto do mundo, e teve êxito logo de início, com títulos de praticamente todos os gêneros, incluindo Doom (que, para quem não sabe, era a sensação da época) e Ridge Racer.

Após nove anos e seis meses de seu lançamento e uma versão atualizada chamada de PlayStation One, o console tornou-se o primeiro a ter 100 milhões de cópias comercializadas, e consolidou seu sucesso e o início de uma longa trajetória da Sony no ramo.

Na próxima semana, você confere como foi dado um dos maiores e mais bem-sucedidos passos da Sony: o PlayStation 2.