Não há nada no deserto...
Na primeira vez em que encontramos o Viajante, uma criatura misteriosa vestindo apenas um manto que esconde completamente seu rosto, ele (ou ela) está sentado no meio do deserto, contemplando uma pirâmide de luz à distância. Mesmo após terminarmos de jogar toda a aventura, continuamos sabendo tanto sobre o personagem quanto sabíamos no início do jogo. E em grande parte, é esse o charme de Journey.Como você deve ter lido em nossa análise, o jogo é uma grande jornada artística e contemplativa sobre nossa própria existência. Há metáforas por todos os lados sobre a importância das amizades que fazemos em nosso caminho, sobre os momentos de dor e desespero com os quais inevitavelmente nos deparamos, além de ocasiões de puro deslumbre e fascínio. Então o que o viajante sente e pensa não é nada mais do que o modo como o próprio jogador enxerga a vida.
O Viajante contemplando a pirâmide de luz no horizonte. |
Nunca me esquecerei de quando jogava Journey online, e um completo desconhecido, que me seguiu por boa parte da aventura, resolveu desenhar um coração na areia como agradecimento por nossa diversão. É simplesmente fascinante descobrir o modo como cada viajante do mundo tem o poder de deixar uma marca permanente em você. E, assim, um dos personagens mais silenciosos, misteriosos e sem história dos videogames, acaba se tornando também um dos mais marcantes, pois ele sempre terá a personalidade única da pessoa real com quem você joga.
...e nenhum homem precisa de nada.
O manto branco dos sábios. |
Os jogadores que realmente se empenharem e conseguirem explorar cada cantinho desse deserto, obtendo os itens iluminados, além de conquistarem o troféu Transcendence, ganham o direito de vestir uma roupa branca, muito similar a de seus antepassados. Munido do manto branco, o Viajante pode dar pulos praticamente sem limite e servir como guia para os jogadores de primeira viagem, o que é um belo estímulo para continuar jogando Journey por muito tempo e buscar novas experiências.
Viver juntos, morrer sozinho
Em nossos perfis aqui do Blast, normalmente inserimos uma lista de jogos que o personagem participou, para que o texto sirva como uma espécie de wiki de consulta. Mas como o Viajante só participou de Journey, e dificilmente deve vir a protagonizar outro jogo, que tal uma lista de obras que os fãs do jogo podem apreciar? Ao menos o redator que vos escreve, fã assumido de Journey, achou que estas obras poderiam servir como um bom complemento para o videogame.Se você gostou da viagem existencialista de Journey, são grandes as chances de que vá curtir o livro Fernão Capelo Gaivota, que também acabou virando filme e é uma linda obra sobre como nossa alma tem o poder de transcender e alcançar coisas maravilhosas. Aproveitando que entramos na área do cinema, pode ser bem interessante também assistir a "A Árvore da Vida", outro belo tratado sobre vida e morte, e como elas podem impactar todo o Universo. Por fim, também é sempre uma boa pedida assistir ao seriado Lost, que mostra de modo sem igual a importância dos amigos que fazemos em nossa jornada e como eles podem nos ajudar a seguir em frente, o que não deixa de ser exatamente a mesma premissa de Journey.
"Te vejo em outra vida, brother!" Tanto Lost quanto Journey compartilham a temática da jornada de auto conhecimento. |
Seja jogando, lendo este texto ou curtindo uma das obras supracitadas, o importante mesmo é que você se divirta e aproveite bastante a sua jornada. Quem sabe um dia não nos encontramos nesse grande deserto que é a vida? Mas e você, leitor, tem alguma história legal para contar sobre o seu Viajante? Não deixe de nos contar nos comentários!
Revisão: Alberto Canen
Comentários