Análise DLC

Guia DLC: DmC: Devil May Cry - Vergil's Downfall (PS3)

Em janeiro deste ano, a icônica franquia Devil May Cry recebeu uma nova face sob as mãos da Ninja Theory, desenvolvedora européia r... (por Unknown em 18/03/2013, via PlayStation Blast)


Em janeiro deste ano, a icônica franquia Devil May Cry recebeu uma nova face sob as mãos da Ninja Theory, desenvolvedora européia responsável por títulos como Heavenly Sword e Enslaved: Odyssey to the West. Apesar de muita gente ter torcido o nariz para a nova direção artística da série, é inegável que a desenvolvedora realizou um excelente trabalho com o universo do game, trazendo-o para um patamar completamente novo e dando mais personalidade não só aos personagens como também ao mundo em que se passa a aventura, que é cheio de vida e conta com um dos visuais mais incríveis já vistos em videogames nos últimos anos. 

Pouco menos de dois meses depois do lançamento do título, foi lançado o primeiro DLC do game: Vergil's Downfall, que conta o que aconteceu com o irmão de Dante após os eventos do primeiro jogo e que, de quebra, apresenta um desfecho perfeito que dá gancho para uma futura (e provável) sequência.

A desgraça de Vergil

Como dito, o enredo deste DLC se passa momentos após o término da aventura principal. Vergil, que acabara de ser derrotado por Dante, atravessa um portal de luz que o leva diretamente para a casa em que fora criado com o irmão. Com uma ferida aberta em seu coração, o Nephilim começa a explorar seu passado e a enfrentar seus demônios para que, finalmente, consiga encontrar a saída daquele lugar. A aventura é dividida em seis fases e segue muito o estilo da aventura principal, mas com uma série de diferenças fundamentais, essencialmente na jogabilidade.

O estilo de luta de Vergil é bem mais lento se comparado ao de seu irmão


Os controles de Vergil são muito parecidos com os de Dante: há um botão de ataque com arma branca, outro para lançar inimigos e ainda temos o excelente sistema de golpes com armas angelicais ou demoníacas. A única grande diferença aqui é que ao invés de se utilizar de duas pistolas para atacar à distância, Vergil lança espadas contra seus inimigos − que, na prática, gera um efeito muito parecido. Contudo, a curva de aprendizado para dominar os controles do personagem é bem mais inclinada. Isso porque apesar dos comandos serem os mesmos, o ritmo e a velocidade de Vergil são muito diferentes dos de Dante, que é bastante rápido e fluido. Não se assuste se você já finalizou DmC com uma toneladas de pontuações SSS no decorrer das fases e não conseguir nada mais que um B na nova aventura. Ela é mais difícil e se acostumar com o estilo de luta do personagem é bem mais complicado. Mesmo assim, o jogo estimula os jogadores a melhorarem cada vez mais suas pontuações e estilo de luta, o que aumenta muito o fator replay da aventura.



Falando em replay, Vergil's Downfall conta com o mesmo sistema de upgrades da aventura principal e possui diversos colecionáveis espalhados pelas fases, estimulando ainda mais a revisitação à jornada pessoal do personagem. Infelizmente, as seis fases juntas duram em torno de duas horas, o que é muito pouco e acaba deixando um gostinho de quero mais aos jogadores. Mesmo assim, cabe lembrar que estamos falando de um DLC, e, levando-se em conta isso, percebemos que seu conteúdo até que é robusto se comparado a outros que pouco adicionam à experiência dos jogadores. O excelente sistema de pontuação criado pela Ninja Theory, somado à grande quantidade de colecionáveis e upgrades acabará por estender significativamente a vida útil do conteúdo. Além disso, assim como na aventura principal, há modos de dificuldade desbloqueáveis que dão uma nova dinâmica aos combates e estimulam ainda mais o aperfeiçoamento dos jogadores no sistema do jogo.

Produção (quase) perfeita

Vergil's Downfall possui os mesmos excelentes gráficos da aventura principal e a direção artística continua lindíssima. Contudo, o padrão de criação de cenas exibido durante a aventura de Dante foi descartado e substituído por um que utiliza animações ao estilo de uma HQ. Os traços até são bonitos, mas a opção por esse tipo de animação acaba afastando os jogadores do enredo e da imersão proporcionada pelo título. Na aventura de Dante, as cutscenes são extremamente bem produzidas e criam um forte elo entre os personagens e o jogador, isso é algo que não acontece de maneira tão intensa por aqui.

Os inimigos infelizmente são pouco variados e, no decorrer da aventura, você mal encontrará cinco tipos diferentes. A trilha sonora também não se destaca muito – há vários momentos sem tema algum e outros tantos com músicas completamente descartáveis. No entanto, o excelente trabalho de dublagem da aventura principal continua excelente por aqui, com destaque a Vergil, que se mostra, pela primeira vez, como um ser frágil e cheio de conflitos internos a serem resolvidos, o que nos traz até certa empatia pelo personagem.

Apesar de belas, as cutscenes não passam a mesma emoção das da aventura principal

To be continued...

Vergil's Downfall serve não só como epílogo de DmC, mas também como prólogo para uma provável sequência do título, já que possui um desfecho bastante intrigante, que deixará os jogadores ansiosos por mais. O DLC está longe de ser perfeito, já que é muito simples em seu nível de produção e tem uma jogabilidade que não possui toda a fluidez da aventura principal. Mesmo assim, para os que curtiram muito as aventuras de Dante em busca de vingança e liberdade para os humanos, Vergil's Downfall é uma boa forma de visitar o Limbo mais uma vez.

Vergil’s Downfall (DmC: Devil may Cry) – PlayStation 3 – Nota: 7.5
Preço: R$ 18,99 | Disponível na PlayStation Store

Revisão: Samuel Coelho 

Escreve para o PlayStation Blast sob a licença Creative Commons BY-SA 3.0. Você pode usar e compartilhar este conteúdo desde que credite o autor e veículo original do mesmo.

Comentários

Google
Disqus
Facebook