E se…
Se você estava com saudade desse sentimento angustiante que acompanhou toda a primeira temporada de The Walking Dead: The Game, então pode ficar feliz: ele está de volta. Aquela sensação de “e se eu tivesse feito isso no lugar daquilo”, ou pior, “e se eu tivesse salvado fulano ao invés de sicrano”. Afinal, é por isso que todos nos apaixonamos pelo primeiro jogo, não é verdade? A Telltale Games volta a fazer um excelente trabalho nesse segundo episódio, nos mostrando que nossas escolhas durante o game realmente importam e vêm acompanhadas de consequências, nem sempre das melhores.Já no começo do episódio, precisamos lidar com o desfecho de uma difícil escolha, resta agora saber se ela foi a correta ou não. Diferente do episódio anterior, onde as coisas aconteceram muito rápido e com um foco muito grande em Clementine, agora o jogo tem tempo para respirar e nos apresentar melhor o novo elenco de sobreviventes que a garota encontrou. E se torna claro, logo no início, que um grande mistério do passado ainda cerca essas pessoas, e ele pretende voltar para assombrar a todos, sem exceção.
Um estranho no ninho
The Walking Dead sempre foi sobre os seres humanos, os errantes servem apenas como o cenário base para ambientar melhor a série, para mostrar a nossa verdadeira humanidade quando as coisas vão para o inferno. Eu sempre me pergunto se um apocalipse zumbi realmente acontecesse, de quem eu teria mais medo: de um grupo de humanos desconhecidos ou de errantes? Difícil responder. Mas em “A House Divided” as coisas começam a ficar mais claras.Um fantasma do passado volta para assombrar o grupo |
Entrando no clima
Em seu segundo episódio, The Walking Dead: Season 2 se arrasta pela maior parte do tempo. Clementine ganha alguns momentos para poder conversar com a maioria dos personagens, entender melhor suas preocupações e seus sentimentos, o que move cada um. Isso pode quebrar um pouco a dinâmica do que foi proposto no episódio anterior, mas essa narrativa é responsável por criar uma atmosfera que termina em um grande clímax no final do episódio.É quase como se você já não fosse dar nada pelo episódio, quando as peças do quebra-cabeça que a Telltale vinha montando durante essas 2h30min de jogo se encaixassem e tudo fizesse sentido. Algumas das surpresas são até previsíveis, mas são os momentos de revelação que tornam elas mais horripilantes. Para quem estava se perguntando dos personagens do DLC “400 Days”, podem ficar tranquilos, vocês vão encontrar algumas respostas nesse episódio. Por falar em rostos conhecidos, temos uma surpresa ainda maior, mas essa vocês vão ter que jogar para descobrir.
Luke e Clem se tornam bons amigos |
Dividindo a casa
Se restava alguma dúvida sobre The Walking Dead: Season 2, elas terminaram com esse segundo episódio. “A House Divided” dá tempo para conhecermos melhor alguns dos novos personagens, assim como também nos deixa aflitos com momentos de tensão e horror, característicos do jogo. O clímax do final só confirma o que já sabíamos desde o começo: a série está bem viva e não pretende morrer tão cedo.O que o futuro reserva para Clem e seus novos amigos? |
Prós
- Personagens densos e bem trabalhados;
- História envolvente;
- Excelente dublagem, destaque para a estreia de Michael Madsen (Kill Bill Vol.1 e Vol.2, Cães de Aluguel) como dublador;
- Mais tempo para conhecer os personagens;
- Momentos de tensão em um desfecho de grande clímax.
Contras
- Longas travas no jogo durante os loadings e algumas cenas de ação.
The Walking Dead: Season 2 — Episode 2 — PlayStation 3 — Nota: 9.0
Revisão: Alberto Canen
Capa: Felipe Araújo
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