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Análise: solucione enigmas usando a habilidade de teletransporte em Portal (PS3)

No final de 2007, a Valve Corporation lançou The Orange Box para PlayStation 3, contando com cinco excelentes jogos que fazem uso da mesm... (por Alberto Canen em 22/06/2013, via PlayStation Blast)

No final de 2007, a Valve Corporation lançou The Orange Box para PlayStation 3, contando com cinco excelentes jogos que fazem uso da mesma tecnologia, a Source Engine: Half-Life 2 e suas duas continuações, Episode One e Episode Two; Team Fortress 2; e Portal. Uma coletânea de respeito, mesmo depois de tanto tempo passado.

Fica que vai ter bolo

O jogo inicia-se e desenvolve-se sem dar muitas informações para o jogador. Você é uma mulher asiática chamada Chell, que se encontra no "Aperture Science Computer-Aided Enrichment Center" (uma espécie de laboratório de ciência) e o único personagem a lhe fazer companhia durante a jogatina é GLaDOS (Genetic Lifeform and Disk Operating System), através de sua voz sintetizada. Ela é a inteligência artificial que monitora e direciona o jogador a completar as fases, com a promessa que haverá bolo caso todas sejam devidamente completadas.

Chell, a protagonista
O que podemos perceber é que fazemos parte de uma espécie de teste, como se fôssemos ratos de laboratório, e que não há outra opção senão seguir desvendando os puzzles que são propostos em cada câmara, que representam as fases do jogo. São 19 ao total, sendo que as 15 primeiras servem como um grande tutorial. As quatro últimas são as menos fáceis, nas quais usaremos tudo aquilo que aprendemos até então.

Com o passar do tempo, podemos notar que as coisas não são tão simples como parecem e esse teste pode não acabar em bolo como prometido. GLaDOS ajuda a criar o clima de humor negro do jogo, que tem um certo ar sombrio, considerando que se está sozinho em câmaras nas quais os desafios podem tirar-lhe a vida, mas cujos comentários da inteligência artificial são por vezes hilários, ainda que pareçam não intencionais.

GLaDOS

Abrindo portais e solucionando enigmas

Deixando de lado o enredo simples, o jogo se trata de uma série de câmaras com enigmas que o jogador deverá solucionar, valendo-se de uma arma com a capacidade de criar dois portais (um para entrar e outro para sair, e vice-versa). Não apenas a personagem pode passar por esses portais criados pela "Aperture Science Handheld Portal Device" (a famosa "Portal Gun"), como também objetos, na maioria das vezes cubos que se encontram pelas fases e servem para, por exemplo, segurar grandes botões que abrem determinadas portas.

Uma boa demonstração do uso de portais

Vale notar que os desafios não são tão simples como parecem, pois a portal gun não pode criar portais em qualquer superfície. Existem algumas que propositalmente impedem a ação da arma, dificultando um pouco as coisas. Além disso, há outros elementos que ajudam a complicar o jogo, como plataformas móveis, bolas de energia que acionam mecanismos e, principalmente, torres sentinelas, que atiram sem dó ao menor sinal de movimento. Elas são o mais próximo de um verdadeiro inimigo durante a jogatina e também contam com uma pequena dose de humor, ao dizer "I don't hate you" (eu não odeio você) ao serem inutilizadas pelo jogador.


Ainda vivo

Durante o jogo não há uma trilha sonora, apenas efeitos sonoros bem feitos, como os disparos da portal gun e das torres sentinelas, além da voz sintetizada de GLaDOS. O melhor foi deixado para o final, com uma música criada especialmente para o jogo, chamada Still Alive, que ficou tão famosa que até foi lançada como DLC para Rock Band.


Música final do jogo

O jogo no todo é muito divertido e criativo, mas o seu grande defeito é ser curto demais. Isso sem contar que as 15 primeiras fases são muito rápidas, pois elas servem mais para ensinar todas as formas de se resolver os enigmas do game do que representam um desafio real. As quatro últimas fases são os verdadeiros enigmas, mas nada que leve o jogador a pensar por muito tempo.

Marco na cultura gamer

Portal foi considerado um dos melhores e mais originais jogos de 2007, e serviu de inspiração para diversos outros games que vieram posteriormente, como Rochard e Quantum Conundrum. E não é para menos, a ideia de usar os portais foi muito boa, além das peculiaridades, como a promessa de bolo, que logo caiu no gosto do público, mesmo daqueles que não chegaram a jogá-lo. Dizer "the cake is a lie" (o bolo é uma mentira) sugerindo que estão tentando enganá-lo e diversas brincadeiras com os portais são apenas alguns exemplos do sucesso cultural trazido pelo game. A Valve até aproveitou para vender produtos licenciados, como Companion Cubes de pelúcia e portal guns de brinquedo. De fato, Portal foi um verdadeiro marco na cultura gamer.

Se criasse portais...

Prós

  • Jogabilidade criativa;
  • Humor negro de GLaDOS;
  • Quatro últimas fases.

Contras

  • Muito curto;
  • Poucas fases realmente contam.
Portal — PlayStation 3 — Nota: 9.0
Revisão: Leonardo Nazareth

Capa: Douglas Fernandes

é formado em Direito pela UFRN. Joga videogame desde os tempos do Atari e sempre acompanha as novidades na indústria de jogos. Está no Facebook e no Twitter.

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