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Análise: Sonic & All-Stars Racing Transformed (PS Vita)

A versão para PS3 do mais novo jogo de corrida do mascote favorito da SEGA, como já conferimos , trouxe um nível de produção excelente que, ... (por Alberto Canen em 17/03/2013, via PlayStation Blast)

A versão para PS3 do mais novo jogo de corrida do mascote favorito da SEGA, como já conferimos, trouxe um nível de produção excelente que, certamente, deixou a concorrência bastante preocupada. Mas se esse gênero de corrida funciona bem em consoles de mesa, é nos portáteis que ele demonstrou ser realmente contundente, permitindo que jogadores levem os rachas e campeonatos para todos os lugares. Por isso, o pessoal da Sumo Digital teve um verdadeiro desafio em suas mãos: o de trazer uma experiência de jogo para o Sonic & All-Stars Racing Transformed do PlayStation Vita tão boa quanto nas outras plataformas.

Os desenvolvedores tiveram sucesso em incluir tudo que foi feito no título para PlayStation 3 nessa versão do novo portátil da Sony. Nada ficou de fora, permitindo aos jogadores terem uma experiência completa. Contudo, vale notar que o resultado no Vita, apesar de excelente, não é tão bom quanto o atingindo no PS3, notadamente em relação aos gráficos, que tiveram uma considerável baixa em relação à versão de mesa, prejudicando um pouco o visual; e eventuais quedas na taxa de quadros por segundo, que prejudicam ocasionalmente a jogatina, mas não a corrida em si.

Na terra, no céu e no mar

O grande charme do jogo continua sendo as transformações: tanto dos veículos quanto das pistas. Conforme você vai disputando a corrida, de forma automática, os veículos vão se transformando de carros para barcos e para aeronaves, na medida que as próprias pistas vão sendo alteradas para aquáticas, aéreas ou terrestres. Dessa forma, nunca uma volta é igual a anterior e o jogador precisará dominar os três tipos de ambientes, com suas novas formas de pilotar. Além disso, fica mais difícil decorar os atalhos, já que nem sempre eles estão no mesmo local na volta seguinte, já que, por exemplo, uma ponte que estava lá, pode ser destruída na volta seguinte. O trailer do jogo nos mostra um pouco dessa diversificação toda:



Por causa dessas mudanças de ambientes durante a jogatina, as pistas tiveram que ser escolhidas com bastante critério. Mesmo aquelas baseadas em games famosos, que em um primeiro momento poderiam parecer ideais para um jogo de corrida, acabam não se encaixando perfeitamente com a mecânica de transformação encontrada no jogo. Um bom exemplo é o jogo Daytona, que seria ótimo nas pistas terrestres, mas não teria espaço para colocar ambientes aquáticos ou aéreos. Diferente de Outrun, que tem locais com praia, onde há água, e dá para aplicar as transições de ambientes.

Ferramentas de destruição

Como era de se esperar nesse tipo de jogo, os power-ups não poderiam faltar. Usando uma pequena variedade, os desenvolvedores criaram armas que, se bem utilizadas, podem ser a diferença entre a vitória e a derrota, além de influenciarem razoavelmente na estratégia de corrida. Se você pegar um baiacu, pode soltá-lo estrategicamente na pista para que os adversários esbarrem nele ou percam tempo desviando — e ele é bem maior que uma casca de banana (!). A luva de beisebol tem uma função dupla: de defender de um ataque por trás e de usar a arma atirada contra quem a atirou. Por isso, quando um jogador consegue esse item, pode se fazer de isca para um adversário atacá-lo, de forma a conseguir um contra-ataque fulminante. Existem vários outros itens interessantes, como o enxame de vespas gigantes ou o carrinho de controle remoto que persegue o carro da frente para colocar dinamite nele.



Apesar de todos esses itens encontrados pelo caminho, vale notar que eles não são tão decisivos para a vitória, já que não fazem o jogador atingido perder tanto tempo e também não permitem que se consiga uma grande vantagem sobre os demais, nem mesmo ao conseguir um movimento All-Star, que transforma o veículo deixando-o mais potente.

Feito para todo tipo de piloto

O pessoal da Sumo Digital, segundo eles, tiveram mais trabalho escolhendo os personagens do jogo do que os criando. O motivo disso se deve ao fato de eles quererem que qualquer pessoa, ao escolher um piloto, encontre algum que lhe agrade. Isso justifica, por exemplo, a Amy Rose estar no jogo, mesmo não sendo uma das personagens mais populares para se jogar da franquia Sonic. Segundo o Diretor de Design do jogo, Gareth Wilson, a sua filha de cinco anos gosta da personagem, que pilota um carro tipo besouro, cor-de-rosa, o que demonstra que até mesmo garotinhas fazem parte do público-alvo dos desenvolvedores (ainda que o jogo seja recomendável para maiores de seta anos — PEGI 7), que não mediram esforços para não deixar ninguém de fora. Ainda mais que no nível de dificuldade mais fácil, até as criancinhas conseguirão jogar com certa proficiência. Outro exemplo citado por Wilson é a escolha de Joe Musashi para os adolescentes, não porque eles gostem do clássico Shinobi, mas porque é um ninja que pilota uma moto com o mesmo estilo da do filme "Batman - O Cavaleiro das Trevas" — apesar de eu achar que Beat, de Jet Set Radio bem mais o estilo infanto-juvenil.

A personagem Amy Rose foi colocada no jogo pensando nas garotinhas de 5 anos

Multiplayer mais forte do que nunca

Da mesma forma que no PS3, a versão do PS Vita trouxe uma forte opção multiplayer, tanto localmente quanto online: é possível criar o seu próprio jogo, decidindo as pistas e modos de game, para convidar os amigos, como também existem as opções de jogar contra jogadores aleatórios em modos de corrida, batalha ou mistura de ambos. Até oito jogadores podem competir online e a estabilidade está excelente, sem os famigerados e temidos "lags".
Sonic & All-Stars Racing Transformed para Vita trouxe uma experiência de jogo tão boa quanto a dos consoles, pecando um pouco quanto ao desempenho gráfico, que também comprometeu o visual e taxas de quadros por segundo. Contudo, nada disso chega a comprometer a jogatina de forma substancial, e o jogo continua sendo uma das melhores opções para os donos do ainda carente de jogos PlayStation Vita e uma opção obrigatória para os fãs da SEGA e de jogos de corrida.

Prós

  • Experiência tão boa quanto no PS3;
  • Jogabilidade bem ajustada nos três tipos de percurso: terra, água e ar;
  • Pistas dinâmicas, que estão sempre mostrando algo novo a cada volta;
  • Alto valor de nostalgia para os fãs da SEGA;
  • Modo multiplayer local e online bem estáveis.

Contras

  • Visual não tão bonito quanto do PS3;
  • Esporádicas quedas na taxa de quadros por segundo.
Sonic & All-Stars Racing Transformed — PlayStation Vita — Nota: 8.0
Revisão: Leonardo Nazareth

é formado em Direito pela UFRN. Joga videogame desde os tempos do Atari e sempre acompanha as novidades na indústria de jogos. Está no Facebook e no Twitter.

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