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Discussão: Atualmente, jogos possuem histórias melhores do que as de cinema?

Você aí, prefere ver um filme que tenha uma boa história ou um que seja mais divertido? Dependendo do seu gosto, os dois com certeza estão d... (por Unknown em 25/08/2012, via PlayStation Blast)

Você aí, prefere ver um filme que tenha uma boa história ou um que seja mais divertido? Dependendo do seu gosto, os dois com certeza estão de bom tamanho. E com um jogo, qual dos dois é mais importante? Certamente, você irá preferir um que o deixe mais entretido - aquele em que quanto mais ação, melhor. Só que, hoje em dia, a indústria dos videogames procura mesclar os elementos enredo e entretenimento. Será que sai algo bom disso aí? É o que você irá conferir nesta matéria.

Atenção: este texto contém informações que podem ser consideradas spoilers caso você não tenha jogado títulos como Shadow of the Colossus, L.A. Noire e Red Dead Redemption. Continue lendo por sua própria conta e risco.

Peguem os seus lenços


Às vezes é difícil segurar, mas sempre que um filme tem um final emocionante, dificilmente não acabamos chorando, um pouco que seja. Talvez porque esse desfecho não era esperado ou simplesmente porque, em alguma parte, nós nos identificamos com ele. Quem pensou que os protagonistas de Titanic ou de À Espera de um Milagre, por exemplo, iriam acabar tendo aquele fim? Foi comovente. E com alguns jogos não é diferente.

Aposto que você já jogou Shadow of the Colossus, estou errado? Quem vai até a metade, pensa que é só um jogo besta em que você deve matar criaturas de proporções enormes. Só lamento por quem pensou isso e não chegou até o final, para só assim entender o significado de tudo aquilo. Wander, o herói do jogo, arriscou sua vida ao enfrentar 16 colossos para, no final, salvar a sua amada da morte. Em troca, ele foi possuído por uma entidade que não possuía boas intenções - mas, para Wander, valeu a pena, uma vez que a mulher que ele amava estava viva e a sua égua (não é cavalo!), Agro, havia sobrevivido a uma queda fatal. Essa foi só uma das obras do Team ICO, que ainda traz ICO, também de PlayStation 2, e The Last Guardian, que rezamos para que não seja cancelado. O primeiro também trouxe uma ótima história, enquanto o segundo promete mostrar as emoções de uma amizade entre um menino e o seu fiel escudeiro gigantesco, metade cão metade pássaro.



E quem pensa que a Rockstar só sabe fazer jogos de matança em um mundo aberto, está enganado também. OK, não 100% enganado pois é quase isso mas, pelo menos para mim, dois jogos dela possuem um enredo muito forte. O primeiro é L.A. Noire, que conta a história de Cole Phelps, um detetive de Los Angeles dos Anos Dourados. Cole, enquanto conhece diversas histórias de vida na sua profissão, é assombrado por visões de sua passagem pelos Marines na Segunda Guerra Mundial em que, sem saber, mandou incendiar uma construção com diversos inocentes dentro. Além de traumatizar a si mesmo, também o fez com os seus companheiros que estavam junto dele naquele dia (um inclusive ficou pirado). Só que, no final de L.A. Noire, Cole acaba se redimindo com o seu passado, apesar do seu final trágico. E no seu velório, que era para ser feito com respeito, ficou explícita a falsidade de algumas pessoas perante o maior detetive da época (no jogo, é claro).


O segundo game da Rockstar que me comoveu foi Red Dead Redemption. O jogo mostra a vida de John Marston, um ex-criminoso que, para poder se redimir com o seu país pelas crueldades que fez, deve matar os seus ex-companheiros de quadrilha. Imagine como isso deve ser difícil - ainda mais se sua família for ameaçada. A polícia local disse que John deveria colaborar com eles, senão nunca mais iria ver sua mulher e seu filho, mas bem, John vai em frente e faz o que lhe é ordenado. Como trato é trato, ele vê a sua família de volta. John passa a ajudar sua mulher na fazenda e ensina o filho a caçar, tudo parecia ter voltado ao normal. Sim, parecia. Algum tempo depois, a polícia (corrupta) volta com o exército e aniquila John; sua mulher e seu filho conseguem escapar. Anos mais tarde, somos apresentados ao novo protagonista, Jack Marston, aquele moleque que era filho de John. Quem pensou que o jogo tinha acabado tragicamente, se enganou. Quem se deu mal foi o policial que ordenou a morte de John, já que ele caçava patos tranquilamente enquanto Jack se apresentou e vingou a morte de seu pai. Isso é o que eu chamo de um final digno para uma história envolvente.


Além dos três exemplos citados, há muitos outros que poderiam ser relacionados aqui, como os jogos da Quantic Dream, Heavy Rain e Beyond: Two Souls (o segundo ainda está para ser lançado, mas o próprio estúdio comentou que irá se focar no enredo e não na diversão), os Final Fantasy e diversos outros RPGs, os Mass Effect, Deus Ex: Human Revolution, o The Walking Dead da TellTale Games, Metal Gear Solid... Enfim, todos aqueles que conseguem nos prender em frente à televisão por causa (também) da história, seja por uma reviravolta na trama, seja por algo que nos pegou de surpresa. Esse tem sido o modelo para alguns jogos que conhecemos hoje.

Mudanças nas adaptações


Na minha época (falando como se fossem décadas atrás), os filmes eram inspirações para jogos. Saía algum filme muito bom? Então ele certamente ganhava uma adaptação para os videogames. Os filmes da Disney, da Marvel e clássicos como "O Poderoso Chefão" e "The Warriors" são alguns desses exemplos. Mas e hoje, o que mudou?

A mudança está na inversão de papéis. Hoje, os jogos é que são inspirações para filmes. Já pudemos presenciar vários, como "Resident Evil", "Tomb Raider", "Mortal Kombat", "Terror em Silent Hill", "Hitman", "Max Payne" e "Príncipe da Pérsia". Alguns desses eu não recomendaria, mas já são um começo para quem se interessar pelo gênero.


Além dos já lançados, alguns estão em produção ou já foram cogitados por grandes estúdios do cinema. São eles: Shadow of the Colossus, Uncharted, God of War, Need for Speed, Deus Ex e Assassin's Creed. Quem já jogou algum ou alguns desses, já sabe que pode vir coisa boa por aí (ou não).

E o que tiramos de tudo isso?


Claramente, os jogos estão mudando. Olhem só inFAMOUS, uma franquia em que somos nós quem decidimos se queremos ser vilões ou heróis, dependendo das nossas ações no decorrer dos jogos. Há também outros títulos em que criamos a nossa própria história, como os já citados The Walking Dead e Red Dead Redemption, além de outros como Fallout e Bioshock.

Pode parecer um pouco bobo, mas não é. A história é essencial para termos uma boa aventura e entretenimento, além de nos proporcionar um pouco de ansiedade e emoção. Filmes são filmes, e não há como substituí-los de forma alguma. Agora, se você procura por coisa similar fora das telonas, jogue qualquer um dos títulos citados nesta matéria. Garanto que você não irá se arrepender (caso sim, só não me xingue).

E você, conhece algum game que também possui uma boa narrativa, mas não foi citado aqui? Compartilhe conosco nos comentários. Novidades são sempre bem vindas.

Revisão: Felipe Biavo

Escreve para o PlayStation Blast sob a licença Creative Commons BY-SA 3.0. Você pode usar e compartilhar este conteúdo desde que credite o autor e veículo original do mesmo.

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