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Análise: Naruto Shippuden: Ultimate Ninja Storm Generations (PS3)

A CyberConnect2 é, sem sombra de dúvidas, a melhor produtora no quesito jogos de luta baseados em anime. Nenhuma antes dela trouxe de forma... (por Unknown em 25/04/2012, via PlayStation Blast)

naruto-storm-generations-mg-ana-img1A CyberConnect2 é, sem sombra de dúvidas, a melhor produtora no quesito jogos de luta baseados em anime. Nenhuma antes dela trouxe de forma tão eficiente uma mescla de histórias bem contadas com uma jogabilidade que te transporta para o universo do jogo. Com Naruto Shippuden: Ultimate Ninja Storm Generations não podia ser diferente. O game traz o que de melhor existe em lutas ninja, então prepare o seu Chidori ou Rasen Shuriken e acompanhe a análise com a gente. O que antes era bom, ficou maior e mais completo. Além dos personagens da fase Shippuden, agora temos os clássicos personagens em suas versões jovens, além de coadjuvantes que não apareciam na versão anterior, o que resulta em impressionantes 70 personagens controláveis, cada um com as habilidades e combinações fiéis ao desenho.

E quem não conhece Naruto?

 
foto01(2) O enredo é conhecido por todo fã da série, mas o game brinda-nos com gratas surpresas, como histórias paralelas de personagens importantes; Itachi e Uchiha Madara, por exemplo, ganham destaque nesse ponto. A forma como a história é contada deixa até mesmo quem não é fã tomar contato de forma competente com a trama. Mas em comparação a Naruto Shippuden: Ultimate Ninja Storm 2, ela sofre por uma drástica perda de jogabilidade. Se no game anterior você tinha que perambular por Konoha e áreas afins para ir desbloqueando as partes importantes, no game novo basta pressionar o botão e esperar os quadros e animações acabarem e pronto, você entra nas lutas importantes e avança.

É nesse momento que fica nítida a noção de que Generations não consegue superar seu antecessor. Storm 2 foi um game que deixou todos simplesmente estarrecidos com toda a sua imponência, trazendo novidades que, para muitos, seriam a mola propulsora dos futuros jogos da série, mas não foi isso o que aconteceu. Aqui a falta de um modo história mais dinâmico retirou em grande parte a alma e a personalidade do jogo, o que fica evidente ao se jogar Generations.

naruto-storm-generations-mg-ana-img6 É claro que é preciso olhar os dois lados antes de sair se revoltando. Uma possível justificativa da produtora por ter adotado esse novo modo história é para não repetir os erros cometidos nos jogos anteriores. É bem difícil construir um modo história sobre um anime que ainda está em fase de produção, pois isso pode implicar em uma campanha falha, focada em missões paralelas e repetitivas, ou seja, que tem o seu cerne em questões que a história original não conta, justamente porque ainda não existe um final. Talvez por isso o novo game traga uma mudança tão grande na forma como o enredo é apresentado ao jogador.

naruto114_thumbMas em compensação (será que compensa mesmo?), nesse novo modo história você pode jogar com vários outros personagens e conhecer suas trajetórias. Os combates seguem sem qualquer exploração, mas ao menos há sequências em imagem e vídeo que contam essas histórias paralelas, proporcionando ao jogador a opção de escolher vários personagens e conhecer a sua visão dos eventos. É muito divertido jogar com Haku e Zabuza, ao mesmo tempo em que você participa da história de Kakashi (em sua infância), Jiraya (o Ero-Sennin divertido) e do antagonista Sasuke, que possui um modo história tão ou mais divertido do que o do ninja  de laranja. Destaque especial fica para o vilão Uchiha Madara, que ganha um arco só seu, possibilitando ao jogador vislumbrar acontecimentos que não ficaram claros nem no animê.

Cada personagem possui uma história, que após ser terminada, permite ao jogador escolher outro personagem. E como dito anteriormente, tudo isso é intermediado por pequenos filmes que tentam transmitir as mensagens principais da série. Mas é perceptível o fato de que esses recursos servem mais como recordação para os fãs, ou um convite para quem ainda não conhece o anime, do que passagens que mostram a história do game de forma profunda e nostálgica.

Brincar de ninja nunca foi tão prazeroso

 
É sempre nas lutas que o game se destaca, e como não poderia ser diferente, aqui elas cumprem a função primordial. O sistema de lutas em três dimensões, aliado à combinações fáceis de executar, resultam em golpes especiais de cair o queixo, tornando as lutas espetaculares. Só me pergunto até hoje o porque de terem tirado a possibilidade de lutar na parede, herança do primeiro Ninja Storm.

A jogabilidade de Generations é mais fácil e intuitiva do que a dos outros games da série, o que acaba agradando a muitos e decepcionando outros. Por exemplo, agora temos uma barra de “kawarimi”, fazendo com que o jutsu seja usado só em determinados momentos. Eu particularmente não gostei muito da novidade, pois quem suava a camisa no game anterior para dominar a técnica ficou de mãos atadas nessa nova versão.

naruto-storm-generations-mg-ana-img3 Isso sem falar no fato de que por mais que as lutas sejam muito divertidas, os estilos de combate de cada personagem se assemelham muito, com exceção de um ou outro; basta você pressionar o botão de ataque que as combinações de golpes e os combos são praticamente sempre os mesmos. Em decorrência disso, o jogo acaba ficando muito superficial e, sem sombra de dúvidas, repetitivo.

