Nathan Drake está de volta! A mais nova estrelinha da Sony é uma aposta que infelizmente não alavancou as vendas do PSVita. Obviamente, Uncharted: Golden Abyss não pode ser considerado o culpado. O jogo faz jus aos seus antecessores e mostra claramente que o portátil não está de brincadeira. Com gráficos lindos e uma jogabilidade sensacional, ainda que apresente problemas consideráveis, ele é compra obrigatória para todos os fãs. Mas, afinal, por que essa série conquistou milhões de admiradores pelo mundo? Descubra conferindo a nossa análise.
Uncharted: Golden Abyss é importante por dois motivos: é indispensável para os fãs da série e mostrou o potencial gráfico do PSVita.
Confesso que fiquei de boca aberta quando vi o trailer. Gráficos dessa qualidade em um portátil é algo nunca antes visto na história da indústria. Mesmo não estando nas mãos da nossa queridinha Naughty Dog, o jogo realmente prometia muito.
É perigoso mexer na fórmula da maneira errada
Como em time que está ganhando não se mexe, o roteiro aqui possui uma estrutura quase idêntica à dos games de PS3: um amigo que precisa de ajuda, uma grande descoberta a ser feita (que obviamente levará o personagem a uma civilização esquecida), um inimigo que deseja tudo e, claro, uma bela garota à sua espera. Apesar do clichê chegar ao seu auge em jogos desse tipo, nada impede que eles sejam divertidos.
Dessa vez é um homem chamado Jason Dante que precisa dos serviços de Drake para desvendar um mistério na América Central. Alguns símbolos estranhos precisam ser decifrados e isso é só a ponta do iceberg no que diz respeito aos segredos da região. Ao lado de Marisa Chase, que procura por seu avô desaparecido, somos levados a descobertas fantásticas que fazem parte da mitologia da série.
Porém, apesar do roteiro ter a mesma estrutura, a composição é muito diferente. Todo gamer sabe que a franquia Uncharted é amada por seus personagens e pelos enredos. A jogabilidade sempre ficou em terceiro plano, e também nunca foi alvo de críticas excessivas. O que funcionou no primeiro game foi mantido nos outros. Porém, a Bend Studio sabia que essa receita não funcionaria no Vita, ainda mais com todas as funcionalidades apresentadas e os jogadores sedentos para vê-las em prática. Dessa forma houve uma inversão, a jogabilidade foi priorizada em detrimento de uma boa história e de bons personagens.
Para quem estava acostumado com reviravoltas épicas na trilogia do PS3, vai ficar chupando dedo. Apesar dos acontecimentos serem anteriores ao primeiro jogo da série, a trama toda ficou um pouco confusa em meio a tantos pedidos de ajuda. Os personagens, apesar de serem até carismáticos, não convencem muito. Ao final da jogatina, eu não tinha, nem de longe, o mesmo carinho por Dante e Marisa como eu tinha por Sully e Elena.
Apenas um Nathan menos cuidadoso e sem juízo não é suficiente para salvar os buracos deixados pela falta de carisma dos seus companheiros. No que diz respeito ao explorador em particular, fica nítido o trabalho magnífico feito pela Naughty Dog. Nathan Drake já é um personagem que possui vida própria, não precisando de muito esforço para adaptá-lo em outras produções.
É realmente uma pena que, sem personagens convincentes, o jogo deixe de ser épico para ser apenas uma adaptação.
Desperte o aventureiro interior
Como eu disse, alguns aspectos foram mantidos na jogabilidade. Porém, dessa vez você tem que fazer muito mais do que simplesmente resolver puzzles e coletar segredos. É preciso literalmente botar a mão na massa e trabalhar duro: juntar pedacinhos de papel para formar um mapa, limpar a sujeira de objetos e tirar fotografias são a cereja do bolo. Não é nada ultra inovador, mas cumpre o que promete: é divertido. Na verdade, funcionou tão bem e a imersão é tão notável que você realmente começa a se sentir como um aventureiro.
Até mesmo o Nathan está parecendo mais com um explorador nesse game. Pode parecer pífio, mas não é; a mochila faz toda a diferença. É como se o personagem estivesse realmente interessado em pesquisar a história das civilizações perdidas. Em alguns pontos bem particulares, como nesse quesito da imersão, a aventura de bolso é superior às do seu irmão mais velho.
No fundo a jogabilidade é praticamente a mesma dos consoles. Você vai pular muito, escalar muito e praticamente adivinhar algumas cenas. Isso porque, como eu disse antes, o roteiro ficou um pouco raso e repetitivo demais. O esquema é sempre o mesmo: explorar o local, escalar, atirar, ver as cenas de diálogo e se preparar para fazer tudo de novo. Apesar disso, as funcionalidades táteis adicionam um brilho maior ao jogo, principalmente para descobrir os segredos.
Não conseguiu pegar todos os segredos do jogo? Sem problemas, a produtora resolveu ajudar os menos atentos e disponibilizou um “Mercado Negro” onde é possível trocar objetos, cartas, pedras preciosas e moedas com outros jogadores. Tudo isso feito pela funcionalidade Near do portátil. Mas como todo fã que é fã nunca está satisfeito, isso não compensa a mancada de não terem feito um modo multiplayer.
Infelizmente, se há um ponto negativo na jogabilidade, é a falta de inteligência artificial dos inimigos. Morrer em um tiroteio é praticamente impossível, pois os inimigos são, literalmente, aqueles figurantes em filmes de ação que descarregam trocentas balas e não acertam nem um King Kong. É simplesmente ridículo.
Absurdamente bonito
É óbvio que ninguém esperava uma qualidade gráfica semelhante à de Uncharted 3, mas o fato é que o Vita deixou todos os céticos de boca aberta. As paisagens são simplesmente magníficas. Sem sombras de dúvidas, é um dos jogos mais bonitos que já vi em um portátil.
O problema é que a equipe criativa do jogo não soube aproveitar muito bem os cenários. É perfeitamente normal você ficar nauseado com tanto verde. Poderiam ter explorado mais a floresta, dando destaque para ruínas ou áreas montanhosas. Não me entendam mal, o design dos cenários é realmente espetacular, mas como é sempre o mesmo ambiente, chega um momento onde você deixa de se surpreender e deixa de prestar atenção.
Os personagens também estão muito bem trabalhados, equiparando-se aos do primeiro jogo lançado no PS3. O destaque fica sempre para a ótima dublagem, com vozes perfeitamente adaptadas para os modelos. Apesar de não tão bom quanto os consoles, o conjunto final desses aspectos é bem competente.
Obrigatório
Apesar de todos os pequenos problemas, e de não ter sido suficiente para salvar as vendas do Vita, Uncharted: Golden Abyss é indispensável para qualquer fã da série. Arrisco mais, obrigatório para qualquer dono do portátil. Ao lado de Gravity Rush, Little Big Planet e Rayman Origins, ele faz parte da leva dos poucos jogos que realmente valem o esforço, seu tempo e dinheiro.
Prós
- Visual fantástico;
- Mecânica inovadora e bem adaptada;
- Exploração divertida;
- Obrigatório para os donos do Vita.
Contras
- A história deixou um pouco a desejar;
- Falta carisma nos personagens;
- Ausência de multiplayer;
- Inteligência artificial medíocre.
Uncharted: Golden Abyss – PlayStation Vita – Nota Final: 8.0
Visual: 10 | Som: 8.0 | Jogabilidade: 7.0 | Diversão: 8.0
Revisão: José Carlos Alves
Realmente um jogaço! Vale a pena a compra!
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