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Clichê sim! Mas nós agradecemos
O protagonista Shank era integrante de um grupo de mercenários chamados “A Família”. Um belo dia, sem mais nem menos, ele é traído por seus parceiros, que lhe tiram a sua amada Eva. A partir daí, no melhor estilo hollywoodiano da vingança, ele segue atirando e desmembrando todos os inimigos que encontra pelo caminho até conseguir saciar sua sede.
Clichê para dar e vender, correto? Mas isso está longe de ser um problema, esse enredo cheio de “mais do mesmo” cai como uma luva para esse tipo de game. Correndo o risco de ser defenestrado pelos fãs, Shank incorpora muitos elementos de Streets of Range e Final Fight, onde você deve sair por aí espancando todo mundo que encontrar pela frente, visando um objetivo maior.
Sem falar no fato de que ao final de cada fase você encontra um chefe. Enquanto alguns são muito divertidos e correspondem a ótimos desafios – Cassandra que o diga- outros são extremamente irritantes, como “O Açougueiro”. Mas no geral é muito bacana enfrentá-los, pois as lutas misturam minigames que exploram a fraqueza do oponente. Então pode ir se preparando para gastar um bom tempo nesses caras, mas devido ao banho de sangue e às variadas formas de atacá-los, é diversão garantida.
Mas como nem tudo são flores, o modo história é muito pequeno, sendo terminado com cerca de 2 horas e não contendo nenhum extra que estimule uma nova jogatina. Infelizmente o título não aproveita a proposta simples para levar mais diversão aos jogadores.
Vamos saciar o nosso desejo de matar
Sob diversos prismas, Shank nem ao menos parece um jogo. As imagens exibidas lembram muito desenhos animados como “Samurai Jack” e alguns animes. As animações são muito suaves e combinam perfeitamente com a trilha sonora orquestrada, conjunto esse que dá ênfase à narrativa, mas não esquece dos momentos de ação que são a marca registrada do jogo.
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O problema dos controles fica evidente com a disposição dos botões. No caso do nosso querido PlayStation 3 isso é marcante, havendo casos onde até mesmo pular na hora certa fica difícil. O botão quadrado, por exemplo, serve tanto pata pegar itens que recuperam energia quanto para esfaquear, é frustrante quando no calor da batalha você está desferindo facadas e acaba pegando itens que gostaria de guardar para depois. Essa é uma falha tremenda no que diz respeito aos jogos de Arcade, pois não se pode combinar no mesmo comando ações que deveriam estar em outros locais.
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Conforme você avança, consegue novos tipos de armas, e cada uma tem seu próprio efeito e animação. Todas são muito divertidas, permitindo que entre um ataque e outro, você possa desfrutar da morte de seu oponente. Pode não haver muita variedade, mas as oportunidades de bater em grande estilo nos inimigos são bonitas de se ver.
Ok! Nem tudo é perfeito, mas não precisa exagerar
Muitos criticam excessivamente a linearidade do game, assim como o seu combate repetitivo. Acredito que isso não deve ser considerado de forma tão radical como fazem por aí. Shank é uma tentativa de retorno aos clássicos Arcades, que também eram repetitivos, mas nem por isso deixavam de ser divertidos. É óbvio que a produtora deveria ter dado mais atenção a alguns pontos, como melhor inteligência artificial, exploração e interatividade com o cenário, mas são erros que não comprometem a experiência do jogador.
Outro ponto positivo é a simplicidade gráfica do game. Explicando melhor, você se surpreende ao perceber como mecanismos simples - a contraposição entre o claro e o escuro - podem resultar em efeitos de iluminação que despertam uma sensação muito agradável ao jogador. Prova clara disso é o fato de que, enquanto em várias cenas os ambientes e combates são retratados de forma expressiva e detalhista, em outras os personagens lutam em uma espécie de penumbra, onde os disparos iluminam determinados objetos. É realmente um recurso muito simples, mas usado de maneira brilhante pela produtora.
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Mas é preciso concordar que faltou capricho da Klei Entertanmen com o jogo. São recursos simples, mas que fazem falta. Não há uma opção que habilite legendas, por exemplo, deixando na mão aqueles que não estão familiarizados com o inglês. É marcante também o desleixo com os cenários que, por mais que sejam bonitos, são inanimados, não se alterando com o quebra pau que acontece. Soma-se isso a bugs, recorrentes em todo o jogo e quedas de fps (que não deveriam acontecer em um game desse tipo).
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Tudo bonito, diverdido…mas quem sabe na próxima?
Por mais que o game apresente falhas que não devem ser ignoradas, reitero que Shank é um jogo como poucos vistos atualmente. É uma nostalgia enorme poder andar de lado e bater nos inimigos. Os mais aficionados lembrarão os tempos em que fugiam da escola para derrotar aquele chefe e passar para a próxima fase.
Por ser o primeiro título desse porte, a Klei Entertanmen de certa forma cumpriu o que prometeu, apresentando um jogo diferente, que foge dos modismos da nova geração. Resta-nos somente a esperança de que os erros apresentados sejam corrigidos na sequência, é o que vocês saberão na próxima matéria.
Prós
- Nostalgia pelos arcades.
- Gráficos que combinam com o clima do jogo.
- Diversão garantida.
- Combos infinitos.
Contras
- Diferenças sem sentido entre o multi e singleplayer.
- Bugs irritantes.
- Desleixo da prodotura com os cenários e aspectos sonoros.
- Controles confusos, que muitas vezes mais atrapalham que auxiliam.
Shank – PlayStation 3 – Nota Final: 8,5
Gráficos: 9,5 | Som: 8,0 | Jogabilidade: 8,0 | Diversão: 9,0
Revisão: Leandro Fernandes
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