Perfil

Perfil: Max Payne

Todos nós temos os nossos fantasmas, e isso é duplamente válido para protagonistas de histórias. São os fantasmas que movem os nossos heróis... (por Unknown em 04/08/2012, via PlayStation Blast)

max-payne-shooting[1]Todos nós temos os nossos fantasmas, e isso é duplamente válido para protagonistas de histórias. São os fantasmas que movem os nossos heróis e vilões. Mas no caso de Max Payne, seus fantasmas são fardos que ele carrega, símbolos de suas falhas e ao mesmo tempo os motivos pelos quais ele segue tentando corrigir o mundo (e a si mesmo). Será que um protagonista tão profundamente quebrado pode se redimir?

Atenção: este texto contém spoilers de Max Payne, Max Payne 2: The Fall of Max Payne e Max Payne 3. Leia por sua conta e risco.

Sangue, drogas e lágrimas

250px-Maxpaynebox[1]Imagine um policial que chega em casa para encontrar sua esposa e filha recém-nascida brutalmente assassinadas por uma gangue de usuários de drogas. Não bastasse a dor da perda, Max teve de lidar logo de cara com a sua falha como policial: como ele poderia proteger a sociedade se não pôde proteger sua família?

Isso levou o protagonista a entrar para o DEA (Drug Enforcement Administration, uma agência federal de combate às drogas dos EUA) e infiltrar-se na Máfia Punchinello para acabar com o tráfico de Valkyr, a droga utilizada pelos assassinos de sua família. Em meio a um roubo de banco, Max encontrou-se com um outro agente da DEA apenas para presenciar seu assassinato. Agora ele tinha dois novos problemas: ele era o principal suspeito pela morte de um agente federal e não podia mais contar com seu disfarce dentro da máfia.

Fazendo jus ao estilo hard-boiled (aquele estilo de narrativa em que o detetive é pressionado de todos os lados e não pode confiar nem na própria força policial), nada é tão simples como traficantes e gangues. Max descobriu aos poucos que uma empresa chamada Aesir Corporation estava diretamente ligada à distribuição da Valkyr e que o grupo de mafiosos era apenas uma fachada. A verdadeira natureza da droga estava ligada ao Projeto Valhalla, que no início dos anos 90 havia sido utilizado pelo governo americano para criar um estimulante químico para soldados. A Aesir havia desenterrado o projeto e estava em processo de queima-de-arquivo, começando pela esposa de Max, que havia descoberto a verdade sobre o projeto acidentalmente três anos antes.

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Tudo isso levou a um confronto entre Max e a diretora da Aesir Corporation, Nicole Horne. Com o apoio de um grupo secreto dentro do governo americano, Max derruba o helicóptero tripulado pela malfeitora e é absolvido das acusações graças a isso.

playstationblast_maxpayne02Mulheres, mais sangue e mais lágrimas

Dois anos após deixar o DEA, Max retornara ao trabalho como detetive de New York. Durante uma investigação sobre um grupo de assassinos de aluguel chamados de The Cleaners, Max reencontrou uma personagem que havia sido dada como morta no jogo anterior, Mona Sax.

O protagonista logo descobriu que ela estava sendo perseguida pelos Cleaners, e eventualmente também chegou ao líder do grupo: Vladimir Lem, o chefe da máfia russa. Ele utilizava os Cleaners para facilitar a competição em seus negócios. Lem planejava tomar o controle do tal grupo governamental que ajudou Max dois anos antes e também revelou que Mona estava sendo paga para assassinar os dois.

Em uma virada, ela impediu a morte de Max, percebendo que seus sentimentos por ele não permitiriam que ela o matasse, apenas para ser assassinada friamente por Lem. Furioso, Max perseguiu o mafioso pela mansão até eliminá-lo, e mais uma vez viu suas mãos sujas pelo sangue de uma mulher que o amava.

Brasil, mais sangue e muitas drogas

Nove longos anos se passaram, e Max nunca conseguiu superar as numerosas perdas em sua vida sentimental. Aposentado de seu emprego como policial, Max vivia uma vida regada a álcool e analgésicos, constantemente fora de si. Em meio a uma briga de bar, ele matou o filho de um mafioso conhecido da cidade.

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Foi graças a um antigo conhecido, Raul Passos, que Max conseguiu escapar da cidade com vida e arrumar um novo emprego em São Paulo como segurança de um grande empresário brasileiro chamado Rodrigo Branco. Não demora para as coisas se complicarem e Rodrigo e sua família são vítimas de repetidos ataques de um grupo de criminosos. Pouco a pouco, todos que Max deveria proteger morrem diante de seus olhos, e isso revela uma conspiração bem maior.

A verdade é que Max estava sendo manipulado pelos irmãos de Rodrigo - Marcelo e Victor (o primeiro um playboy desempregado e o segundo um político corrupto) - para que o empresário cedesse espaço no grupo. Victor precisava de dinheiro para a sua campanha nas eleições para prefeitura de São Paulo e arquitetou a morte de sua própria família, além de entrar num esquema de tráfico de órgãos comandado por um figurão da polícia brasileira.

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Mais uma vez, o protagonista foi obrigado a matar policiais e conseguiu derrubar os corruptos, eliminando os traficantes de órgãos e prendendo Victor Branco. Tudo isso não sai de graça para ele: Max questiona sua própria integridade, percebendo o quão longe ele foi para tentar consertar um pedaço do mundo e, é claro, uma parte de si mesmo. Livre de seu vício e com a sensação de dever cumprido, Max tira férias na Bahia e parece deixar a sua vida seguir em frente. Livre de fantasmas. Será?

Jogos em que aparece: Max Payne (2001), Max Payne 2: The Fall of Max Payne (2003) e Max Payne 3 (2012).

Revisão: Alberto Canen


Escreve para o PlayStation Blast sob a licença Creative Commons BY-SA 3.0. Você pode usar e compartilhar este conteúdo desde que credite o autor e veículo original do mesmo.

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