A cultura zumbi há muito tempo faz parte das nossas vidas. Não que alguém já tenha visto um ao vivo - no máximo temos um amigo que troca o dia pela noite e que se assemelha (!). O que temos são vários filmes, séries e principalmente jogos de videogame nos bombardeando com os mais diversos lançamentos. Muitos já esperam ansiosos que a invasão dos mortos-vivos aconteça e se dizem preparados, sabendo de cor o que deve ser feito: usar de armas de fogo, tacos de beisebol, espadas ninja e deixando toda a moral de lado (pois temos que sobreviver, não é mesmo?).
Mas, e se se a resposta contra um ataque de hordas de zumbis fosse algo diferente? A PopCap Games criou uma proposta muito mais interessante em Plants vs. Zombies: vamos enfrentá-los apenas cuidando do nosso jardim e deixando que as plantas façam o serviço por nós. A inusitada proposta mostrou-se muito divertida e logo caiu no gosto dos jogadores, começando pelos PCs, passando pelos smartphones e finalmente chegando aos consoles de mesa. Claro que o PlayStation 3 não seria esquecido.
Uma adaptação bem sucedida
Na medida que o jogo veio de plataformas que não fazem uso de controles de consoles de mesa para jogá-lo, é natural que haja uma certa desconfiança de como ficaria a jogabilidade no PS3. Entretanto, o pessoal da PopCap fez um ótimo trabalho na adaptação dos controles, de forma a não perder em agilidade no momento de plantar e colher cada solzinho que aparece na tela. Pode até não ser tão natural quanto usar um mouse (no caso dos PCs), ou os dedos, nas versões para dispositivos móveis (tablets e smartphones), mas nada que dê alguma vantagem para os zumbis sobre a sua plantação. Para movimentar o cursor, basta usar o analógico, e para plantar, usa-se o botão A. Escolher qual planta será usada também é fácil, basta usar R1 ou L1 para movimentar de um lado ao outro. Para recolher os sóis, basta passar o curso por eles, que serão automaticamente sugados. Em alguns pontos, é até mais simples que usar um mouse.
Sobrevivendo à horda
Nesse embate histórico (!), o único personagem humano que aparece é o seu vizinho, Crazy Dave, que tem esse nome por justamente ser muito louco. Ele tem a função de explicar algo novo na jogatina e de vender power-ups e novas plantas no porta-malas de seu carro. O seu personagem, mesmo está escondido dentro da casa e guarnecido pela sua feroz plantação, não coloca nem a cabeça do lado de fora. Sendo assim, os protagonistas são exclusivamente as plantas. Por sinal, a variedade é enorme, em tamanho e tipos, cada uma com uma função diferente, trazendo uma grande quantidade de estratégias. É possível terminar o jogo várias vezes diferentes alterando as plantas utilizadas. Claro, o final não mudará, mas o caminho até lá dificilmente será igual em alguma fase.
Não é possível plantar à vontade, é necessário uma fonte de energia, que são os pequenos sóis que podem ser adquiridos de duas formas: coletando os que caem na tela vagarosamente ou plantando girassóis que os produzem. Eles servem como uma espécie de moeda de compra das plantas de ataque e defesa, pois cada uma tem um preço diferente, conforme a sua qualidade. Dessa forma, é importante manter uma boa quantidade de girassóis no fundo do quintal para garantir um bom estoque.
As plantas são oferecidas gradativamente. De início, o jogador só conta com um girassol e uma planta cuspidora de ervilhas, mas a cada fase recebemos uma planta nova, como aquelas que atiram ervilhas congelantes para diminuir a velocidade dos zumbis, e até uma pimenta explosiva que pulveriza todos os inimigos próximos. Conforme novas plantas são adicionadas, também novos tipos de zumbis dão as caras. Além do mais simples, que não oferece tanto perigo, existem os mais fortes, como o jogador de futebol americano zumbi ou aquele que tem uma lata na cabeça para protegê-lo dos ataques das plantas. Como antes de começar a fase é possível verificar os tipos de zumbis que aparecerão, podemos escolher as plantas que se adequarão melhor para criar uma estratégia vencedora.
Para alternar na jogatina, existem fases estilo minigame, como quando usamos apenas cocos como bolas de boliche para acertar os zumbis, ou em outra que quebramos vasos dos quais podem aparecer zumbis diversos ou plantas para serem utilizadas. Todos eles aparecem para serem jogados depois de desbloqueados, na área de minigames, mas em maior quantidade, além de outros inéditos. Mesmo após terminar a campanha principal há muito o que jogar ainda, aumentando bastante a longevidade do game.
Você não está sozinho
Uma grande vantagem que a versão para PlayStation 3 tem sobre as versões para PC e tablets/smartphones são as opções multiplayer. No modo competitivo é possível enfrentar outro jogador onde um controlará as plantas e o outro, os zumbis. Em vez de plantar os girassóis, devemos colocar lápides para poder receber cérebros que fazem o mesmo papel que o sol para as plantas; e no lugar de defendermos a casa (e nossos cérebros), temos que defender determinados zumbis de chapéu que ficam fixos do lado direito da tela. A estratégia, naturalmente, é completamente inversa, e conhecer os diversos tipos de zumbis é muito importante para traçar um plano de ataque, na medida que são 18 zumbis mas apenas cinco podem ser escolhidos para cada partida.
Além de competir, você também pode se aliar a outro jogador nas opções cooperativas, o que também é muito interessante, mas pode ser um pouco confuso já que ambos podem plantar no mesmo terreno, mas possuem plantas diferentes ao seu dispor, o que significa que apenas um estará responsável, por exemplo, por plantar os girassóis. Mesmo assim, com um pouco de conversa amigável (faça isso, não faça aquilo), dá para unir forças e facilitar bastante as coisas. Infelizmente, esses modos multiplayer são apenas locais e não podem ser jogados online.
Uma colheita divertida
A verdade é que o jogo é muito fácil. Dificilmente um zumbi conseguirá passar pelas suas poderosas plantas. Esse talvez seja o grande defeito de Plants vs. Zombies. O início ser simples é comum, mas da metade em diante a PopCap deveria ter oferecido um desafio bem maior. A melhor solução seria colocar diferentes níveis de dificuldade para que os jogadores que buscam uma maior competitividade não se sentissem frustrados.
Seja como for, mesmo que não seja difícil vencer todas as fases sem ter o seu cérebro devorado uma vez sequer, Plants vs. Zombies consegue entreter o jogador do início ao fim, oferecendo uma novidade a cada fase do game, graças à mudança na estratégia pela adição de uma planta nova, um zumbi diferente ou condições do clima e terreno diversos, mantendo-o grudado à tela do jogo. Nunca foi tão divertido enfrentar zumbis devoradores de cérebro.
Prós
- Visual colorido e criativo;
- Jogabilidade simples e funcional;
- Modos multiplayer cooperativos e competitivos;
- Minigames diversos e divertidos.
Contras
- Ausência de multiplayer online;
- Fases muito fáceis.
Plants vs. Zombies - PS3 – Nota Final: 9,0
Gráficos: 9,0 | Som: 8,5 | Jogabilidade: 9,0 | Diversão: 9,5
Revisão: Leandro Freire
Comentários