Sasuke VS Itachi 7 Já os personagens auxiliares cumprem uma função importante, sendo usados de maneira semelhante ao game Marvel x Capcom (não é "x", mas sim "Vs."). Dependendo de quem você escolher, o rumo da luta é incerto, pois enquanto Itachi te ajuda com ataques à distância, Neji te protege com o “Kaiten”. Ou seja, eles acrescentam elementos de estratégia fundamentais para às lutas, pois é preciso pensar com cautela em qual combinação de personagens usar. Um jogador mais focado no combate corpo a corpo, por exemplo, será mais bem auxiliado por um parceiro defensivo e outro ofensivo ou de suporte.

Um ponto que me decepcionou muito foi o completo abandono de particularidades muito interessantes do game anterior. A principal delas foi a mecânica dos chamados Quick Time Events. Em Storm 2 era incrível poder executar combinações de botões (no melhor estilo God of War) e ver a exibição de jutsus animais, que emocionavam por sua grandeza, sendo melhores até mesmo do que a versão animada. Apesar de alguns combates serem até um pouco épicos, não espere encontrar confrontos de larga escala como em Storm 2. Infelizmente, a produtora decidiu não incluir qualquer combate de grandes proporções, o que mostra-se como um erro muito grave, pois sua ausência não faz sentido algum. No novo game, os já poucos trechos da história e as lutas “normais” não divertem tanto quanto o antecessor. Mesmo a inserção de trechos inéditos do anime não é suficiente para os fãs mais apegados à série, o que deixa a impressão da falta de “um algo mais”.

Novamente, a produtora se explica. A causa por trás desse abandono foi o game Asura’s Wrath, pois toda a equipe de produção dessas animações com ações em tempo real estava ocupada com o novo game. Obviamente a produtora tem que dar prioridade aos seus outros produtos, mas ao meu ver isso não justifica lançar no mercado um jogo que eles sabiam que cortava elementos tão caros aos fãs, que consideravam o game antecessor como uma obra prima dos jogos de luta. Enfim, prova de que mesmo as indústrias de games não estão isentas de politicagem.

Adorei o single player. Mal posso esperar pra jogar online


É melhor não ir se empolgando muito não. Assim como o game anterior, Generations pode deixar muito irritado aquele fã que quer testar suas habilidades com outros jogadores. E nem é só pela falta de opções de jogo, que alternam-se só entre lutas casuais e que definem um rank, mas sim pela péssima, horrível e irritante conexão, sem falar no precário sistema de busca.

Testei o modo online com uma internet considerada muito boa para os moldes brasileiros, e me frustrei muito. Depois de passar um tempo procurando pelos oponentes, o jogo apresenta uma lista de quem está disponível para a jogatina; o problema é que em cada 10 tentativas, 11 mostram que o oponente está ocupado. E aí começa a irritação, pois em vez de retornar à tela anterior, o game repete todo o processo de busca. Não importa se você é o tipo de cara que fica 3 horas na fila do cinema, não há paciência no mundo que suporte mais de 20 tentativas fracassadas.

Depois de uma espera herculana, é possível que você consiga jogar. E aí o game cumpre, de forma básica, o seu papel. Testar as suas habilidades com o seu amigo que está lá do outro lado do mundo é bem bacana, mas a produtora podia ter dado mais atenção à questões básicas como problemas de conexão, bugs e lags. Ou tive uma má sorte danada, ou a CyberConnect poderia ter trabalhado melhor nesse quesito.

Quem sabe no próximo tudo se resolve

 
Por mais que o game apresente falhas significativas, um modo história breve (terminei com pouco mais de 4 horas) e um abandono injustificado à mecânicas que deixaram os games anteriores muito mais divertidos, é impossível não se surpreender com o novo título.

Apesar de todos os contratempos, definitivamente a CyberConnect consegue capturar e transmitir aos jogadores todo o clima do anime. Os cenários são extremamente convincentes e facilmente reconhecíveis (é lindo poder lutar no Vale do Fim). Sem falar nos personagens, impecavelmente modelados e com uma dublagem fantástica. É incrível como a produtora consegue se superar a cada novo projeto. Colorido e com uma explosão de cores e animações fluídas, Naruto Shippuden: Ultimate Ninja Storm Generations é sem sombra de dúvidas um verdadeiro anime interativo.

Prós

  • Lutas pra lá de divertidas
  • Trocentos personagens para escolher
  • Cenários e personagens belíssimos
  • Comprometimento notável da produtora com a adaptação

Contras

  • Modo história genérico
  • Lutas repetitivas (ainda que divertidas)
  • Mecânicas fantásticas do primeiro game deixadas de lado
  • Modo online desleixado
Naruto Shippuden: Ultimate Ninja Storm Generations – PlayStation 3 – Nota Final: 8.5
Gráficos: 10 | Som: 8 | Jogabilidade: 8 | Diversão: 8
Revisão: Rafael Becker 

Escreve para o PlayStation Blast sob a licença Creative Commons BY-SA 3.0. Você pode usar e compartilhar este conteúdo desde que credite o autor e veículo original do mesmo.

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